Livya 10/07/2023
Ponto final.
Existe uma ideia melancólica no desconhecido. Seja nosso medo do novo, de não dar certo, ou de talvez não ser a melhor escolha. Com a morte não é diferente, nunca sabemos nem quando nem como, muito menos o que esperar do depois. Mas uma coisa é certa, ela é nossa única certeza.
A ideia de sabermos quanto tempo de vida temos, parece assombrosa, ainda mais se acompanhada de uma doença catastrófica. A dualidade de escolher viver mais uns dias, quem sabe meses, se com sorte ou esperar, curtir o pouco, talvez o muito, com azar o nada.
A idea de abraçarmos mais os que amamos, de dizer aos nossos amigos as suas importâncias ou largar nosso trabalho só podemos desfrutar diante de algo maior, e muita das vezes é acompanhado de um susto, nada ensaiado ou esperado.
Este livro trás uma ideia póetica de como viver o adeus, acompanhado de uma doença. De viver seus sonhos, talvez os mais importantes, os que você viveu esperando ter uma coragem, um pontapé inicial. Nos faz pensar que talvez a resposta esteja nos detalhes, talvez largar seu emprego não seja tão mal. Ou deixar seu apartamento em uma cidade caótica para trás não seja tão difícil assim.
Tudo isso dependem de muitos fatores, a coragem é uma delas. O livro trás uma sede de viver, uma vontade de amar sem medidas e uma ideia romantizada da vida. Talvez seja o que nos falta.
Reverências e palmas de pé ao autor.