A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado

A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado Friedrich Engels




Resenhas - A origem da família, da propriedade privada e do Estado


133 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9


Marc 24/05/2023

Prometi para a família que não faria mais comentários sobre livros de esquerda, porque no país que vivemos isso pode significar cadeia ou coisa pior. Mas não consigo silenciar diante dessa coletânea de bobagens e preconceitos que só leio elogios de pessoas que não sabem nem mesmo o que é evolucionismo.

Para começo de conversa, se fôssemos falar de plágio, esse livro nem deveria ter sido escrito, porque ele é praticamente a cópia de Lewis H. Morgan. Isso seria o de menos, se eu não visse nessas pessoas todas termos como decolonização, por exemplo. O livro pega aquilo que está errado, sem qualquer crítica (muito menos a crítica da crítica, como Marx ensinava) e adapta a seu pensamento anticapitalista. Aqui estão as "bases" da teoria marxista da história e as razões pelas quais o capitalismo é antinatural e o regime mais opressor de todos.

O problema é que nada do que está aqui, assim como aconteceu com Morgan e que foi devidamente criticado, tem base arqueológica. Uma coisa é falar em termos livres, como faz Nietzsche na "genealogia da moral", outra é embasar toda uma suposta ciência da transformação social em algo que não passa de mera especulação. Tanto isso é verdade, tanto isso pesou na história da antropologia, que a chamada antropologia marxista não caiu na tentação do evolucionismo fácil e partiu exclusivamente para explicar a passagem de sistemas de produção de alimentos e organização social.

Uma prova irrefutável do quanto esse livro é problemático é que mesmo pensadores "gabaritados" como Simone de Beauvoir citam somente o capítulo final, o único que parece não se perder em raciocínios evolucionistas e suposições sem base material alguma. Não vou nem entrar na questão do incesto, pois Engels e Marx afirmam que ele era tolerado em determinado período, o que não tem qualquer comprovação e, lembrando Levy-Strauss, não faz sentido, porque é a proibição do incesto que mostra o início da cultura (se é assim, então, de acordo com esse livro aqui, houve um período em que a humanidade era animalesca, sem cultura, logo, não era humanidade - são absurdos desse tipo que temos escancarados nessa leitura...). É sofrível acompanhar, por exemplo, que o Estado tem sua origem exclusivamente por necessidades materiais. Veja, a título de ilustração de como as coisas podem ser muito mais complexas, o raciocínio de Ortega Y Gasset sobre uma (note bem, UMA, das necessidades que o Estado cobriu): "(...) o Estado começa quando o homem procura se evadir da sociedade nativa na qual foi inscrito pelo sangue. E, como o sangue, qualquer outro princípio natural; por exemplo, o idioma. Originariamente, o Estado consiste na mistura de sangues e línguas. É a superação de toda sociedade natural. É mestiço e plurilíngue." (A Rebelião das Massas, 171). Tem mais: ele explica que daí nasce uma uniformidade jurídica, que é um meio de lidar com a heterogeneidade de sua origem. O Estado foi uma tentativa de lidar com a tendência das comunidades consanguíneas a se fecharem e se eliminarem pouco a pouco. Não sei dizer como o marxismo lidaria com essa questão...
comentários(0)comente



deadly_romantic 14/05/2023

Limitado, mas essencial
"a origem da família, da propriedade privada e do Estado" é uma análise profundamente complexa da historia do nascimento da luta da classes. em diversos aspectos ela é extremamente dificil e, nao apenas isso, bastante limitada (no que se diz respeito ao que um autor europeu do final do século XIX poderia produzir como trabalho antropológico em seu contexto historico, o que inclui uma perspectiva eurocêntrica e pseudoevolucionista em varios momentos). porém, apesar de todos esses problemas, o livro expõe em sua essência uma tese fundamental para qualquer debate relacionado a gênero e Estado pela perspectiva marxista; tese essa muito bem sintetizada no capítulo final, o que compensa os vários capítulos anteriores ultra complicados e cheios de detalhes especificos.
é uma leitura pesada e cansativa, mas muito enriquecedora!
comentários(0)comente



Leonardo1121 09/05/2023

Sobre Engels
Tem uma boa dinâmica, é um pouco cansativo porém inteligente e interresante.
Comete deslizes e cai em alguns preconceitos mas no geral para uma obra de 1884 é bem a frente do pensamento da época.
comentários(0)comente



