Úrsula

Úrsula Maria Firmina dos Reis...



Resenhas - Úrsula


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Beatriz Leonor 29/01/2024

Um clássico precursor do abolicionismo!
É o primeiro livro publicado por uma mulher no Brasil, em 1859. Maria Firmina é preta, nordestina e percursora do abolicionismo.

O livro é um romance e sendo sincera o romance em si não é o foco (pelo menos pra mim), além de que, para nós leitores do século XXI seria apenas mais um clichê. Mas se focamos no ano que foi escrito, onde é a primeira ficção que da voz aos escravos, que detalha suas vivências antes da escravidão e seus sentimentos, colocando-os par a par entre brancos e negros na narrativa.

Outro ponto interessante aqui é que temos um mocinho que foge das regras patriarcais da época colonial, que é abolicionista e que também se preocupa com a vontade de sua amada.

Acho que todos deveriam dar uma chance nesse romance, ele vai te surpreender.
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viih 29/01/2024

Úrsula; Maria Firmina dos Reis
Romantismo, escola literária do século XVII/ XIX. cheia de hipérbole, extremo amor ou extremo ódio; nunca foi uma fase que me mas agradou de estudar e nunca tive interesse de ler os escritores da época, acho que, por conta de saber que boa parte dos autores daquela época eram europeus
indiferentes, ao sofrimento brasileiro - seja as indígena ou escrava apesar da primeira fase do romantismo "exaltar" o Indio e a Terceira (e última fase) buscar justiça social.
Mas ao ler Ursula de Maria Firmina dos Reis, neta de escravos, professora e maranhense, uma mulher que se impôs em 1860, quase 30 anos antes da ?abolição da escravidão" me faz me apaixonar por esse livro e pela escrita.
De maneira clara, objetiva e sensível ela narrou sofrimento dos personagens fictícios, ao expor a crueldade de filhos serem separados dos pais e o sequestro que ocorria de alguns ainda em seu continente de origem-Africa-, que provavelmente são histórias que ela viu e ouviu na época.
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Thamiris.Treigher 28/01/2024

Essencial na literatura brasileira
Aqui está um clássico que deveria ser muito mais lido e conhecido. Não só por sua história, mas também por sua autoria, significado e representatividade.

Antes de falar sobre o enredo de "Úrsula", é muito importante comentar sobre a autora da obra, Maria Firmina dos Reis, mulher maranhense, negra e uma das primeiras romancistas brasileiras. Tudo isso já explica muito sobre sua invisibilidade e anonimato por tanto tempo.

O romance, escrito em 1859, escandalizou a sociedade da época. Ele trouxe uma abordagem crítica à escravidão e à sociedade escravista e patriarcal, além de destacar personagens africanos e afro-brasileiros escravizados, escancarando aquela realidade injusta e tirana.

Úrsula foi um dos primeiros romances abolicionistas brasileiros. Por meio de um estilo ultrarromântico (que eu amo!), conhecemos a história do par romântico Úrsula e Tancredo, que se apaixonam perdidamente mas logo veem esse amor cercado de obstáculos e desafios.

Outros personagens em destaques são Túlio e a velha Susana, ambos escravizados. Túlio ganha sua liberdade ao salvar a vida de Tancredo, mas Susana não tem o mesmo destino. Conhecemos sua longa e sofrida vida, que nos sensibiliza fortemente.

O monstruoso comendador P., tio de Úrsula, também se apaixona pela moça, e isso leva a uma sequência de acontecimentos intensos, dramáticos e revoltantes, enfatizando o terrível sistema patriarcal e senhorial da época. Esse é realmente um romance repleto de emoções e complexas tramas familiares.

Um destaque dessa edição maravilhosa da @penguincompanhia é sua introdução, contando muitos detalhes sobre a obra e a vida de Maria Firmina dos Reis, o que é importantíssimo para entender o lugar único que esse romance representa para a literatura brasileira.

Amei muito! Todos deveriam ler! ?
Fabio 30/01/2024minha estante
Belíssima, resenha, Thamiris!


Thamiris.Treigher 31/01/2024minha estante
Muito obrigada, Fabio. Fico feliz que tenha gostado!




