Feminismo em comum

Feminismo em comum Marcia Tiburi




Resenhas - Feminismo em Comum


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Thai 01/06/2018

#RESENHADABIBLIOTECARIA
Livro: Feminismo em comum: para todas, todes e todos.
Ano: 2018
Páginas : 126
Editora: Rosa dos tempos
Gênero : História
Nota: 4,8.
Sinopse: Primeiro livro feminista escrito pela filósofa Marcia Tiburi. Podemos definir o feminismo como o desejo por democracia radical voltada à luta por direitos de todas, todes e todos que padecem sob injustiças sistematicamente armadas pelo patriarcado. O que chamamos de patriarcado é um sistema profundamente enraizado na cultura e nas instituições, o qual o feminismo busca desconstruir. Ele tem por estrutura a crença em uma verdade absoluta, que sustenta a ideia de haver uma identidade natural, dois sexos considerados normais, a diferença entre os gêneros, a superioridade masculina, a inferioridade das mulheres e outros pensamentos que soam bem limitados, mas ainda são seguidos por muitos. Com este livro, Marcia Tiburi nos convida a repensar essas estruturas e a levar o feminismo muito a sério, para além de modismos e discursos prontos. Espera-se que, ao criticar e repensar o movimento, com linguagem acessível tanto a iniciantes quanto aos mais entendidos do assunto, Feminismo em comum seja capaz de melhorar nosso modo de ver e de inventar a vida.

Conheci o movimento feminista quando entrei na faculdade e digo que é necessário para mudar o modo como a sociedade ver e trata a mulher.
Amei o livro e o li em apenas duas horas.
Narrativa bem explicativa e que vai de encontro ao objetivo do livro que é de informar aos seus leitores o que é o movimento.
Apenas gostaria que tivesse um pouco mais de aprofundamento mas espero que outro livro com esse viés seja publicado pela @editorarosadostempos e escrito pela belíssima @marciatiburi.

Alguns #quotes que amei do livro.

♀"Nosso feminismo não nasce em nós, foi herdado e transformado devido a um sistema de injustiças ao qual opomos a luta." ◾◾◾
♀“Feminismo se define pelo direito de lutar até a morte, se for o caso, por um outro desejo: o que nos livre dos sistemas de opressão objetivos e subjetivos aos quais estamos assujeitados”

site: https://www.instagram.com/p/BjLMdBaH82T/?taken-by=bibliotecariadalua
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Thárin 27/05/2018

Esclarecedor
Esse livro é fundamental para qualquer pessoa que queira conhecer a teoria por trás do movimento feminista, entender suas origens e objetivos. A autora utiliza um tom racional, nada afetado ou "revoltado" para incitar a adesão ao movimento feminista em prol de uma socieadade melhor para todos!
Foi a leitura mais útil do ano até agora, super recomendo!
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Naty 15/05/2018

Uma grande aula sobre feminismo - para todas todes e todos
Feminismo em Comum traz um feminismo que inclui grupos que ainda são tão lembrados pelo movimento feminista, e coloca em debate as lutas desses grupos para dentro do feminismo, além de trazer também os homens para juntar-se à essa luta tão e destaca a importância das vozes deles para esse movimento.
Me surpreendeu e agradou muito o fato da autora abordar outros grupos além das mulheres no movimento feminista, ela também usa termos específicos pra falar desses grupos, como a "plasticidade" pra falar de corpos, especialmente de pessoas com deficiências.
É um livro um tanto acadêmico, que ensina muito sobre o feminismo e como ele deve ser encarado pela sociedade, mas com uma escrita bastante acessível, como também é um livro bastante empoderador, quando fala de tomarmos o nosso lugar a partir de opressões, ou seja, quando um homossexual luta pelos seus direitos de cidadão a partir dessa bandeira que foi "criada" pra oprimir esse grupo, assim quando assumimos que somos mulheres, negros, pessoas com deficiência, etc.
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Lorena 09/04/2018

O feminismo como "utopia real" para um mundo melhor, mais justo e, por isso, igualitário é a essência dessa obra de um fôlego só (porém de várias releituras) de Marcia Tiburi. De forma didática e palpável e não exaustiva, ela esclarece alguns conceitos e termos usados nos discursos feministas, o que torna seus capítulos mais próximos do leitor que, porventura, possa ser recém iniciado no engajamento da causa.

