Deuses caídos

Deuses caídos Gabriel Tennyson




Resenhas - Deuses Caídos


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Felipe Miranda 04/11/2018

Deuses Caídos - Gabriel Tennyson por @ohmydogestolcombigods
A Suma de Letras é, oficialmente, a casa de Stephen King no Brasil. Quando uma editora referência por lançar os livros do maior autor de terror de todos os tempos dá espaço para um nome nacional é sinal de que o material publicado é bom, certo? Algo a se comemorar, na verdade. A gente bem sabe o quão difícil é autores da terra conquistarem o espaço que merecem, aliás, esses anos de internet me provaram que escritor talentoso existe, o mercado que não os absorve.

Com um projeto gráfico incrível e um comentário de Raphael Montes na capa minhas expectativas para Deuses Caídos se estabeleceram altas. E olha, nem sei por onde começar os elogios. É, de longe, um dos livros que mais me surpreenderam e reviraram o estômago. Na lista abaixo tentei pontuar o que me fez perder o fôlego e marcar o livro como um dos favoritos do ano.

1- PROXIMIDADE

Sempre me senti orfão de histórias de terror ambientadas em terras tupiniquins. Sabe aquela travada na espinha que só a sensação de proximidade pode causar? Uma chacina envolvendo 30 crianças na Irlanda às vezes não impacta tanto quanto a morte de um casal de idosos num sítio em Maceió, por exemplo. Em Deuses Caídos a história foi ambientada no Rio de Janeiro. O fato de conhecer ou conseguir imaginar com mais propriedade a maioria dos cenários contribuiu muito para a empatia nessa história. Digo isso me referindo aos ambientes comuns, os surreais (muito bem construídos, por sinal) foram pura imaginação sendo instigada. Um trabalho incrível.
2- DOSAGEM

Não consegui identificar cenas ou descrições dispensáveis nesse livro. Quem costuma ler sabe que uma pausa na leitura quando as coisas estão mornas demais é a coisa mais comum do mundo. Na obra de Tennysson isso não existe. Não há um segundo de paz sequer. Do início ao fim eu me vi desconfortável, ansioso e vidrado em todas as bizarrices descritas nesse submundo carioca. A curiosidade me fez devorar tudo em pouco tempo.

3- SINOPSE

De forma resumida, a obra em questão acompanha uma investigação policial não muito convencional (até onde imaginamos que sejam as do mundo real). Vários homens de fé, leia-se líderes religiosos corruptos, estão sendo torturados em lives na internet. O público que assiste aos rituais de tortura é quem decide se eles vivem ou não. Ao que tudo indica, os crimes vão além do escopo tradicional e se voltam para o sobrenatural. Para resolver esse singelo problema a inspetora Júlia Abdemi é alocada para trabalhar com Judas Cipriano, um padre exorcista que trabalha para a Igreja e para a Policia Civil em casos similares. Se você não consegue imaginar nada genial dentro disso leia os próximos tópicos.

4. ENRENDO ATUAL

É com a urgência de vítimas (?) prestes a morrer por causa de uma audiência com ânsia de vingança que Cipriano e Júlia precisam trabalhar. A exposição de crimes sexuais e de natureza semelhantes faz com que as pessoas que assistem do outro lado da tela queiram punições imediatas. Elas desejam com todo o fervor que o padre pedófilo seja violentado também. Olho por olho. O público está sedento por sangue e só cresce em números. Nesse aspecto é fácil compreender as proporções que um escândalo toma quando vivemos na era da internet. A entidade por trás dessas revelações e assassinatos transmitidos ao vivo quer colocar em discussão o poder de um Cristo que permite que crianças sejam violentadas e algozes continuem incólumes. De início não se sabe muito bem quem é o inimigo. Seu modus operandi é sinistro, rodeado de conceitos abomináveis e ares sombrios. Seria um homem comum possuído? Um demônio foragido? Uma alma ancestral perturbada?
5. UM MUNDO NOVO

Vampiros, fadas, gárgulas, feiticeiros, anjos e golens compõem o elenco de personagens nessa história. Esqueça suas concepções teen sobre todos eles. Feche os olhos e se imagine em Silent Hill. Prenda a respiração para não sentir o odor de putrefação e baratas que paira sobre algum deles. Para além do Rio de Janeiro repleto de turistas existe um submundo em que todos eles convivem – nem sempre em harmonia. É gostoso demais acompanhar esse universo. Alguns podem achar uma grande confusão, mas eu digo que tudo se encaixa. A interpretação do saci, por exemplo, é uma das minhas partes prediletas. A fada do dente também impressiona.