Renata.Mieko 25/01/2024

Muito bom.
Infelizmente não conhecemos tanto assim as obras de Maria Firmina Reis, mas todos deveriam.
São obras importantíssimas à nossa literatura.
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Livia1107 22/01/2024

A maldade, belamente escrita
Uma doce e pobre jovem, muito linda e muito branca, cuida sozinha da mãe doente em uma casa isolada no interior do Brasil e, no espaço de alguns dias, se torna o objeto da paixão arrebatadora de dois homens ricos, também brancos, sendo essa sua perdição. Publicado em 1859, auge do romantismo, o enredo tem todos os elementos para ser um sucesso entre as(os) leitoras(es) da época e, quem sabe, fazer chegar até elas(es) - escondidos em meio aos amores de Úrsula, Tancredo e Fernando - os relatos dos sofrimentos das pessoas negras escravizadas no Brasil.

Ao ler Úrsula, eu imaginei que essa foi a estratégia de Maria Firmina dos Reis - maranhense filha e neta de escravas alforriadas, professora concursada do estado, e considerada hoje a primeira escritora abolicionista do Brasil - para que seu verdadeiro objetivo se concretizasse: envolver a(o) leitora(or) em dramas românticos e paisagens idílicas para tocá-las, quase sem querer, com a ponta do chicote.

Discretas, as personagens secundárias Túlio e Mãe Suzana contam suas histórias ali no meio das desventuras de Úrsula, apresentando em momentos oportunos a nada lírica violência sofrida pelos escravizados, ambos contando em primeira pessoa sobre dor, injustiça, degradação, tristeza e morte. O doloroso relato de Mãe Suzana remonta ao seu sequestro, ainda na África, onde foi separada de sua família e embarcou em um tumbeiro, outro nome para as embarcações que, muitos anos depois, Castro Alves - e não Maria Firmina - eternizaria em seu poema Navio Negreiro.

Fui arrebatada pelo vocabulário, pela construção das imagens, pela carga dramática do enredo e pela voltagem sentimental das personagens. Maria Firmina faz a língua portuguesa florescer em um cenário que é ao mesmo tempo sonho e pesadelo, e em que a maldade, infelizmente, pode massacrar a bondade: é o que acontece em todas as tramas que a autora tece nesse romance que deveria estar entre os que são considerados formadores da personalidade cultural brasileira, mas que nunca teve o reconhecimento merecido.


site: www.365livias.com
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qingxin 21/01/2024

Uma leitura avassaladora
A escrita de Maria Firmina dos Reis é maravilhosa, extremamente fluída e prende com facilidade o leitor. Ainda bem que grupos de pesquisa existem e impediram que essa perfeição de livro fosse apagado da literatura brasileira!

O livro é ultra-romântico, a história principal gira ao redor da paixão avassaladora entre Úrsula e Tancredo que lutam muito para ficarem juntos, o que, apesar de ser narrado com maestria, não possuí necessariamente algo que o destaque de demais livros do mesmo período. O destaque, no entanto, está nas personagens secundárias Túlio e Susana, um que nasceu escravizado e a outra que foi capturada e trazida da África para viver como escravizada. O livro é o primeiro romance brasileiro a dar voz a um escravizado falando sobre escravidão. Os testemunhos de Túlio e Susana são escritos de maneira extremamente sensível, apesar dos relatos estarem repletos de crueldade, o ponto em evidência é a humanidade dos personagens, suas dores e o anseio pela liberdade. Apesar de serem personagens secundários, eles possuem profundidade e sua trajetória é ansiada pelo leitor tanto quanto a do casal principal ?talvez até mais.

A narração, de modo geral, é muito bem feita e nada exaustiva. Em diversos momentos é atribuída voz narrativa para que os personagens relatem acontecimentos passados a história narrada, o que aproxima o leitor dos personagens e cria empatia e repulsa por determinados personagens. O leitor anseia pelo desfecho da história e de todos os personagens. Assim como o restante da história, o final é carregado de emoção.?

Apesar da luta do cânone para excluir da nossa literatura qualquer obra que não seja produzida por homens brancos ricos, que escrevem de forma condizente a uma moral pré-estabelecida, é gratificante ver que graças a luta de muitos pesquisadores hoje temos conhecimento dessa obra belíssima que vale muito a pena ser lida.
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Felipe 21/01/2024

Úrsula
Em um primeiro momento tive dificuldades com a narrativa. Achei uma leitura difícil pela forma de escrita da autora, mas o que é compreensível tendo em vista que o romance foi escrito em 1859.

