Vetorea 30/01/2022
Deus... Como foi difícil ler esse livro.
Romance não me apetece, mas eu sempre me sinto tentada a ler e tento não levar em consideração meus gostos quando estou avaliando, mas tudo tem limite.
Fiz uma boa avaliação para "Com Amor, Charlie", consegui a façanha de 4.5 estrelas, Jesus tocou meu coração naquela resenha, porque eu precisei reanalisar aquele livro depois de ler este segundo.
1°: Escrita entediante, arrastada e massiva demais. NÃO HÁ DIÁLOGOS, porque os diálogos que há estão todos no primeiro livro e lá estão um pouco mais desenvolvidos (se é que posso falar assim), neste volume os diálogos são umas duas ou quatro falas por capítulo e uma encheção de linguiça sem limite. É basicamente o Kellan ressaltando sem parar o quanto a Charlie o mudou até na forma pensar e para ajudar as atitudes infantis sem limites do próprio o tornam um babaca sem salvação.
2° Personagens terríveis, Charlie é chata e Kellan consegue ser pior, se eu quis abandonar o primeiro livro, neste segundo eu pensei bem mais e quase entrei em uma ressaca literária. A autora se esforçou tanto para transformar o cara em um pé no saco e teve tanto êxito que nem 200 panos bem passados vão dar conta de melhorar a situação.
3° "Mas é um clichê!" Não, não é um clichê, é algo ruim e mal feito. Depois de "Com Amor, Charlie" a autora poderia ter aproveitado a carta de Charlie e colocar a resposta de Kellan com acontecimentos após Charlie a ter enviado para ele. Seria mais interessante, não faria o leitor querer arrancar os próprios olhos. Estou tão decepcionada.
4° Não há a essência do personagem, há apenas as frases bonitas que Charlie disse em sua carta convertida nas palavras de Kellan. Sei que é comum isso acontecer, mas poxa, nada profundo? Nem uma profundidadezinha no ponto de vista do personagem que já não tenhamos visto em Charlie? ALÉM DE QUE, o artifício usado para dar profundidade a Kellan e talvez a possibilidade de um pano para as atitudes escrotas dele foi a violência doméstica e a morte da mãe, isso é usado geralmente em filmes para dar a devida impressão de profundidade a um personagem com rapidez (pelo tempo curto de tela e falta de recursos em verba) é um padrão que já não funciona tanto quanto antigamente. Não justifica sofrer abusos e ser um merda, não justifica.
5° Onde se passa a história? Talvez em algum lugar dos EUA. Ainda não sei dizer, as coisas acontecendo por meio de uma conveniência absurda, justificativas horrorosas e tão incabíveis.
Esperei tanto um amadurecimento por parte de Charlie e descobri que não deveria ter lido este livro, não mesmo! Estou arrasada e talvez o problema tenha sido eu sim, mas francamente, não leria nem o primeiro e muito menos o segundo volume, há coisas mais proveitosas. Inclusive, dessa mesma receita há muito no wattpad, quer fazer algo comum e genérico? Faça, mas faça bem feito. Não é porque é clichê demais que tem que ser ruim ou que eu sou obrigada a aturar qualquer coisa.
A proposta do primeiro volume foi tão interessante e este tinha uma oportunidade incrível de superar e melhorar o anterior, mas não funcionou, ao menos para mim foi uma tortura difícil de tolerar.
6° Mas e o fim? Sabe, o fim me apaziguou bastante, o epílogo salvou alguma coisa deste livro o que foi eu não sei, mas os dois últimos capítulos mostraram com pouca intensidade uma fração da personalidade genuína de Kellan e também o tornaram alguém digno de um recomeço, um personagem que poderia ter sido tudo, mas que no fim não funcionou bem.
Com Sincera Tristeza, Vetorea.