Tiburi não vê o feminismo como causa exclusivista e muito menos "anti machos", pelo contrário. Aposta no movimento todas as suas fichas por um mundo de igualdade entre os seres. Qual o favor para a humanidade faria o feminismo se ele se tornasse um novo "machismo" autoritário e desigual? Seria trocar seis por meia dúzia, não? É por isso que o "feminismo em comum é para todas, todes e todos".

No entanto, a autora não é inocente, não é ignorante e muito menos leiga ao pensar e decorrer sobre o tema. Ela entende e mostra com questões atuais (tais como, "bela, recatada e do lar" e "o presidente do golpe") como o sistema patriarcal impera e ainda massacra milhares de mulheres e minorias. Um sistema que carrega e abastece diariamente uma carga de violência estrutural, física, psicológica. Um sistema autoritário que marca suas "pessoas-cartas" por gênero, classe social, cor, orientação sexual e não tolera ouvir as reivindicações dos seus. E é contra essa ordem de estado que feministas (declaradas ou não) vêm batalhando há séculos. Feminismo em comum convida todas, todes e todos a entrarem nessa luta.
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Adriana Scarpin 09/04/2018

Eu nem sou tão fã da Tiburi, acompanho as colunas dela na Cult e olhe lá, esse livro em especial parece dividir-se em capítulos como fossem suas colunas com linguagem coloquial e pouco aprofundadas, mas o resultado geral é satisfatório se pensarmos nele como um textão de facebook que prioriza o depoimento pessoal. Só à titulo de comparação fiquem que a Rebecca Solnit que é muito mais brilhante em suas considerações a respeito do feminismo contemporâneo.
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Queria Estar Lendo 06/04/2018

Resenha: Feminismo em Comum
Feminismo em Comum, escrito pela filósofa Márcia Tiburi, é o primeiro lançamento do selo Rosa dos Ventos - do Grupo Editorial Record (que enviou esse exemplar em cortesia para a resenha) - e foi a primeira publicação do selo de teor feminista voltado para as mulheres da literatura. Poderia ter sido um baita pé direito na porta para começar bem, mas acabou deixando a desejar.

Feminismo em Comum aborda diversas temáticas do feminismo para tecer explicações; quase um guia para quem está embarcando no movimento e quer entender um pouco mais sobre lugar de fala, feminismo interseccional, a mulher e o trabalho, etc. É um livro bem curto - tem 128 páginas - e em formato pocket.

Infelizmente para mim, os textos da Márcia pareceram perdidos. Muitos questionamentos e abordagens soaram abertos de tal maneira que deixavam no ar mais confusão do que aquela sensação de dúvida a ser instigada, quase como se ela tivesse desistido de escrever aquele trecho ou tivesse se cansado de desenvolver a ideia e tivesse resolvido passar para o próximo parágrafo.

E os comentários e explicações soaram absurdos demais para eu ignorar. O livro vai e volta em ideias, contradiz capítulos e comentários que já passaram, refuta os próprios argumentos de modo a tornar tudo muito bagunçado. Vai além disso: apresenta muitas ideias que passam longe do que deveria ser a apresentação do feminismo.

Os parágrafos enrolam para embelezar trechos quando deveriam apresentar conteúdo e desenvolvimento - como a citação da autora sobre as mulheres que trabalhavam em uma fábrica quando ela foi fazer uma palestra. Teve toda a situação envolvendo diferenças salarias com os homens empregados ali e como as mulheres eram capazes do mesmo que eles (e pobre coitado do padre que não sabia ver isso já que sua visão estava "embasada em uma visão naturalista e essencialista das potencialidades de homens e mulheres" - em resumo, ele foi machista. Mas a autora passou pano).

Dessa situação toda, o que aconteceu: "Não sei como a história acabou. Espero, contudo, que elas tenham conseguido aquilo que quase nenhuma mulher consegue.". Pra que você vai exemplificar uma situação de opressão se não vai desenvolver e dar margem para uma discussão e, principalmente, se não fez nada para mudá-la? Essa história ou um exemplo metafórico seriam o mesmo; no exemplo metafórico, pelo menos, não haveria frustração ao término da leitura. A sensação de "tá, e...? Você nem ao menos questionou para ver se alguma delas tinha algo a dizer a respeito disso?".