Quando vamos adentrando a narrativa, vamos percebendo a riqueza de detalhes dos personagens e suas histórias. Maria Firmina dos Reis, uma escritora negra, coloca os negros como protagonistas junto com os brancos, mostrando que ambos estão lado a lado. Um marco para a literatura brasileira, ainda mais para a época em que o livro foi escrito, no qual a abolição da escravidão não tinha acontecido.

Na história temos Úrsula, uma jovem, muito sonhadora que se apaixona por Tancredo e tentam viver um amor proibido uma vez que o tio de Úrsula tem o desejo de casar com ela. O tio, na história, faz o papel de vilão. Temos ainda a personagem de Suzana, muito importante para o livro pois ela vai falar sobre a liberdade que tinha antes de ser trazida a força para trabalho escravo no Brasil. O relato de sua história é forte. E temos Túlio, outro personagem importante que representa o escravo alforriado, que acredita ser livre, mas que no dia a dia, não acontece.

São muitos debates que esse livro trás para a nossa sociedade, ainda mais nos tempos de hoje. Gostei muito da história.
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Manuela.Azisaka 20/01/2024

Grande obra da literatura
Eu gostei desse livro, pretendo fortemente reeler ele dps de um tempo, pois acredito que exista mta coisa que eu deixei passar ou ainda não entendo completamente.
É um livro infestado de detalhes, marcos importantes da literatura e momentos significativos.
Acredito que esse livro seja muito importante para qualquer pessoa, e deveria sim ser algo obrigatório para todo leitor.
A importância histórica que ele carrega é inegável.
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AndressaSrta.LerLivros 16/01/2024

O amor transforma: para o bem ou para o mal
Essa história começa com Tancredo fugindo de uma enorme traição e de um coração partido. Ele sofre um acidente e Túlio, escravizado em uma daquelas fazendas próximas, o ajuda e leva para casa de sua senhora.
Nessa casa vivem Úrsula e sua mãe Luisa. Úrsula é uma jovem doce que cuida de sua mãe doente. Ela agora também cuidaria de Tancredo. Ele, que só necessitava de ajuda por seu acidente, conseguiria algo muito mais precioso, o amor verdadeiro.
Lá perto da fazenda de Úrsula, morava o comendador Fernando, que era tio de Úrsula e conhecido por sua crueldade para com seus escravizados.
Acontece que esse tio irá virar uma nódoa na história de Úrsula e Tancredo, mudando a vida de todos ao seu redor.
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camistozs 15/01/2024

Impressionante
Maria Firmina dos Reis foi a primeira romancista brasileira, tendo publicado Úrsula em 1859. Me impressionou muito o livro, pois o romance entre Tancredo e Úrsula se dá apenas como contexto para apresentar a história de personagens secundários que retratavam a sociedade escravagista e patriarcal da época.
É possível ver, de maneira sutil, críticas ao sistema em que o pai, o marido e o "senhor" ditavam todos os aspectos das vidas de suas famílias, em especial das mulheres, e o tratamento dado aos escravos - sempre péssimo, mas ocasionalmente também cruel.
Gostei bastante do desfecho da estória, que não esperava.
Fica a recomendação de um clássico brasileiro não muito abordado em currículos escolares.
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Debs @DeboraMaryn 14/01/2024

Ultra romantico
A autora presenteou os leitores com uma narrativa clássica, imersa no romantismo gótico característico da época. A trama, centrada no amor arrebatador, puro e inocente entre Úrsula e Tancredo, nas declarações dramáticas e no desfecho trágico, ganha vida através da escrita poética envolvente. Contudo, a verdadeira grandeza emerge quando a autora aborda e dá visibilidade, em segundo plano, aos ali escravizados, revelando as profundezas da dor, injustiça e horror da escravidão. Neste contexto, os personagens escravizados transcendem o papel de meros objetos da trama, sendo humanizados com suas histórias, sonhos e dores. A narrativa denuncia a impunidade, a injustiça e o abuso de poder.
Me percebi facilmente comovida e apegada com a autora quando li o prólogo que diz: " Mesquinho e humilde é este livro que vos apresento, leitor. Sei que passará entre o indiferentismo glacial de uns e o riso de escárnio de outros, e ainda assim eu dou lume...Sei que pouco vale este romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem trato e a conversação dos homens ilustrados, que aconselham, que discutem e que corrigem..."
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