Camila.Aranha 11/04/2021
Prisioneiros da Mente
Você está chegando no findar da sua vida, olha para trás e se pergunta: das coisas que eu construí, quais eu levarei para o túmulo e quais farão parte das gerações futuras? Assim ocorre com Theo Fester ao decorrer desse romance psiquiátrico inquietante. Criado por um sobrevivente do terrível Holocausto, vítima de bullying na infância, ele conseguiu se reinventar e se tornar um empresário de sucesso e pai de três filhos ricos. Entretanto, aparentemente, nem mesmo um dos homens mais bem-sucedidos do mundo pode escapar do inevitável fim da vida, nem fugir de seus cárceres mentais que foram construídos e reforçados por longos anos.
Theo é dono de uma personalidade intrigante e, por vezes, admirável, mas, errou ao esconder suas lutas, fracassos e gentilezas de seus dois filhos e de uma filha. Assim, eles cresceram como príncipes e princesas, com cede de poder e riqueza, e intocados pelo amor. O bilionário se lamenta sobre essas questões quando é influenciado a conhecer o misterioso psiquiatra Marco Polo. Relutante e desconfiado, Theo demora um pouco para aderir às ideias do médico sobre a viabilidade da humanidade, porém, logo vê sua inteligência ao falar a respeito das piores prisões existentes no planeta: o cérebro humano.
O megaempresário busca um sentido para sua vida, enquanto o psiquiatra deseja investimento para colocar em prática um projeto que irá desafiar todas as injustiças do mundo. Uma união como essa nunca foi mais bem vinda. Mas, do que eles precisarão abdicar para realizarem esse feito? Será apenas o dinheiro que estará em jogo?
Augusto Cury não poupa recursos tecnológicos e criatividade na construção dessa história, cada página é regada com uma ideia futurística mais genial que a outra, apesar de, algumas vezes, se tornar repetitivo ou exagerar na dramatização da cena. No geral, é uma obra cativante, pois, nos leva a ter espeças de dias melhores e a ter a crença de que ninguém nunca estará completamente perdido se for lhe dado a oportunidade de enfrentar seus piores medos.
Theo testa seus filhos de maneiras inimagináveis, os coloca em situações degradantes por uma causa maior. Mas, alguns leitores podem até opinar que ele foi gentil, dadas as circunstâncias. Durante essa briga de egos, patrimônios e riquezas, o que realmente importa é o que você faz quando não sabe que está sendo observado.