6. É UM LIVRO +18

Drogas, álcool, sexo, automutilação, suicídio e o corpo humano retorcido e retalhado de formas que você jamais imaginou. Quando eu digo que me arrepiei lendo, não me refiro apenas ao tom sobrenatural de tudo. Todas as atrocidades que foram acometidas aos seres humanos dessa história são bizarras e assustadoras. Gore. É visceral, grotesco e intimidador. Preocupa porque não é impossível ou improvável de se repetir em um cativeiro qualquer. Os maiores monstros ainda continuam sendo os nossos iguais. Vivemos numa sociedade de psicopatas.
7. REFERÊNCIAS

O título do livro talvez entregue ou sugira algo de religioso e fantástico nessa trama e é bem por aí mesmo. O autor mergulha fundo nas crenças que construíram o mundo como o conhecemos hoje. É ancestral, mágico e escrito sem o menor pudor. As citações bíblicas são tão frequentes que me sinto culpado por não ter sequer concluído minha primeira comunhão. O autor reflete sobre episódios bíblicos e histórias das mais diversas religiões para justificar cada teoria maluca sobre o que está acontecendo e quem está por trás dos crimes. Das matrizes africanas ao povo judeu, bruxas e entidades malignas são citadas numa legítima sopa de criatividade.

8. PERSONAGENS FORTES

Apesar de ter início, meio e fim, o livro tem algumas pontas soltas que poderiam se tornar capítulos novos dentro desse universo. Na verdade, os protagonistas são muito bons. Não seria nada mal acompanhá-los em desafios diferentes. Narrado em terceira pessoa, o livro entrega o melhor de cada um. Cipriano é sujo e corajoso. Gargalha na cara do perigo e entra no hall dos anti heróis que todo leitor adora. Sua história é contada no decorrer das investigações e não poderia ser menos cruel que toda a situação. Ele é um exorcista meio-santo que carrega dons pesados demais, quase um calvário em forma de poder. Júlia é mais que uma policial negra e mãe de família. Ela carrega habilidades de conexão com tudo que é virtual. Descobrir o que/quem ela é faz parte da graça dessa história. E o inimigo? Bem. Ele é profano.

Quando forem ler Deuses Caídos aguardem por esse nome: Gi Jong.

É um dos trunfos da história. A grande cereja do bolo. Incrível! Quero mais desses personagem.

9. DESFECHO ÉPICO

O que você precisa saber é que Tennyson não perde o ritmo de início ao fim. A mente insana do autor prepara surpresas desumanas até o último capítulo. Tente dormir depois de ler esse livro! É insônia na certa. Ter a certeza de que há muito mais entre o céu e a terra do que podemos entender tira o sono de qualquer um. Não é exagero dizer que o livro me fez refletir sobre lendas urbanas, episódios da história da humanidade e tudo o que acontece por trás das câmeras. Nas sombras.

site: http://www.ohmydogestolcombigods.com.br/2018/09/cruel-sobrenatural-e-explicito-deuses-caidos-de-gabriel-tennyson-e-o-livro-de-terror-nacional-que-vai-te-fazer-perder-o-sono.html
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Tamirez | @resenhandosonhos 17/10/2018

Deuses Caídos
A primeira coisa que precisamos tirar do caminho sobre esse livro é de que é uma história adulta, com um linguajar bem pesado, cenas explícitas e um escracho proposital de um retrato muito promíscuo da sociedade, tendo como foco o povo carioca. Tendo isso em vista, é um livro cheio de trejeitos e sotaques, expressões locais e muito palavrão.

Se tudo isso tivesse um encaixe perfeito com a história, eu estaria aqui fazendo uma resenha bem diferente, mas o excesso de absolutamente todos os artifícios, me trouxe uma experiência que beira o ridículo de tão ruim. Ao fim da história – que não tem um final bom para salvar alguma coisa, o sentimento que eu tinha com o que eu estava lendo era nojo. Não pelas cenas de sexo, não por nosso protagonista padre gostar de travestis, nada disso. Mas pela forma desnecessária com que tudo isso foi usado, repetido e atirado constantemente em cima do leitor.

Se eu tivesse que resumir a minha experiência: diria que todo o cenário do livro, desde as palavras, o trato com as mulheres, a fala, é o retrato de como a cabeça de um homem bem escroto funciona. E ai, quando concluí a leitura, ainda tentei encontrar o propósito do que eu li. Um retrato do povo carioca? Não sei se o povo carioca vai ficar feliz com essa conclusão; Uma crítica social? Muito mal feita ao ser rodeada de tanto elementos degradativos; Uma comédia? Talvez. Se sirva rir pra não chorar.

“As mentiras mais convincentes eram contadas diante do espelho.”

Até metade do livro eu ainda estava levando em consideração uma guinada, mas ela não veio. O final, como já mencionei, também é aquele bem típico onde as peças importantes se salvam para termos uma continuação, que eu, definitivamente, não pretendo ler.

E, algo que também é importante mencionar é a salada de frutas – ou de lendas – que temos aqui. Sabe tudo que você pode imaginar mitologicamente? Tá aqui, jogado no liquidificador e colocado na história onde parecer conveniente. Se se salva alguma coisa, talvez seja a criatividade de fazer isso (não que tenha funcionado).

Judas tem sangue celestial, mas é um padre que gosta de travestis e, portanto, não é um padre nada tradicional (ou como a gente esperaria que um padre fosse). É claro que ele é perturbado e tem um passado horrível vem que vai ser revelado pra gente naquele momento onde ele precisa se justificar de ser do jeito que é. A única coisa que gostei nele foi a capacidade de invocar os estigmas de Cristo em si. Porém no ato final tem algo que acontece em relação a isso que não desceu.

