Janie 18/02/2024A história começa, exatamente, duas semanas após os acontecimentos finais de Incendeia-me. Então sim, eu entendo todo o drama e insegurança de Juliette em comandar o Setor 45. Entendo todos os conflitos internos de Warner sobre como lidar com a morte do pai e o que fazer da vida. OK que ela pode ter exagerado um pouco, mas eu gostei da autora ter abordado esses sentimentos porque é a reação mais natural e real dos personagens. Assim como os dramas particulares, a relação entre Warner e Juliette também anda balançada por conta da morte de Anderson. Foi aqui que eu achei que a autora pecou um pouco a mão.
Ok, Warner sabia de alguns babados da vida de Juliette e escondeu dela. Fora que ela - assim como nós - sabe pouco, quase nada, da vida dele. Agora assim.. Eles começaram o relacionamento no meio de uma guerra, seguido da morte do comandante e Juliette assumindo o Setor 45. Então, me diga onde vamos arranjar tempo para comentar sobre ex-namoradas, por exemplo? Assim como entendo os dramas particulares, eu entendi a reação de Juliette quando Warner contou um detalhe de seu passado que ele já sabia. Ao mesmo tempo que achei bem exagerada a sua reação quando se tratava do seu passado, já que ela vivia repetindo que tinha um trilhão de coisas pra fazer, agora que se tornou a Comandante Suprema. Esses detalhes do seu passado (que Warner omitiu) fazem toda diferença nos capítulos finais e no rumo que a história vai tomar daqui em diante.
Eu vi muitos comentários sobre a falta de comunicação entre os dois. Realmente eu queria esfolar a cara do meu amor Warner no asfalto por não falar o que sentia para Juliette, mas sua vida toda não havia ninguém com quem ele pudesse se abrir e contar sobre suas inseguranças e medos. O mesmo acontece com Juliette. Então, junta tudo isso mas toda a treta e ameaças vindas com o poder de Juliette sobre o Setor 45 e tantas outras tretas, eu também entendo a preferência por não verbalizar o que se sente. (Mas não significa que eu tenha gostado) Achei que torna os personagens mais humanos já que, algumas vezes, tendemos a internalizar o que nos incomoda ao invés de conversar.
Até quase metade do livro, eu não sabia muito o que viria, além de drama drama drama. Com a chegada de novos personagens, a autora inseriu mais alguns detalhes sobre aquele mundo e o Restabelecimento. Isso foi algo que senti falta nos livros anteriores: um pouco mais de explicação. Como foi que pararam ali? É só nos EUA? Tenho esperanças que ela irá abordar mais sobre isso nos próximos livros.
Porém, quem rouba a cena é Kenji. Melhor personagem de toda a saga, Kenji está em seu melhor nesse livro. A amizade dele com Juliette é muito preciosa de se ver; ele sempre a apoiando, mas também dando aquele sacode quando necessário. Suas interações com Warner eram HILÁRIAS, porém tenho certeza que vai surgir uma amizade estranha entre eles.