Adeola 13/04/2023

Muito interessante e uma leitura essêncial
Engels trás uma panorâmica da sociedade antes e depois do sistema capitalista, a forma como ele descreve algumas sociedades já foi obviamente apontada como "errada" por alguns antropólogos por não existir isso de civilização vs barbárie mas é interessante como Engels prova que existiam sim sociedades organizadas sem uma classe explorando e oprimido outra, como ele sempre pontua que acontece no modelo capitalista, o que só me deixou em dúvida é se é possível levar toda essas análises pra sociedades não europeias, será que esse modelos antes do sistema capitalista eram exatamente em civilizações africanas por exemplo?

Ele também fala da família monogâmica ( o que me faz pensar mais ainda se o que ele pesquisou se aplica pra fora da Europa ) e sobre como o pilar marido que subjuga mulher e filhos é um dos pilares do estado burguês ( inclusive ele colocar que o Estado só existe para controlar a luta de classes e que por isso é dominado pelo poder da classe dominante exploradora), nesse aspecto ele também fala um pouco sobre a realidade material das mulheres enquanto subjulgadas na sociedade, mas não se aprofunda tanto na opressão feminina, na minha opinião, opressão que vem mesmo antes do modelo capitalista.

De qualquer forma, considero essa uma leitura extremamente essencial.
comentários(0)comente



Thales 10/04/2023

Emancipar...
?O grau de emancipação da mulher numa sociedade é o parâmetro natural pelo qual se mede a emancipação geral de um povo.? Charles Fourier.

Ainda que haja atualizações e avanços contraditórios na compreensão histórica; ainda é um texto necessário.
Materialismo histórico-dialético servido em dose bruta.
comentários(0)comente



Ju.Cardozo 06/04/2023

A origem da família, da propriedade privada e do Estado, escrito por Friedrich Engels em 1884, apresenta uma análise crítica dos modos de organização da vida social. Levando em consideração as relações entre os sexos para além da biologia, Engels trata da opressão de gênero e do papel do casamento e da autoridade masculina na constituição da sociedade moderna, apontando, assim, para temas que hoje seriam chamados de antropológicos.A obra desenvolve-se em nove capítulos: o primeiro é dedicado à análise e à constatação dos chamados estágios pré-históricos da civilização (o estado selvagem e a barbárie) e à dedução da existência de uma estrutura familiar primitiva de cunho comunitário e baseada em laços consanguíneos matrilineares; os capítulos II, III e IV analisam a formação da família e da gens; os capítulos V a VIII são dedicados ao estudo da formação do Estado a partir da sociedade gentílica na Grécia, em Roma e entre os germanos; e o último capítulo constitui uma reflexão crítica sobre a relação entre barbárie e civilização.Baseando-se em um resumo detalhado de Karl Marx da obra de Lewis Henry Morgan, Ancient Society, or Researches in the Lines of Human Progress from Savagery through Barbarism to Civilization [Sociedade antiga, ou Pesquisas nas linhas do progresso humano, do estado selvagem até a civilização, passando pela barbárie], e em suas próprias investigações, Engels desnaturaliza a família patriarcal e monogâmica, mostrando sua origem histórica.
comentários(0)comente



Hanna155 17/03/2023

Engels
O Engels é o melhor da filosofia, com uma linguagem basica ele consegue exemplificar uma teoria tao densa como é a de Morgan sobre as gens. É uma obra atemporal e completa, mesmo datando do século 19 se torna recente. Sua teoria de como a familia e a propriedade privada se sustentam e se perpetuam dentro do capitalismo é brilhante. E para quem ja entendeu as contradições do capitalismo esse livro é o melhor complemento de estudo possivel.
comentários(0)comente



Romeu Felix 04/03/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
Nessa obra, Friedrich Engels apresenta uma análise histórica e antropológica sobre a evolução da família, da propriedade privada e do Estado. Ele argumenta que a propriedade privada é uma criação da sociedade e que o surgimento da propriedade privada está relacionado à transição do comunismo primitivo para a sociedade de classes.

Engels examina as sociedades primitivas e suas formas de organização social e conclui que as sociedades pré-históricas eram caracterizadas por uma economia baseada na coletividade e que não existia propriedade privada. Nessa época, a família era matrilinear e as mulheres ocupavam uma posição importante na sociedade.