Na outra ponta temos a Júlia, que por si só já tem algo especial mas, mesmo sabendo que nem tudo no mundo se resume ao “normal”, é relutante até o último segundo para acreditar no que está bem embaixo do nariz. Um legitimo caso de “só vale o que eu conheço” que demora muito pra se resolver. E o vilão é o clássico caso do garoto prometido que vem ser o anticristo que já vemos retratado em várias outras obras, só que aqui adaptado ao contexto.

Deuses Caídos é um livro nacional e me entristece muito dizer a vocês que foi uma das piores leituras que fiz esse ano. Fiz a leitura em conjunto com mais treze pessoas dentro do nosso clube do livro do Vórtice Fantástico e as impressões foram muito semelhantes, com algumas exceções apenas de pessoas que não odiaram por achar engraçado. Então, caso você se aventure nessa história, leve em consideração os aspectos mencionados e depois me conta o que achou!

site: http://resenhandosonhos.com/deuses-caidos-gabriel-tennyson/
@eu_sandroka 11/05/2020minha estante
Tô lendo em uma LC, mas que livro pesado. :-(
Daqueles pra terminar na força do ódio, né?!




Diogo Matos 02/10/2018

Não é para quem tem estômago fraco
Misturando elementos folclóricos e religiosos, Deuses Caídos nos envolve em uma trama policial com muitas características e fatos ligados a fantasia e sobrenatural. Apesar da atitude cômica e do humor ácido de nossos protagonista, não se iluda, o livro é bastante forte. Com cenas violentíssimas, descritas em seus mínimos detalhes, o livro nos envolve em uma trama investigativa, através do submundo do Rio de Janeiro, nos apresentando a tudo que ocorre nesse quase mundo paralelo. Se você não é sensível a descrições perturbadoras e tem interesse em uma ótima fábula investigativa contemporânea urbana, (Sim, o livro é tudo isso) essa história irá te agradar em cheio.
Weslei Barbosa 04/10/2018minha estante
Caramba, adorei! Quero ler!


Diogo Matos 05/10/2018minha estante
Livro muito bom. Vai gostar!




PorEssasPáginas 10/09/2018

Resenha: Deuses Caídos - Por Essas Páginas
Comecei a ler Deuses Caídos com muita expectativa. Publicado pela Suma, que tradicionalmente é uma das editoras mais dedicadas ao terror no Brasil, Gabriel Tennyson foi apresentado como “uma voz nova e original do terror nacional”, nas palavras de Raphael Montes (resenhas aqui). Além disso, eu já tinha lido alguns contos independentes do autor, quando ele ainda assinava como Gabriel Réquiem, dos quais gostei bastante. Em Deuses Caídos, o autor traz uma investigação criminal em um imaginário brasileiro, com todos os seres que você possa imaginar, e muito gore.

E quando digo todos as criaturas, falo sério. O livro tem um universo amplo, repleto de seres sobrenaturais: santos católicos, vampiros, demônios, anjos, sacis, súcubus, golens, orixás, dragões… a lista é extensa. E, enquanto isso é positivo, porque mostra o quanto o autor se dedicou à construção de seu mundo, também é negativo, pois são criaturas e personagens demais. Enquanto no início tudo é novidade e o leitor fica impressionado com as criaturas que são apresentadas, logo o encanto se perde. A sensação é que, alguns personagens só estão lá para mostrar que existe tal criatura no universo, mas não para verdadeiramente cumprir um propósito na trama. A coisa toda vira uma salada, e os seres que deveriam ser excepcionais tornam-se banalizados.

Essa é a minha maior crítica ao livro, e é impossível não começar a falar dele sem falar disso. Mas há claro lados muito positivos. Um serial killer começa a assassinar líderes religiosos corruptos no Rio de Janeiro; ele não tem preferência, mata – de formas cruéis e sanguinárias – evangélicos, católicos, espíritas, enfim. Dois protagonistas são colocados na investigação: Judas Cipriano, um padre revoltado pertencente à Sociedade de São Tomé, que cuida para que o sobrenatural se mantenha afastado da população, e Júlia Abdemi, uma inspetora da Polícia Civil com o poder de penetrar o mundo cibernético através de sua mente – mas que é uma pessoa completamente cética em relação ao mundo sobrenatural.

As mortes dos líderes religiosos são muito bem descritas e realmente chocam. Não falta brutalidade, sangue e tripas. Gore em sua versão mais crua e nua. Ao mesmo tempo, a crítica religiosa é dura e pertinente, e quando ela chega, você realmente enxerga o grande potencial da obra.

Mas aí você tem os protagonistas. Eles não convencem, não geram empatia. De um lado, Judas Cipriano é revoltado demais, descolado demais, poderoso demais. Tudo é em excesso com esse personagem, o que torna difícil acreditar que ele vá ter alguma dificuldade em resolver as crises com as quais se depara e vencer seus inimigos; com um herói (ou um anti-herói) tão forte, é claro que os antagonistas parecem fracos e até patéticos. Judas nunca tem uma dificuldade real. É difícil acreditar nele e comprar a aventura.