Eu li uma resenha dizendo que esse livro era um desserviço ao feminismo e tentei ter esperanças de que alguma coisa pudesse ser salva; ledo engano.

Márcia apresenta ideias revoltantes, algumas que eu me vejo obrigada a enumerar: - culpabilizar vítima pela violência sofrida "A mais difícil das condições é a de vítima, pois, mesmo quando espancada e assassinada, culpada e proscrita, vítima é aquela que desperta em seu algoz o desejo de espancar e assassinar. O sistema de violência opera por repetição de uma lógica (pág. 95)" - culpabilização gourmet, mas culpabilização sim.

- Passar pano em seu familiar agressor porque "ele foi criado assim" "Meu avô espancador, vítima e repetidor do patriarcado (pág. 39)". Uma frase basta para tirar a culpa do homem e colocá-lo como coitado, assim como uma frase bastou para mostrar a culpabilização da mulher e retratar o vitimismo como sendo um exemplo vergonhoso. O que isso quer dizer, afinal? É okay tratar os homens como vítima do machismo, mas as mulheres não podem aceitar esse papel? A ideia é que todos estamos submissos ao patriarcado de maneiras diferentes - sim, os homens podem ser vítimas, mas eles têm privilégios. O patriarcado é a voz deles; ainda que sejam subjugados, ainda estão em posição de poder.

E com licença só para o absurdo que me tirou do sério em relação ao seu avô: "Talvez ele tivesse ódio das mulheres, porque, para começar, tinha ódio da mãe que o deixou sozinho ali no pior dos mundos. (pág. 37). " Realmente não me importa que ela tenha argumentado. Não me importa que ela não tenha usado esse trecho como verdade absoluta; o fato de a autora QUESTIONAR uma situação dessas, de sequer levantar essa hipótese ali com o "talvez" é revoltante.

- Do outro lado, questiona filósofos do passado pelos "pensamentos retrógrados" "Muitos justificarão os filósofos dizendo que são homens de seu tempo [...]" (pág. 70) - sim, ela chega a comentar sobre o fato de filósofos estarem ali para questionar o mundo e seus ideais, mas convenhamos que é mais fácil justificar o pensamento erradico de um pensador do que a agressão de um criminoso.

Ela chega a ter a pataca de dizer que "não adianta responder que as mulheres são vítimas do patriarcado (pág. 95)" quando passou vários parágrafos nos capítulos anteriores mostrando situações em que sim, somos vítimas. Não tem que ter vergonha em dizer isso; não tem nada de "esse argumento reduz as mulheres a pobres coitadas", como a autora comenta. Ser vítima não é ser uma pobre coitada. Mulheres são vítimas da opressão do homem; são vítimas do patriarcado. São vítimas do machismo. E estão lutando contra isso.

Ser vítima não reduz sua força nem sua voz nem sua presença no movimento e na luta. Dizer que aceitar a posição de vítima é aceitar ser uma pobre coitada é desmerecedor, a meu ver. É como mostrar que "nem é assim tão ruim". O patriarcado mata. O machismo mata. O homem mata. Quem eles matam? As mulheres.

Pior ainda em toda essa situação: como a própria citação mostrou, ela mesma disse que seu avô agressor era uma vítima. Então está okay dizer que um homem agrediu sua mulher porque era vítima do patriarcado, mas não é okay aceitar que o patriarcado faz das mulheres suas vítimas? Não tem coerência!

Eu inclusive refuto tudo isso com um único trecho do livro Coragem, da Rose McGowan: "Quem deveria se envergonhar é o assediador, não a vítima, não a sobrevivente. É trágico que tantas de nós tenhamos que sobreviver a esse tipo de merda, e sinto muito se o mesmo aconteceu com você."

Isso sem falar no pouquíssimo e quase ínfimo desenvolvimento sobre as intersecções do feminismo. Um texto desses precisava de um pouco mais de embasamento e pesquisa e até mesmo convite para outras mulheres comentarem a respeito das diversas outras vertentes feministas (até porque não é lugar de fala da autora, mas é lugar de dar espaço a outras mulheres); mencionar a luta das mulheres negras, das mulheres trans, das mulheres pertencentes à comunidade LGBT+, mulheres de diferentes classes sociais, isso não é representar pelo que elas lutam. A autora fez muito pouco para inclui-las além de um capítulo em que mais falou sobre o que significa o feminismo interseccional do que sobre o que é a luta delas e umas poucas citações no resto do texto.

