@vcdisselivros 20/02/2020A HQ de King que poderia ter sido maisA emoção de abrir um livro pela primeira vez e não saber o que esperar atinge todo leitor, no entanto, quando lemos o nome Stephen King na capa automaticamente esperamos mais!
Publicado pela Darkside em 2018, N. apresenta um mundo em que o T.O.C (transtorno obsessivo compulsivo) é passado como se fosse um vírus, algo que se pega somente por estar em um determinado local.
Nos quadrinhos, conhecemos a relação do paciente N. com o analista John Bonssaint. Durante as sessões, ambos conversam sobre a origem do transtorno de N. e transportam o leitor para o Maine, onde nas terras de Ackerman, um círculo formado por um grupo de pedras é visto como hora sendo sete, hora sendo oito.
Antes de prosseguir com o relato, N. faz o Dr. Bonssaint prometer que jamais irá visitar as terras de Ackerman, ainda assim, após um evento fatídico, o médico quebra a promessa feita ao paciente e decide visitar o local para desvendar o caso, colocando em risco a própria sanidade.
FALTA FOLÊGO
Apesar da premissa original, a história decepciona por não ter um ápice. Aos poucos vamos conhecendo os mistérios que envolvem a terra, os pequenos eventos que deveriam preparar o terreno para o auge, mas quando finalmente devemos ter o momento “Uou” nada acontece.
ILUSTRAÇÃO OU PINTURA?
O talento do ilustrador Alex Maleev é tão perfeito que deixa a graphic novel mais rica. Ao virar as páginas, a impressão que temos é que estamos diante de fotografias, de tão real que o trabalho gráfico ficou.
ONDE EU JÁ VI ISSO?
A ambientação da graphic novel e a questão envolvendo as pedras nas terras de Ackerman fez com que eu na hora lembrasse do filme Campo do medo, sim, aquele confuso que também foi escrito por Stephen King com Joe Hill, filho do autor.
POR FIM
Embora N. não tenha causado o efeito desejado, a HQ foi assertiva ao expor quão angustiante pode ser a vida de alguém que sofre de T.O.C, abordando o terror psicológico ao exibir os problemas causados pelo transtorno. Espero que o conto N. presente na antologia Ao cair da noite de Stephen King seja diferente, pois fora isso, a leitura pode ser concluída sem grandes emoções.
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