Por outro lado, temos Júlia Abdemi, que é uma personagem sem tempero, o tipo de mulher claramente escrita através da ótica masculina, do que um homem apenas imagina como uma mulher vê o mundo e sente, mas sem profundidade. Ela age e pensa muitas vezes muito distante do que uma mulher realmente faria, e há cenas desnecessárias como uma na qual Júlia aparece tomando banho (na verdade, é a cena em que a personagem é apresentada, o que torna tudo ainda mais WTF?) e permanecendo nua dentro de casa, sendo que ela divide a casa com a filha e a babá da menina. Além disso, apresentada como cética, senti que Júlia muito rapidamente começa a rever seus conceitos e se abrir para o sobrenatural, para o que Judas dizia – isso sem falar que também muito depressa os dois estabelecem uma relação estreita, o que me fez descrer ainda mais do livro, já que o protagonista é um cara bem difícil de se afeiçoar.

Em contraponto ao herói genial, o bonzão, temos um vilão que, ao contrário do que se apresentava no início da obra, revela-se um personagem fraco e medíocre. Colocava fé nele, mas fiquei decepcionada. A batalha final ficou bem aquém do esperado; aliás, uma sequência anterior (talvez o segundo clímax do livro – considero que ele possui três) foi muito mais emocionante que o clímax final. Talvez penetrar tanto na psique do vilão tenha sido um erro; se ele continuasse um mistério, poderia ter funcionado melhor.

Mas o que realmente foi cansativo neste livro foi o excesso: de referências à cultura pop (nem todas encaixavam de verdade na obra, o que novamente gerou à banalização de algo positivo), de personagens, de criaturas, de descrições, de explicações. O autor estava muito preocupado em explicar seu mundo, mas desenvolveu pouco os personagens e seus relacionamentos, o que realmente gera empatia em um leitor. Se você não se importa com um personagem, é difícil se importar com todo o resto. E o excesso de explicações deixou pouca margem para o leitor imaginar, e a leitura se torna engessada, dependente dos comandos do autor.

Mesmo assim, acredito que a obra vai agradar a alguns públicos, especialmente para jogadores de RPG. Há quem aprecie um livro nesse sentido, talvez eu apenas não seja o público alvo. Esperava um livro de terror, perturbador, mas encontrei uma fantasia urbana nos moldes de um RPG elaborado, com muito gore. Para mim, nem todo gore é terror, e por isso, talvez, tenha me decepcionado. Aliado à uma edição caprichada da Suma, com uma capa atraente, espero de verdade que este livro encontre seu público, uma vez que o horror nacional está carente de escritores e escritoras.

site: http://poressaspaginas.com/resenha-deuses-caidos
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Diogo.Torvak 04/09/2018

O livro é bom mas eu não gostei
Esse livro é uma mistura de supernatural com hellblazer. A história se passa no Rio de Janeiro.
O mundo e como ele reinterpreta os seres mágicos mais as armas magicas é igualzinho supernatural, o personagem principal padre Cipriano é extremamente parecido com John Constantine. E foi por isso que não gostei. Se o personagem principal padre Cipriano tivesse uma personalidade mais distinta do John Constantine talvez eu tivesse gostado mais.
Quem não acompanha as HQs do Hellblazer e o seriado supernatural pode ler que você vai adorar esse livro e talvez alguns fans da série e hq também goste, infelizmente não gostei.
Esse ano eu reli a obra para fazer uma resenha mais justa mas o meu problema com obra continua sendo os mesmos do ano passado.
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Leitor Noturno 01/09/2018

Resenha @leitor_noturno
Autor: @gabrieltennyson
Editora: @editorasuma
Estilo: Ficção/ Terror
Resumo: Um apóstolo sonegador de impostos está em um vídeo ao vivo nas redes sociais, amarrado, sendo torturado por um algoz misterioso, que pede para os espectadores votarem pelo destino dele: Se clicarem em 👍🏻 ele se salva, se escolherem 👎seu destino será uma morte das mais sangrentas já vistas. Você já deve imaginar o resultado. O Padre Cipriano se torna o responsável pelas investigações do caso, o apóstolo seria a única presa? Aonde aquelas atrocidades estariam acontecendo? O Assassino seria humano? O que a religião tem haver com tudo isso? As incógnitas criadas pelo escritor são maravilhosas, originais e impensáveis, seu livro de estréia já mostra todo o potencial aterrorizante que sua mente possui. Com descrições de Cenas ótimas, que fazem o leitor se sentir nos cantos mais assustadores do Rio de Janeiro, mortes bem descritas e com detalhes sórdidos que deixam o estômago de quem lê completamente embrulhado. Muitas informações sobre religião e os mais diversos estilos de pessoas e etnias, faz o leitor mergulhar em uma investigação pra lá de sobrenatural e muito bem concluída. Gabriel Tennyson chega às nossa prateleiras mostrando que estamos em ótimas mãos quando o assunto é terror. Você tem que conhecer esse autor magnífico, mas prepare-se: Precisa ter um estômago muito forte!
Capa: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Edição: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Originalidade: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Ambientação: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Enredo: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Desenvolvimento: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Descrição: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Personagens: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Ação: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Suspense: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Terror: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Linguagem Utilizada: ⭐️⭐️⭐️
Referências ao Rio de Janeiro: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Cenas Fortes: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Investigações: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Credibilidade: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Realismo: ⭐️⭐️⭐️
Religião: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Importância da Religião para Trama: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Resolução do Mistério: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Conclusão: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Epílogo: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Quem Pode Gostar: Fãs de @marcos_debrito , quem gosta de terror, leitores de estômago forte para aguentar as cenas tenebrosas, quem gosta de livros que abrangem diversas áreas da nossa sociedade.
Nota Final: ⭐️⭐️⭐️⭐️

site: https://www.instagram.com/leitor_noturno/
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JCarlos 13/08/2018

Uma insana fantasia urbana nas ruas do Rio
Pare tudo o que está fazendo. Olhe para a sua pilha de leitura ou para sua lista de desejos. Este é o próximo livro que você deve ler.
A uma porque é o melhor exemplar atual de fantasia urbana.
A duas porque é nacional. Orgulhe-se. Não deve nada a nenhuma outra obra do gênero.
E a três porque você deve conhecer a prosa desse moço. Tennyson tem uma escrita cativante e consegue prender do início ao fim, sem usar de recursos de esticar a trama, ou seja, tudo o que está lá, cada linha, cada parágrafo é aproveitado, avançando em cada capítulo, como num jogo de xadrez, sem encher linguiça.
Duvido você andar pelas ruas da Cidade Maravilhosa depois de ler Deuses Caídos e permanecer indiferente. Em cada penumbra, em cada som, em cada sombras dos edifícios, alguma criatura pode espreitar a escuridão.
Uma guerra está acontecendo. E estamos no meio do conflito, como ovelhas, sem nada poder fazer.
Mas um padre e uma inspetora de polícia podem.
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Gramatura Alta 08/08/2018

http://gettub.com.br/2018/08/08/deuses-caidos/
Judas Cipriano é um padre exorcista que responde a uma sociedade secreta da Igreja, chamada de São Tomé. Sua habilidade é posta em prova, quando ele precisa encontrar um assassino, que se denomina o novo messias e executa suas vítimas de forma extremamente cruel, sempre com transmissão ao vivo pelo Youtube, onde ele expõe os pecados da pessoa que será morta e os espectadores decidem o destino dela através de likes e deslikes. Para isso, Cipriano conta com a ajuda de Júlia, uma investigadora que consegue se comunicar com a Internet através de sua mente.


Quem ler DEUSES CAÍDOS, irá encontrar muitas similaridades com outras obras, dos mais diversos gêneros, mas em especial com três: o terror sádico e gore parece extraído dos livros de Clive Barker; e Cipriano é uma versão nacional de Constantine, o personagem criado por Alan Moore para os quadrinhos e que tinha a mesma função de investigador do sobrenatural; o filme SEVEN, com Brad Pitt e Morgan Freeman, onde dois detetives perseguiam um assassino em série sádico. Além disso, a mistura de criaturas com tecnologia, e a necessidade de uma enorme suspensão de descrença, também remete bastante às obras de André Vianco.

Neste ponto, você pensa: nossa, parece tudo copiado, uma droga! Aí que reside a surpresa: é tudo muito bom! O autor conseguiu fazer essa sopa de referências e dar seu próprio tempero, utilizando uma metáfora gastronômica rssss

DEUSES CAÍDOS é um dos melhores e mais divertidos livros de terror que li nos últimos anos. Tudo na história é exagerado, os diálogos lembram atores canastrões, as situações de perigo são as mais variadas, as mortes são absurdas, as motivações do vilão são megalomaníacas, e no fim você descobre que leu tudo de uma só vez, porque é tudo escrito de uma forma que envolve e faz o leitor aproveitar cada palavra, como aqueles filmes pipoca, cheios de efeitos, que você vibra pelas situações cada vez mais incríveis.

Cipriano sempre tem algo pronto para salvá-lo do perigo, mas que ele deixa escondido e só usa no último instante. Ele sempre está um passo à frente de quem vai enfrentar, sempre tem um plano de reserva e utiliza de qualquer artifício para atingir seu objetivo, mesmo que seja de forma desonesta. Ele não se preocupa com a moral ou em ser julgado. Seus diálogos são provocativos, petulantes, convencidos, o que intimida, de forma convincente, seus adversários. Ele é o tipo de pessoa com quem você não gostaria de discutir, porque, certamente, perderia. Apesar disso, Cipriano não se encaixa no anti-herói, uma vez que, apesar de seu comportamento, sua essência é completamente boa, ele se preocupa com o seus e tem uma distinção clara do que é certo e do que é errado.