Em vez de levantar discussões interessantes e de apontar as reais problemáticas do patriarcado e do machismo, ficou no ar que a autora preferiu usar comentários mais cautelosos, quase como se tivesse medo de apontar quem são os culpados por tudo que as mulheres sofrem. Como se precisasse abrandar os seus discursos para ser entendida e aceita.

O patriarcado e o machismo são um grande ninho de vespas. Se você quer falar sobre a opressão causada por eles, se quer mostrar o que é feminismo e o que as mulheres aguentam, CUTUQUE. Como o próprio livro diz, se as mulheres não falarem por si mesmas, quem vai?

Feminismo em Comum é para "todas, todos e todes" e acabou extrapolando num discurso que deveria ser, em primeiro lugar e o mais importante deles, para as mulheres.

Uma coisa que eu amei no livro Coragem, da Rose McGowan, é como ela conversava com as mulheres. Sim, você pode ser um homem e pode estar lendo o livro dela (inclusive DEVE) mas o que ela sofreu, o que ela viveu, o que ela entendeu e decidiu, isso é com a gente. É com quem tem a voz contra a opressão; é quem sente o machismo na pele. O feminismo é inclusivo, sim, mas é o movimento das mulheres. É conosco que seu livro tem que falar. É nossa voz que tem que espalhá-lo.

Não consigo e não vou aceitar a ideia de que "a luta é lugar de todos". O feminismo é lugar das mulheres assim como a luta pelos direitos da comunidade LGBT é deles, a luta pelos direitos dos negros é deles, e por assim vai. Quem está de fora pode e deve apoiar, ajudar, incentivar, falar contra a opressão, mas a voz que dita a luta é a quem ela pertence. Não existe discursinho de inclusão nesse caso.

Esse livro fez muito em abrandar comentários e acabou escorregando em quase tudo. Eu salvei muito, muito pouco desses textos. Pequenos trechos que, sozinhos, valem a pena serem reproduzidos - no contexto geral da obra, nem tanto.

"Estamos unidas às feministas do passado e, desse modo, do futuro."

Por último, preciso comentar que para um livro que está sendo vendido como um primeiro passo para quem quer entender mais do movimento como um todo, essa obra não tem absolutamente nada de simples ou didática. É problemática, sim, mas é confusa e muito embelezada. Palavras difíceis, trechos repetitivos que poderiam ter sido simplificados, discussões que não levaram a nada além de confusão.

Feminismo em Comum foi uma grande decepção. E não, não indico esse livro. Se você tiver curiosidade de ler, vale a pena pela discussão, mas não acho que é um pontapé inicial para quem quer pesquisar mais sobre o feminismo. Falou demais e acabou por não representar a voz da luta.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2018/04/resenha-feminismo-em-comum.html
Natália Tomazeli 06/04/2018minha estante
É aquele ditado "não sabe jogar, nem desce pro play" huehue
Lendo tua resenha, parece que este livro é uma desserviço social terrível, o que atrapalha demais o movimento.


Mayara Valença 30/06/2018minha estante
Um problema que eu enxerguei, além dos citados por ti, foi ver diversas percepções que li em outros autores para a minha monografia sendo colocados como falas dela. Ela citou pouquíssimos autores, não explorou entrevistas, mesmo quando teve a oportunidade. "Para não nos deixar ainda mais tristes". Olhei notas de rodapé, corri no final do livro, mas teve gente que ficou de fora, como a Flávia Biroli e a Sylvia Walby, que equiparam os afazeres de casa para a mulher casada como exploração doméstica. Quando se fala de plasticidade, senti falta de Hirata e Kergoat. Se fosse minha monografia, a banca teria me execrado alegando plágio. Haha


Natália Tomazeli 04/07/2018minha estante
Que absurdo :O


Queria Estar Lendo 13/08/2018minha estante
Oi, Mayara! CA-RA-CA, não sabia desse detalhe. Que absurdo! Vou procurar as autoras citadas e ler os trabalhos dela. Mas, de novo, que coisa mais absurda passar isso em um livro...


Katita 25/08/2020minha estante
É o livro para quem já entende ou busca o assunto.. sensacional! Amarra muitas coisas pertinentes.


thaisdreveck 28/02/2021minha estante
Resenha FODA


Hudson 13/07/2021minha estante
É aquela filósofa que versa sobre o ofício corrugado? Aquela da lógica do assalto?