Entretanto, com a evolução das forças produtivas, surgiram as primeiras formas de propriedade privada e o Estado para controlar a sociedade. Engels destaca que essa transição para a sociedade de classes se deu com a ascensão da propriedade privada dos meios de produção e que isso levou à subordinação da mulher na sociedade e à desigualdade social.

O autor também discute a evolução da família ao longo da história, da família matrilinear para a família patriarcal, que coincide com a transição para a sociedade de classes. Ele argumenta que a família patriarcal surgiu como forma de perpetuar a herança e garantir a propriedade privada.

Por fim, Engels defende que a solução para superar a desigualdade social é a abolição da propriedade privada dos meios de produção e a criação de uma sociedade comunista, em que a coletividade e o bem comum sejam priorizados em relação aos interesses individuais.

Comentário:

"A origem da família, da propriedade privada e do Estado" é uma obra importante para compreender a teoria marxista sobre a história e a evolução das sociedades humanas. Engels apresenta uma análise histórica e antropológica que contribui para o debate sobre a desigualdade social e a necessidade de uma transformação radical na sociedade. O livro é uma leitura essencial para quem se interessa por filosofia, sociologia e política, e traz uma visão crítica sobre a sociedade capitalista e a luta por uma sociedade mais igualitária e justa.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
comentários(0)comente



Henrico.Iturriet 27/02/2023

Um conteúdo vasto
A cada momento que imagino uma resenha de uma obra do cânone marxista, revejo e repasso algumas obras passadas e disciplinas da faculdade que já consideram muitas das suas considerações datadas. Porém, que contém em sua análise pré-sociológica, uma importância sem igual para compreender a sociedade e a época em que foi escrita.

Revisitar Marx e Engels é como se aprofundar nas linhas da história que a máquina educacional repressiva e socializadora do Estado nos priva em aulas de 50 minutos supostamente neutras. Ao comentar a obra de Morgan, Engels adiciona algumas visões econômicas e relaciona sentidos e conceitos com acontecimentos históricos reais e delimita, no campo de estudo do seu método, as análises que valem mais a pena destacar.

Para qualquer estudioso da área, interpretar essa obra é difícil. Ela é bem escrita e comunicativa, porém, sua influência decai na formação da monogamia, do Estado, do acúmulo de excedente primário e da elaboração de órgãos de Estado dependentes do desenvolvimento dos modos de produção, da população e do direito de acumulação. Delega o papel da mulher como submissa após a invenção do patriarcado, e como ele é intrínseco a propriedade privada no que diz respeito ao direito paterno de herança, e acompanhado disso, tem a queda do direito da tribo. Ou seja, se individualiza famílias e privatiza a propriedade. Ao passo que esse processo ocorre, a monogamia se torna uma condição circunstancial da formação do Estado, já que é a partir das Leis e das invenções de normas a serem seguidas que a dialética dos costumes e da acumulação se chocam, sendo necessário o Estado para intermediar essas duas.

Seguindo-se, o trabalho escravo, os sistemas de dominação antigo, feudal e moderno sempre apresentam uma característica em comum: patriarcalismo, monogamia como relação de família que sustenta o direito paterno, o Estado como principal mediador das relações coletivas e dos meios de acúmulo privado (feito pelas classes dirigentes acompanhado pelas rendas, via de regra) e o direito como novo método repressivo, unido a polícia e o poder bélico.

Podemos, então, determinar a característica de sustento do estado em três instâncias: a subdivisão dos seus cidadãos por território (obrigação destituir a ideia de tribo e substituí-lo pelo direito a herança, facilita também a unidade de controle) com isso, direitos públicos são introduzidos e toda pessoa que se fixasse ali agora era imposta com deveres. O poder público se separa da população e da massa, ou seja, se consolida uma espécie de dominação/controle. E, por último, a necessidade de cobrar impostos para manter-se em pé, como uma entidade acima da sociedade, mas que, invariavelmente, depende dela.