Júlia é uma coadjuvante de peso. Embora ela aparece bem menos que Cipriano, as partes em que aparece, são importantes e decisivas. Inclusive, no final, ela enfrenta uma das piores criaturas do livro. Seu poder lembra muito Doug Ramsey, o Cifra, personagem dos X-Men que se comunicava com os computadores e compreendia qualquer linguagem, e é explicado no decorrer da história, mas ele contém surpresas, uma vez que, quando o leitor acha que já compreendeu tudo o que ela pode fazer, é feita uma revelação que a coloca em outro patamar. É uma surpresa interessante e bem-vinda, ainda mais por usar da cultura brasileira, ou melhor, de uma das religiões brasileiras.

E essa é a qualidade que mais gostei em DEUSES CAÍDOS: o autor utiliza lendas nacionais para compor suas criaturas. Temos várias conhecidas, como o Saci, por exemplo. Mas em uma caracterização assustadora, mortífera, que deixa o leitor surpreso. Mas também vemos Cipriano enfrentar outras mais internacionais, como vampiros, gárgulas, feéricos, magos, feiticeiros, demônios e até mesmo fadas. Todas essas criaturas são caracterizadas de forma única, respeitando o que já conhecemos delas através de outras obras, mas elevando o morbidez de seus poderes.

Eu confesso que fiquei surpreso por a editora publicar uma obra de um autor pouco conhecido e em um selo voltado para um público mais restrito, que está acostumado a obras mais conhecidas, como as de Stephen King. Após a leitura, comprovada a qualidade de DEUSES CAÍDOS, eu compreendi o motivo da publicação. Se você não gosta de terror, se tem medo, não precisa. O livro não tem qualquer trecho que cause medo. Ele é mais um estilo de fantasia, como um X-Men para adultos, com mortes sangrentas e lutas violentas.

site: http://gettub.com.br/2018/08/08/deuses-caidos/
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Adri 04/08/2018

Uau! Livro incrível!
Deuses Caídos é um livro delicioso e com uma história maravilhosa do começo ao fim.
Com uma escrita divertida e dinâmica, o autor mantém o leitor querendo mais a cada página. Seus personagens são carismáticos, interessantes e muito humanos (na falta de uma palavra mais adequada). O livro trás uma história fantástica com os dois pés enterrados no terror, combinação que particularmente me agrada muito. As descrições grotescas também são ponto forte do livro. Se você gosta de gore, também vai se apaixonar.

Entrou na minha lista de favoritos e mal posso esperar para que novos títulos de Gabriel Tennyson sejam publicados!
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Leandro 01/08/2018

DEUSES CAÍDOS: ENTRE ANJOS, EXORCISTAS E SACIS
A mitologia é um tema tão grandioso e vasto que fica quase impossível você saber tudo sobre uma determinada área. Levando em conta a vastidão de religiões e crenças que o mundo produziu, isso se torna ainda mais hercúleo. Mas em um mundo com centenas de histórias sobre gregos, egípcios e nórdicos, a mitologia angelical não tem tanto espaço. Deuses Caídos tenta redimir isso.

Sendo um fã de Eduardo Spohr e sua Batalha do Apocalipse, fico atento a qualquer produção que se refira à Anjos e Demônios. Afinal, fé à parte, existe uma vastidão de possibilidades dentro dos mitos que remetem à cristãos, judeus, entre outras religiões que partilham o mesmo cerne. Em Deuses Caídos temos uma narrativa que se aproveita de tal repertório para ir além.(...)

Para continuar, leia Diário de Seriador!

site: http://www.diariodeseriador.tv/2018/08/deuses-caidos-entre-anjos-exorcistas-e.html
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Wesnen Tellurian 29/07/2018

TEM UM POUCO DE ESCRITOR NESSE TALENTO | Canal KrossOver
Nesse livro, sem compromisso com o mimimi, Gabriel Tennyson rasga a barreira que nos mantém em sanidade. Se for de mente e estômago fracos, leia este livro com uma sacolinha do lado.
Fiz a resenha completa em vídeo para o Youtube, no Canal KrossOver. Confira no link da resenha.

site: https://www.youtube.com/watch?v=92RDYW51K6I&t=54s
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Jis Rocha 28/07/2018

Incrível
Resenha completa no blog http://www.oblogcaentrenos.com.br/2018/07/resenha-deuses-caidos-gabriel-tennyson.html?m=1#more
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Euflauzino 24/07/2018

Olho por olho
Se você deseja aventura, horror e uma paulada literária dessas de deixar qualquer um com vertigens, Deuses caídos (Suma, 288 páginas) de Gabriel Tennyson é a escolha certa. As descrições são grotescas, o linguajar é cru e real e pode desgostar aos mais puristas e puritanos, mas sem sombra de dúvidas é um texto forte e sincrético que nos desafia a pensar sobre religião, mesmo sendo um livro que privilegia o sofrimento, a repulsa e o pânico. O livro é gore, tremendamente gore.

Com um prólogo que se ligará a uma das personagens principais, o livro tem abertura ímpar e já nos enlaça pela qualidade de impactar rapidamente.