Jéssica @DivaLiteraria 30/03/2018

Minha impressão
🗨️Confesso que não achei um livro fluido de ler, não pela escrita da autora, mas pelo leque de temas que são abordados. São 17 capítulos que te convidam à reflexão página, por página; na verdade, parecia que eu estava lendo um artigo acadêmico, já que alguns conceitos citados na narrativa, eu não domino (O que não é ruim, apenas torna a experiência mais enriquecedora e a leitura lenta). De qualquer maneira, vou precisar reler este livro para sedimentar melhor a mensagem.
Selecionei 2 trechos (Dentre vários que destaquei) para mostrar aqui:
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📖 “Por privilégios, entendemos as vantagens provenientes de posições sociais, políticas, econômicas, de gênero, raciais, etárias.” .
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📖“Se pudéssemos escolher, provavelmente preferiríamos os privilégios, mas nosso nascimento já nos condena a uma classe social, a uma raça e a outras marcações sociais que não nos permitem escolhas e das quais só nos emancipamos com muita luta. Além disso, as pessoas têm vergonha de estar no lugar de oprimidas. Vergonha de serem mulheres, de serem negras, de serem pobres. Vergonha desses legados de classe em uma sociedade que mede os outros pela cafonice autoritária do ‘berço’.” .
🗨️ O livro também me mostrou a questionar meu papel como feminista. Primeiramente ser feminista não é algo feio e nem tem relação com o pelo das minhas axilas, muito menos odiar automaticamente os homens, td bem? Segundo, precisamos separar o feminismo como rótulo da moda e feminismo de luta. Não adianta vestir uma camiseta GRL PWR e se calar diante de uma situação que fere os direitos da igualdade social, política e econômica, não é mesmo?

site: https://www.instagram.com/p/Bg9pK7pgVh7/?hl=pt-br&taken-by=livrosdajehdicas
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Ingrid 27/02/2018

Um desserviço para a causa feminista.
Marcia Tiburi claramente está surfando na onda do feminismo pop. Não mostra embasamento teórico suficiente, e demonstra não saber que existem vertentes feministas com propostas diferentes e destoantes entre si. Fala algumas obviedades sem sair da superfície e mesmo quando usa um bom argumento, ela não o segura, contradizendo a si mesmas e seus próprios argumentos, posso citar o exemplo em que ela faz menção à lógica liberal que diz que mulheres "escolhem fazer o que querem" e como isso é falacioso já que vivemos numa sociedade patriarcal então as escolhas das mulheres não são verdadeiras escolhas pois estão condicionadas na cultura, e mesmo assim ela insiste em ser pró-prostituição (e acreditar que mulheres escolhem se vender) sem se aprofundar no que leva mulheres a "escolherem" isso, e já que ela tb acha que as prostitutas escolhem isso porque "adoram sexo", tb deveria se perguntar pq homens não se prostituem em massa, já que gostam tanto de sexo a ponto de pagar para obtê-lo? 2018, e um livro sobre feminismo não traz a tona o debate atual sobre prostituição em que 10 países do mundo através do Modelo Nórdico a estão em vias de abolir a prostituição e tornando inaceitável que homens tenham direito de comprar mulheres, pois isso comprovadamente é um fator para a desigualdade e hierarquia de gênero. Nem vou entrar no mérito do quanto ela tenta fazer um feminismo agradável para os homens, e enquanto coloca seu avó espancador como "vítima" do patriarcado, diz que mulheres não devem ser infantilizadas e colocadas no papel de "vítima" que não controla suas ações.... Ela tb faz conceituações erradas e coloca o feminismo como o movimento para libertar todos os oprimidos, inclusive os não humanos (animais)... Ora, se o feminismo luta por todos, ele não prioriza mulheres, então é melhor chamar de direitos humanos.... Feminismo é um movimento pela libertação de fêmeas HUMANAS, e não tem que abarcar essa síndrome de "mãe abnegada" e priorizar outras lutas sem focar na própria. Não há no movimento LGBT nem no movimento Negro esse desvio de foco, onde seus representantes são chamados a lutar por todas, todes e toddynhos... porque é a prioridade na luta que traz avanços, quando mais fragmentado e menos focado, menos um movimento consegue ser forte.
Pra mim soa como backlash e um enorme desserviço a causa feminista.
Monalisa (Literasutra) 13/03/2018minha estante
Ingrid, estou lendo o livro agora, precisamente na página 72. E tenho lido justamente o contrário que você leu.
Sobre a escolha, na pág 67 a autora fala justamente que a escolha é ilusória, já que o machismo não "prevê espaço para a real liberdade das mulheres".
Já sobre o que você disse em relação a esse "todas, todos e todes"... Nossa, isso tem me irritado bastante. Hahaha
Enfim: gostaria de conversar mais com você sobre esse livro (quando eu terminar)! Está disposta?




