Vera Sabino 23/03/2015Comprar é bom... sem compulsão, melhor ainda!!!O consumismo compulsivo, temática abordada de maneira leve e divertida por Sophie Kinsella nesse "chick lit", quando chega a um ponto em que a pessoa perde totalmente o controle de suas finanças, vive ansiosa, com crises de pânico, mentindo descaradamente e fugindo de seus credores -- como é o caso da personagem do livro -- (e de algumas pessoas reais que conheci/conheço), deve ser visto como um problema sério que merece atenção e tratamento.
Mas vamos à história, de leitura fácil, fluida e divertida.
A trama é narrada pela personagem, Rebecca (Becky) Bloom, jornalista de uma revista financeira, cujo trabalho é dizer às pessoas como administrar seu dinheiro.
Mas ela absolutamente não consegue fazer isso e tem as próprias contas em estado caótico.
Admite não entender nada de finanças, mas não se interessa pelo que está acontecendo no mundo dos negócios; por isso, passa por tremendas saias justas em entrevistas coletivas e quando alguém lhe faz perguntas sobre sua área de trabalho.
Como é esperta, consegue se sair bem na maioria das vezes.
Becky só pensa em comprar. É o que ocupa sua cabecinha oca o tempo todo.
Ela simplesmente não resiste a uma loja de grife, principalmente quando vê na vitrine uma plaquinha com a palavra "liquidação".
E compra desvairadamente qualquer coisa que esteja sendo liquidada, mesmo que não precise daquele ítem. Acha que é um ótimo investimento, pois sempre poderá dar a alguém de presente de aniversário ou presente de Natal (mesmo estando no meio do ano).
Não tendo como pagar suas contas -- porque gasta muito mais do que ganha -- vive ludibriando seus credores. Envia para eles cheque sem assinar, cheque com data de anos-luz à frente e cheque com valor menor que o mínimo exigido na fatura do cartão.
Seu gerente de banco há meses vem lhe enviando cartas, na tentativa de marcar uma reunião para resolver sua situação com o banco, cujo limite de crédito Rebecca excedeu em muito. As desculpas dadas por ela a seu gerente são hilárias: já quebrou a perna, teve gripe ganglionar, seu cachorro foi atropelado, vai receber uma herança de uma tia em breve, e tantas outras desculpas esfarrapadas.
Com tanta conta para pagar, ela simplesmente decide ignorar os avisos de cobrança, engavetando-os e até jogando-os no lixo.
Até que um belo dia, ao tentar efetuar o pagamento de uma compra enorme feita numa loja, Becky tem todos os seus cartões recusados. Humilhada na presença dos outros clientes, deixa a loja perturbada e toma a decisão de fugir e se esconder na casa dos pais.
Ao ser questionada, ela não tem coragem de contar a verdade para seus pais e mente descaradamente, inventando que está fugindo de um perseguidor, alguém que diz ser funcionário do banco onde ela tem conta e que a está ameaçando por telefone.
A partir de alguns acontecimentos enquanto na casa dos pais, Rebecca cai na real e sua vida dá uma virada. E nessa nova fase de sua vida entra em cena Luke Brandon, alto executivo do mundo das finanças.
Só nos resta esperar pra ver, na continuação dessa história, se Becky Bloom finalmente amadureceu e conseguirá organizar suas finanças.
Pelo título do próximo livro: "Becky Bloom: Delírios de Consumo na 5a. Avenida" tenho cá minhas dúvidas.