Pedro3906 19/12/2023
O livramento do peso do espírito
Antes de mais nada admito logo que SIM, a nota disso aqui está acima do possivelmente adequado, tendo como desculpa caprichos meus e uma ótima leitura. Joy passa pela vida do Go, quer dizer, pela existência material dele que traz consigo meandros exploráveis seríssimos, desde a questão técnica×criatividade, mundo do trabalho, solidão, infância, percepção dos sentimentos e relacionamentos, enfim; sobretudo, passa pela vida de Go na presença constante de Akune, seu assistente quase tão calado quanto o clima natalino das famílias destruídas.
A construção da história é previsível, poucos conflitos reais causam alguma angústia e pensar é ato para dois ou três momentos. Yusuke, numa abordagem divergente da adotada, culminaria num homem galanteador ao máximo (hipérbole). Gosto do traço da autora passar por um estilo básico de pessoa, saindo da necessidade de músculo e veias estourando e sensualidade escrachada: a própria estrutura do mangá permite trabalhar isso somente com ângulos. O romance deles é bem bonitinho, daquelas imaginações boas para alguns segundos (é perigoso pensar aos montes e acabar na miséria). De resto, me diverti demais com os diálogos, com as invertidas grosseiras e, amaldiçoando a terrível dúvida da grandeza versus risos tolos, estou saudoso de ambos. Esses malditos até que são simpáticos.
Leia pra se divertir. Eu amo essa capa, gostaria de registrar isso.