Charlene.Ximenes 05/02/2018

Feminismo: utopia concreta
Esse é um livro introdutório que traz alguns questionamentos importantes acerca do feminismo e dos seus significados. A autora conclama o movimento enquanto filosofia, teoria e prática e nos faz refletir sobre o que o feminismo tem a nos dizer e a nos ensinar. Observamos que as mudanças só ocorrerão de fato quando aprofundarmos a relação do feminismo diante da sociedade em que vivemos.

O feminismo deve ser compreendido como um desejo por democracia radical, ligado a luta pelos direitos daquelas que sofrem as injustiças do patriarcado. É imprescindível compreender que o direito ao estudo é fundamental para as mulheres, bem como permitirá que nos livremos do sistema de violência física e simbólica ao qual somos submetidas diariamente.

É necessário que o feminismo seja visto para além do medo e da moda, pois é ele que organiza um impulso perigoso à ordem dada como natural. O destino das mulheres, no patriarcado, é a violência, e não podemos negligenciar esse fato. Precisamos lutar por um lugar em que a dignidade das mulheres seja resgatada.

Se o feminismo se define pela capacidade de lutar a fim de nos livrarmos dos sistemas de opressão, precisamos ir contra a misoginia. O feminismo é um contradispositivo que libera todos das coações patriarcais e desonera as pessoas da dívida de gênero. Muito mais do que teoria, o feminismo é pratica, método e utopia concreta.

Quando lutamos por um lugar de fala, lutamos por um lugar de todos. Feminismo é crítica contraideológica e funciona mais do que um conceito, não sendo apenas plural, mas potencial.

Sentimo-nos, ao fazer essa leitura, sendo convidadas, convidades e convidados para um diálogo radical e profundo. Essa ético-politica e ético-poética busca desestabilizar um sistema cercado por injustiças. O feminismo em comum nos chama para a luta e para o diálogo .

O livro é dividido em capítulos curtos, cuja linguagem é bastante acessível a um leitor que não tenha conhecimento mais aprofundado sobre o feminismo ou aquele leitor que gosta de ler opiniões diversas sobre essa luta por direito de todas, todes e todos. Vale a leitura!
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Paula 20/01/2018

"O lugar da dor é individual, e em relação a ele só podemos ter escuta. Já o lugar de fala é o lugar democrático em relação ao qual precisamos de diálogo, sob pena de comprometer a luta.
Às vezes um lugar de fala pode ser um lugar de dor, às vezes um lugar de dor pode ser um lugar de fala. Se o lugar de fala é abstrato e silencia o outro quando deveria haver diálogo, ele já não é mais um lugar político, mas um lugar autoritário que destrói a política - no sentido das relações humanas que visam ao convívio e à melhoria das condições de vida em sociedade. Talvez até agora não tenhamos avaliado uma questão, a de que a marcação implica uma dor. Aquele que é marcado como minoria carrega a sua dor, e toda dor deve ser respeitada. De onde vêm as dores políticas? Da violência do poder. Por isso, para que o lugar da dor se torne lugar de fala, é preciso articular a dor, reconhecê-la, colocá-la em um lugar político, aquele lugar onde o outro está incluído como um sujeito de direitos que também tem a sua dor.
Mas se o lugar de fala - mesmo quando tenha vindo da dor - interrompe o diálogo, corre o sério risco de estar contra si mesmo, de ter regredido a um momento que podemos chamar de antipolítico. Se, de dentro da minha dor, elimino o diálogo, posso já ter deixado de lado a luta. Posso estar perdido em um exercício de puro ressentimento, no extremo - há extremos -, posso estar gozando na vingança ou na prepotência autoritária mascarada das mais belas lutas."

Márcia Tiburi. Feminismo em comum. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 2018.
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