Lady 16/04/2012Depois de assistir o filme adaptado a partir deste livro milhares e milhares de vezes - sério, quem se cansa de ver a Anne Hathaway ou a Meryl Streep, além de vários outros atores e personagens marcantes desta história? - eu TINHA que ler o livro. E foi com muita expectativa que o peguei pra ler.
Não era tudo que eu esperava, mas isso não é completamente ruim. Na verdade, se eu for analisar somente a história, no livro os aspectos que tornam o emprego de Andrea tão ruim são mil vezes mais ressaltados que no filme, especialmente porque nós a acompanhamos por um tempo maior. A Miranda do filme é chata, mas nem de perto é tão intragável quanto a Miranda do livro, com suas vinte e nove ligações à uma da manhã e suas informações pela metade. As missões a que Andrea é submetida no livro são tão absurdas que chegam a ser cômicas.
Outra coisa que eu gostei bastante no livro foram alguns detalhes que o filme não mostra, como o efeito que Andrea carinhosamente nomeia de Virada Paranoica Runway, que consiste numa paranoia toda vez que você está falando mal de Miranda pra alguém que te faz imaginar que ela, de alguma maneira, está te espionando e ouve tudo o que você diz, e automaticamente você começa a se contradizer pra retirar o que disse. As partes mais engraçadas do livro vêm daí.
Contudo, os personagens no livro não são carismáticos o suficiente - nenhum deles, eu digo. Não consegui me afeiçoar a Alex, o namorado fofo de Andrea, ou a Lily, sua melhor amiga meio problemática, nem consegui sentir outra coisa que não raiva e pena de Andrea. Talvez o fato de ela dedicar tão pouca atenção às pessoas, enquanto foca no trabalho, seja o motivo pelo qual o livro acabe e nenhum personagem tenha realmente te marcado. E esse é o aspecto que torna o livro mais cansativo. Demorei muito pra ler não apenas por uma crônica falta de tempo, mas por falta de ânimo; na metade do livro, não queria mais saber o que Miranda tinha inventado pra hoje, ou quantos cafés ela teve que buscar na Starbucks até ver sua chefe satisfeita. É tão centrado num mesmo cotidiano (embora esse dia-a-dia nunca permaneça o mesmo) que se torna maçante.
Por fim, é uma boa leitura, mas com elementos de menos pra ser tão legal quanto poderia ser. Pela primeira vez, fico com o filme.