"Antes de ser violentado por três homens em uma cela em Bangu I, César foi um dedicado professor. Mas isso foi em outra vida, quando não carregava a acusação pelo estupro de uma criança. Seu inferno não veio com fogo ou enxofre, mas no gosto azedo dos detentos, nas surras diárias que lhe custaram os dentes, nas tentativas de voltar à carreira, apesar da ficha criminal. Após cumprir pena, César conquistou o sonho de liberdade para dormir no cimento áspero das calçadas da Vila Mimosa."

Uma entidade inominável surge nas ruas da cidade sangue quente — Rio de Janeiro — para disparar o processo que fará com que os pecadores temam por suas vidas e, pior, por suas mortes.

"Em grande velocidade, filamentos brotaram daquela espinha e começaram a recriar um esqueleto. O crepitar das calcificações misturou-se ao borbulhar da medula que preenchia os ossos. Nervos, veias e artérias se alastraram feito trepadeiras, enquanto na caixa torácica, órgãos inflaram para bobear sangue e enzimas — tudo nascido a olho nu —, revelando que a natureza gestava uma abominação dentro de um útero invisível."

Esta entidade é um matador voraz com poderes sobrenaturais que sai à caça de famosos religiosos que pecaram. Cabe à Sociedade de São Tomé, ligada ao Vaticano, de alguma maneira abafar o caso, capturando tal criatura sem criar pânico na cidade que dorme sem saber que seu submundo está repleto de seres fantásticos, distante da explicação racional que conhecemos e nos mantém sãos.

O indicado para esta missão é um descendente direto de São Cipriano com poderes celestiais, Judas Cipriano, padre indisciplinado, homossexual e avesso aos dogmas da Igreja, veterano em casos extraordinários.

site: Leia mais em: http://www.lerparadivertir.com/2018/07/deuses-caidos-gabriel-tennyson.html
Andrea 25/07/2018minha estante
Gente, que coisa forte! Fiquei interessada. Essa descrição da criatura não te lembrou um pouquinho, lá no fundo, Wunderkind? MEU DEUS QUE SAUDADE DESSA HISTÓRIA!!


Euflauzino 25/07/2018minha estante
só por se tratar de um livro de terror nacional já mereceria leitura. depois de lido sei que este cara é muuuuito bom, tem uma escrita rápida e bem gore. gostei bastante, leia também.
não sei se há alguma semelhança com wunderkind (mas que me deu saudade deste livro também, ahhh me deu, onde está o resto da saga????)




pehlma 16/07/2018

Vi muitas pessoas comentando que este era um livro de horror, que o protagonista era m anti-heróis e etc.
Bem, eu não acho que seja horror da mesma forma que não acho que Cipriano seja um anti-herói. Se trata de uma fantasia urbana e um suspense, com um toque excessivo de gore (que é lindo) e Cipriano é um herói, boca suja e de preferencias fora do convencional.

Cipriano é um Padre (sqn) que trabalha para uma ordem secreta do vaticano, onde é responsável por lidar com o sobrenatural. Quando uma criatura começa a torturar e matar pessoas corruptas famosas, em lives no Youtube, se auto intitulando o novo Messias, é hora de entrar em cena.

Sinto que mais uma vez minha expectativa me traiu. Eu esperava algo bem diferente. A quantidade de elogios a obra é enorme. Não achei ela ruim, o livro conta com algumas cenas sensacionais e é preciso pontuar que hoje em dia, encontrar alguém com coragem e culhão para descrever tal cena e mexer com tais arquétipos de nossa sociedade, é algo bem raro.

Porém, nem tudo são flores, algumas coisas realmente me incomodaram.

Cipriano é uma mistura de Constantine + CSI + Seu Boneco. Ele é OverPower DEMAIS e acho que o livro sofre um pouco com o que chamo de "efeito supersayajin". Quando seu protagonista é poderoso e fodão demais, você precisa enfraquecer todos os inimigos, isso fica um pouco chato e forçado. Cipriano é interessante, mas forçado demais. Ao invés de empatia eu acabava ficando meio de saco cheio dele e pegando ranço.

O nível de poder, por exemplo, é outra que me incomoda bastante... O que para muitos o fato dessa salada de criaturas sobrenaturais existirem seja uma coisa boa, para mim fica bobo, já que não consigo encaixar no meu conhecimento prévio (já que não há uma explicação aqui) que elas coexistam.

Julia é uma personagem chata, sem motivação, forçada e totalmente Deus Ex Machina. Sem carisma algum mesmo. O que é uma pena porque no início eu realmente achei que ia odiar o padre e me apaixonar por ela.

Faltou coragem de matar alguns personagens. Apesar da última morte eu ter tirado o chapéu (ele acertou muito nela), achei que foi pouco.

O vilão é fraco e bobo. Cara que frustração do caralho. Triste, bem triste. O combate final me fez ficar balbuciando: “ahhh não... termina assim não... ah não....”

A resolução do mistério também achei que foi um pouco fácil demais. Não é ruim, eu só esperava mais. Fica aquele gostinho de que tu sabia que podia ser melhor.

O Epílogo não acrescenta nada na história, é simplesmente uma insinuação de se criar uma brecha para um próximo livro.

