Richard.Capiotto 03/01/2024
?Ele não era o preto de ninguém ?
Baldwin é genial, e isso vai muito além de qualquer palavra que eu possa aqui vir a escrever. A construção do romance é inteiramente palpável, embora lançado na década de 1970, o que nos mostra o quão atual é impactante a obra pode ser, e de fato é. Temas complexos envolvendo cor, raça e até mesmo gênero, aqui são perpetuados de forma brilhante. Embora o romance talvez seja o que leva as pessoas a lerem esta obra , as questões raciais e sociais abordadas são de longe, o que mais me chamou atenção e demonstrou a grandeza aqui criada por Baldwin. As conexões, referências e estereótipos descritos enriquecem a leitura e nos transporta para um local que, talvez se descrito por outro autor, não se fizesse tão visível e angustiante na mente no leitor.
A construção social, e as relações entre as pessoas pretas aqui foi cirúrgica; principalmente em questões que envolvem afeto, e logicamente, cor. A relação polícia e o preto, o social e o preto, o mundo e o preto fica bem marcada. Todo um contexto pobre e periferico, fica explícito quando os contrastes nos são expostos, de forma nem sempre tão clara, mas que se você faz parte dessa classe, ou faz parte dessa realidade, é tão claro quanto saber que a soma de 1 + 1, é 2. Foi muito fácil construir a realidade daquelas pessoas, primeiro por obviamente consumir cultura preta, e segundo por estar incluído nela.
Como já descrito , nada do que disse aqui estará à altura desse autor! Só leiam esta obra e tirem suas próprias conclusoes.
?Ele não era o preto de ninguém. E isso é um crime na porr* desse país livre?