Lara Mélo 03/02/2021às vezes só queremos um "felizes para sempre" no finalApesar de alguns clichês - a mocinha não se encaixa nos padrões de beleza, o cara é lindo de morrer e tem um passado problemático - "Minha queda por heróis" foi uma leitura leve e agradável.
Aqui, o "vilão" vira o herói e não tem príncipe encantando salvando a mocinha. Ela mesma consegue ir "se salvando", se virando, passando por um processo de autoconhecimento e reflexão que vai apagando a imagem ruim que a mãe pintava dela e permitindo que ela desenhe uma nova versão de si mesma.
Ao longo do inverno passado em Peregrine Island, Annie descobre que não fracassou naquilo que ama fazer - trabalhar com ventriloquismo e fantoche de bonecos - e que pode ressignificar e ampliar seu trabalho para ajudar crianças traumatizadas por questões familiares, como Lívia.
Além disso, ao descobrir que Théo não é o culpado pelos traumas de sua adolescência, passa a conhecer um outro lado do rapaz que não imaginava existir. E aí o relacionamento deles vai se desenrolando, entre altos e baixos, até o tão esperado "felizes para sempre".
Enfim, o livro tem algumas viradas e acontecimentos interessantes, mostrando que nem sempre as pessoas são aquilo que parecem ser ou que achamos que são - elas podem mudar ou simplesmente tomar atitudes fora da curva em momentos de desespero ou para proteger aqueles que amam.
No fim da leitura, fiquei pensando que o livro daria um ótimo filme de comédia romântica, daqueles despretensiosos, pra assistir quando não se quer fazer muito esforço pra entender o enredo ou os personagens.