Tem personagens demais. Referencias a cultura pop demais. Infelizmente desenvolvimento de menos. Esse é um daqueles casos onde eu queria que o livro fosse maior, justamente para ver toda essa gama de mundo + personagens mais trabalhados e melhor explorados.


Confesso que gostei bastante de todas as alfinetadas a igreja e principalmente as cenas mais bizarras. O autor não economizou na bizarrice e isso além de corajoso é louvável.

A obra se passa no Rio de Janeiro e é gostoso ver tantas referencias a lugares que eu já estive ou já passei. É uma viagem divertida que vai do subúrbio a zona sul.

A dentista Fernanda(Fê) Érica tem um nome incrivelmente sensacional hahahah.


No geral é uma obra boa e divertida, tem um certo humor mórbido sensacional e excelentes cenas de gore explicito para usar nas minhas mesas de Kult. O horror e o suspense deixam a desejar, mas para quem gosta de protagonistas fodões e badass vão ter em Cipriano um prato cheio. Já aqueles apaixonados por uma salada sobrenatural vão se divertir vendo de vampiros a fadas do dente e até a dragões chineses.

É um livro que vale a pena experimentar e ver essa nova roupagem gostei mais da primeira parte que da segunda, mas isso não tira seus méritos nem seus deméritos. O livro passa na média com uma certa folga rs.

Deuses Caídos - Gabriel Tennyson
Nota: 8/10

site: http://resenhanaestante.blogspot.com/2018/07/resenha-deuses-caidos-gabriel-tennyson.html
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Jeff.Rodrigues 05/07/2018

Resenha publicada no Leitor Compulsivo.com.br
Assassinos com dons sobrenaturais, mortes viscerais, e os caminhos misteriosos das religiões são o combustível para grandes histórias de terror. William Hjortsberg nos presentou com Coração Satânico, um dos melhores exemplos de livros nessa pegada. Se pensarmos nesse Brasil em que a crença é intrínseca em nosso povo, o que não faltam são elementos capazes de gerar um panteão de personagens dotados dos mais inusitados dons e histórias para mexer com nossos nervos. Se avançarmos mais um pouco e mergulharmos na ginga mística do sangue carioca, aí então que teremos todo um universo a ser explorado. Um mundo e um submundo povoado por deuses caídos.

Fugindo daquelas tentativas recorrentes de imitar autores norte-americanos ou mesmo de ambientar a trama em territórios estrangeiros de modo artificial, como existem inúmeros exemplos povoando nossas estantes nacionais, Gabriel Tennyson mergulhou na essência do carioca e esbanjou criatividade e originalidade para compor seu Deuses Caídos. O livro já nasce um clássico no terror brasileiro e coloca o nome de Gabriel naquela listinha seleta de autores a serem acompanhados de perto pelos fãs do gênero.

A base tradicional do suspense está na superfície de Deuses Caídos: um assassino em série e uma dupla de investigadores em seu encalço para detê-lo. Mas é mergulhando na essência da obra que encontramos seu diferencial e sua genialidade. A sociedade carioca, seus estereótipos sociais, a cultura, o sincretismo, a sensualidade, o subúrbio e a zona sul… Tudo se mistura para dar vida a um terror bizarro, sujo, chocante e extremamente plausível. Por mais grotesca que seja a trama, e isso não é uma crítica negativa, em nenhum momento ela soa como uma fantasia absurda. Excluindo as situações mais fantásticas, todo o resto é crível e daríamos total crédito se fosse notícia de jornal. Porque esse sobrenatural que Gabriel tão bem manipulou faz parte da nossa essência. Logo, é verossímil.

Nas páginas de Deuses Caídos vocês vão encontrar o pecado, que tão bem conhecemos, sendo punido por alguém que se acha um novo messias. Os pecadores escolhidos são um acerto à parte e a forma de punição é elaborada e inteligente. A investigação está nas mãos de um padre síntese do carioca, que transita em todas as esferas, fala todas as gírias e conhece todos os buracos onde se tem solução pra tudo. Mas é no lado coadjuvante que o encanto do livro é mais forte. Gárgula, súcubo, dragão chinês, fada do dente, todos carioquíssimos, sensuais, construídos com DNA de Brasil. Gabriel Tennyson criou e adaptou um rol de entidades e figuras mitológicas e folclóricas para dar sustentação a sua história. Com isso, inaugurou uma mitologia nova, bem brasileira, e que lhe permite expandir seu universo em incontáveis novas histórias.

Puritanos, conservadores e mentes fechadas devem manter distância da leitura de Deuses Caídos. A história aqui é para quem tem estômago e aprecia qualidade de criação, sem pré-conceitos. Aos fãs do terror, do fantástico, do sobrenatural, leiam, releiam e ergam as mãos aos céus, pois, enfim, temos um horror digno dos maiores clássicos escrito por um nome nosso. Recheado de referências, com um humor ácido, e em uma linguagem gostosa e envolvente, Deuses Caídos é o livro do ano no terror brasileiro. É o livro que nenhum mortal pode deixar de ler, sob pena de enfrentar a fúria dos deuses.

site: http://leitorcompulsivo.com.br/2018/07/03/resenha-deuses-caidos-gabriel-tennyson/
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