Enfim, podemos falar sobre poligamia ou amor livre, a primeira obra marxista a discutir a submissão da mulher como culpa do capitalismo e do sistema patriarcal de organização de poder e dominação masculina, assim como rondar a suposta linearidade dos eventos e sua relação com o evolucionismo social. Contudo, finalizo em aberto a necessidade de estudar essa obra como um ?precisa ler? quando se levanta qualquer estudo da área da antropologia, da família e da economia doméstica e o seu desenvolvimento (particularmente, n foi uma das minhas leituras favoritas, mas entendo sua importância e não poderia passar pelo marxismo sem estudá-la).
comentários(0)comente



giu 26/02/2023

A mera corrida pela riqueza não será o destino final
"[...] Os interesses da sociedade são absolutamente prioritários em relação aos interesses individuais e ambos devem ser postos em uma relação justa e harmônica. A mera corrida pela riqueza não será o destino final da humanidade, [...]. O tempo que passou desde o início da civilização é apenas uma pequena fração da duração transcorrida da existência humana e apenas uma pequena fração das eras ainda por vir. A dissolução da sociedade ameaça ser o fim de uma corrida que tem como único fim e objetivo a riqueza; pois essa corrida contém os elementos de sua própria destruição. Democracia no governo, fraternidade na sociedade, igualdade de direitos, educação universal inaugurarão o próximo nível mais elevado para o qual a experiência, a inteligência e a ciência tendem sem cessar. Ele será um reavivamento ? só que em forma superior ? da liberdade, da igualdade e da fraternidade das antigas gentes.[...]"
comentários(0)comente



Peloponeso 23/02/2023

Um conjunto de comentários interessante, talvez.
Diante da importância histórica de Engels e sua contribuição para os estudos junto com Marx, seu grande amigo; foi confuso para mim definir o que sentia em relação à esta obra.
As definições do que era ciência e onde a história se encontrava nesse meio todo faz com que alguns estudos sejam ?datados? - se posso dizer assim.
Suas suposições e comentários referentes a formas de sociedades do passado são interessantes e até mesmo suas críticas a forma que lidamos com casamento, com o papel da mulher e a família me fizeram grifar e marcar algumas boas páginas. Mas em questão histórica sinto dizer que deixa a desejar (e falo como uma estudante de história que teve que saber separar o tempo em que fora escrito o livro e o que eu estava lendo).
Finalizo dizendo que nenhuma pessoa pode passar através de sua sombra e é inegável o peso que Engels carrega.
comentários(0)comente



Bruh 07/02/2023

The bible ?
Li achando que seria somente mais um livro, mas terminei há dez minutos e to a dez minutos processando todas as informações. É um tapa na cara e um abrir de olhos, Engels explora cada fato sobre a sociedade e destrincha cada informação sobre ela, ele discorre sobre a construção do capitalismo e do Estado de uma forma tão esclarecedora (e depois compreensível) que você termina a leitura e não sabe nem o que falar. O Estado como simbolo de opressão se faz presente aqui, e se mescla com as transformações da familia, da divisão do trabalho, do primeiro capital, até os dias de hoje. Não dei 5 estrelas pois teve capítulos que achei muito arrastados, porém no todo, é um livro que todos deveriam ler pra tentar compreender o mundo em que vivemos e todas as transformações que ocorreram nele até esse sistema vigente.

Uma palinha do que Engels nos fala:

"Com a escravidão, que atingiu o seu mais alto grau de desenvolvimento sob a civilização, veio a primeira grande cisão da sociedade em uma classe que explorava e outra que era explorada. (...) A escravidão é a primeira forma de exploração. (...) A civilização faz-se sempre acompanhar a escravidão - a principio franca, depois mais ou menos disfarçada."
comentários(0)comente



Amelie 06/02/2023

o conhecimento que esse livro transmite é fantástico. gostei muito das formas de família, da transição até a monogamia, e como isso foi essencial pra manutenção da propriedade privada. mas ele não é um livro instigante, por isso é um tanto demorado. tive alguns estranhamentos no livro, como o uso da palavra "Estado" em alguns momentos e também a classificação de povos em diferentes estágios, como "barbárie", "selvagem" e "civilização". mas é assim que se aprende, enfim.
comentários(0)comente



Clara.Braga 31/01/2023

Clássico
A leitura desse livro é uma tanto chata e me esforcei para terminar, podem isso muda em nada a importância do conteúdo e sua visão material histórica dialética da familia.

É clássico por um motivo.
comentários(0)comente



133 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR