Naty__ 04/11/2019*****A morte está servida*****
Magda Ritter reside na Alemanha, porém, com o surgimento do nazismo, está muito perigoso continuar por ali. Seus pais decidem que o melhor é ela morar com seus tios em outra cidade. Claro que haveria uma condição para tal, ela precisaria trabalhar, afinal, só comer e dormir dá muito gasto.
E assim ela vai atrás de um emprego e consegue se cadastrar na Liga do Reich. Passados alguns dias, ela foi chamada para trabalhar em algo secreto, mas não fazia ideia que emprego era esse. Adivinhem onde... Numa agência que a envia diretamente para a mansão do Hitler para provar as suas refeições. Hitler precisava de quinze mulheres para provarem sua comida, pois ele era obcecado com a ideia de ser envenenado pelos aliados ou até mesmo por traidores, vai lá saber. Quem faria essa maldade com o bichinho, não é mesmo? Ô, tadinho.
Ela nunca contou a ninguém o que fez, apenas seu marido sabia. Ela não podia falar, seria pior para ela. Todavia, os segredos guardados por tantos anos precisavam ser revelados, para nós, dessa vez. Então ela nos é contada e inspirada em Margot Wölk, que apenas aos 95 anos decidiu revelar os horrores vividos e sobre ter trabalhado para Adolf Hitler. E tudo o que vocês precisam saber está dentro deste livro. Chocante.
*****Qualquer refeição pode ser a última*****
O livro não conta apenas o trabalho de Magda, em provar as comidas antes para saber se estão envenenadas. É claro que no início ela morre de medo, afinal, sua vida corre perigo. Porém, depois de um tempo ela percebe a segurança que é, ao menos fica convicta disso. As mulheres precisam conhecer cada tipo de veneno, estudam suas especiarias, sentem o cheiro e por aí vai. Então, isso dá maior credibilidade na hora de ingerir os alimentos.
Magda conhece um oficial das forças armadas do Fürher e, obviamente, se apaixonam. O que Magda não imagina é que ele não passa de um traidor do seu superior e é isso que a conquista, já que ela sempre fica muito sozinha, sem ter com quem conversar, pois todos querem o bem dele, menos Magda. Quando seu amado surge, juntos, eles resolvem criar uma forma de matar o Hitler.
Depois ela passa a conhecer e se envolver com outras pessoas lá dentro, as mulheres na cozinha e, claro, a amante obcecada de Hitler e passam a ter um contato maior. Eva, a amante, cria fantasias na cabeça e quer fazer Magda acreditar que está tudo bem. Mas não para por aí. Ela está certa do que vê, os corpos jogados, a forma desumana que muitos viviam, isso a fez enxergar que nada estava normal. Eles precisam arrumar uma forma de matá-lo.
*****Eu conheci Hitler…*****
Parte da história vai desenrolar exatamente nisso, eles conseguem ou não? Engraçado que eles criam coisas, porém, acontecem outras que não foram bolas por eles. Então, surge a dúvida: existe uma terceira pessoa envolvida nisso?
Tensão é a palavra para definir esse livro. A gente quer ajudar Magda, quer tirá-la de lá, mas ao mesmo tempo queremos que ela fique para que seu plano dê certo, mas sempre tomando cuidado para não morrer. A gente sente dó das vítimas e sentimos vontade de matar cada um que fez isso acontecer.
A história mescla ficção com realidade e, ainda que sejamos apaixonados por história, nem sempre é possível perceber o que é realidade e o que é fantasia. Afinal, segundo o próprio autor em nota integrante da narrativa, o livro surgiu inspirado em um fato real que só veio à tona em 2013.
*****E minha história precisa ser contada*****
O livro é excelente, sem dúvidas uma ótima indicação, até mesmo para presentear alguém. Principalmente pelo fato de se passar na Segunda Guerra Mundial, algo que amo. A leitura é intrigante, envolvente e, às vezes fluida. Explicarei o motivo.
Sobre a edição: A capa do livro é linda. Nos dá a ideia exata do que a história nos quer contar. As folhas são amareladas e proporciona um descanso. Porém, há ainda (e sempre haverá) um certo incômodo. O Santo Senhor das diagramações nossas de cada dia não me deixa longe desse infortúnio chamado “diálogos entre aspas”. Fujo dele, mas sempre me persegue. A leitura pode ser fluida, pode ser linda, encantadora, mas, quando me aparece um diálogo entre aspas, meu bloqueio é certo e às vezes dou uma abandonada no livro, uma arrastada, uma espreguiçada, qualquer coisa que me afaste de leitura por alguns dias. Isso é certo. Ela nunca é e nem será a mesma. No entanto, há aqueles que não acham problema nisso. Benditos sejam!
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http://www.revelandosentimentos.com.br/2018/09/resenha-um-banquete-para-hitler.html