spoiler visualizarojuarana 27/04/2024
Decidi ler esse livro depois de "Incendeia-me".
Que livro chato! Nossa. Terminei os anteriores muito mais rápido, com muito mais ânsia. Esse é quase intragável. Ainda que tenha um final intrigante e me deixe querendo saber mais, o livro inteiro é tedioso.
Juliette passa a primeira parte da história sem gostar do que faz. Pensei que seria uma ideia de síndrome do impostor, mas acabei tendo certeza de que, na verdade, ela é mesmo uma impostora nesse cargo. E aí, depois do tiro e de finalmente conhecer sua história, ela faz um drama que não condiz com a imagem madura que tinha no livro anterior. Eu entendo a raiva, entendo a decepção, mas ela não está mais em posição de fazer escolhar tão ruins. Seu desenvolvimento ser atrelado aos cabelos foi, para mim, uma mudança muito positiva, mas foi tão rápido que não senti firmeza. Em um capítulo, ela está surtando. Dois capítulos depois, ela parece bem. Não. O livro anterior foi inteiro de descobrimento, inteiro para ela se conhecer e entender o que quer, e aqui tudo foi perdido e recuperado num estalar de dedos. Não vi essa evolução, não gostei.
E que história... Diferente. Parece o estereótipo de novela mexicana. De repente, os dois caras que ela gosta são irmãos. E uau, de repente ela tem uma irmã perdida. E os pais dela estão vivos. E surgem pessoas aleatórias que estão intimamente ligadas à ela mas ela não sabia porque... Perdeu a memória! Não gostei muito de como isso foi construído, não. Parece um livro inteiro de transição, só enchendo linguiça pra chegar nesse final (definitivamente empolgante), mas que podia ter sido de outra forma.
Eu, como gosto pessoal, não gosto muito de troca de ponto de vista. No entanto, achei que podia funcionar bem nessa saga, principalmente com o Warner. Não achei que funcionou também. Talvez meu ranço pela história não tenha ajudado. Todos os capítulos dele pareciam iguais e entediantes, reclamando sobre os mesmos assuntos. A parte mais interessante da sua história foi no início, com a sua relação confusa com o luto do próprio pai e a descoberta de novos irmãos, e isso nem foi resolvido e foi completamente abandonado.
Nem o Kenji salvou. A história foi tão irrelevante, sem desenvolvimento pessoal de ninguém, que o seu crush na filha do comandante da Ásia, apesar de uma doçura, não foi suficiente. O Castle parece uma criança mimada, irritadinho porque tiraram seu brinquedo.
Me recuso a falar sobre a morte do Brendan. Estou triste demais pra isso. Os outros eram meio irrelevantes e agradeci mil vezes por James estar seguro. O surto da Juliette, na minha visão, cai nas costas do Castle. Aaron e Kenji não tinham noção do que ela poderia virar, mas ele tinha. Ele sabia que isso era possível e, ainda assim, deixou todo o caos acontecer. E meu Deus, eu obrigaria ela a tomar suco de maracujá todo dia. O que falta nessa sociedade é um Escitalopram.