Murphy 28/01/2024
"Todo lugar grande, médio ou pequeno tem uma história."
Pensem em um livro com uma bela ambientação de suspense, um mistério envolvente, uma capa lindíssima e uma escrita intrigante... Provavelmente você pensou em algum livro do Stephen King, e não está errado não. Gostei de algumas partes desse livro aqui, ele trouxe esse ar de "isso foi inspirado no Stephen" (O King dos suspenses - sim, foi uma piada ridicula), o enredo nos mergulha em um redemoinho de suspense e mistério, iniciando com dois assassinato, onde uma mãe se suicida após tirar a vida de seu filho. Esse começo meio caótico e conturbado prende facinho o leitor.
Logo depois que a história começa a se desenrolar, somos apresentados ao Joe, um professor de inglês alcoólatra atolado em dívidas, que recebe um email misterioso ressuscitando o caso do desaparecimento de sua irmã mais nova, que havia sumido a 25 anos atrás, e com isso, ele decide que precisa voltar a sua cidade natal.
Até aqui tudo bem, certo? Pra mim sim. Mistério ok, teorias ok, personagens ok, escrita ok, até que... Opa... Parecia que eu já tinha lido esse livro antes. Quando avancei mais algumas páginas, pude notar que não estava lendo um livro repetido, mas o início que se parecia um pouco com outra história da autora, mas estava interessante até aí, então decidi dar mais uma chance.
Enfim, esse chamado do destino leva Joe de volta a Arnhill, o lugar de suas memórias mais sombrias. Joe é forçado a encarar não apenas os perigos ao seu redor, mas também confrontar lembranças enterradas e pessoas que ele imaginava ter deixado para trás.
No decorrer do livro, é possível notar não apenas leves semelhanças, mas praticamente um "ctrl + c ctrl + v" de "O Homem de Giz", pra falar a verdade, parece que ela tentou melhorar a história anterior, mudando apenas o nome dos personagens, o lugar e o um dos plots, mas de resto, continuou praticamente a mesma coisa.
Não é um livro ruim, mas é só mais do mesmo. Ao mergulhar nas páginas, a sensação de déjà vu se intensifica cada vez mais. A única diferença entre os livros é que neste, C. J Tudor conseguiu desenvolver melhor os personagens, ela trabalhou um pouco mais no personagem principal e adicionou mais sal nas personalidades dos secundários, mas de resto... Amigos, eu até encontrei frases iguais ao do outro livro... Sério, acho que esse projeto só foi publicado como uma revisada do anterior.
O mistério e o suspense foram bons, assim como foram bacanas no outro livro, mas não teve nenhuma melhora na escrita. A história tem um bom desenvolvimento, o Joe é engraçadinho e tals, a construção do enredo faz lembrar da ambientação do filme "It, a coisa", mas achei batido. Sem contar que a autora continua deixando pistas soltas sem sentido e mistérios ainda em aberto. Não tem como saber o que aconteceu com a Annie de verdade, a não ser que você comece a alucinar e crie seu próprio final, porque a autora não conseguiu encerrar esse livro.
"Jamais confie em uma pessoa cujas estantes estejam abarrotadas de livros imaculados, ou pior, em quem coloca os livros com as capas voltadas para fora. Essa pessoa não tem o hábito de leitura. Essa pessoa só gosta de se exibir. Olhe para mim e admire meu excelente gosto literário. Olhe para esses livros aclamados que provavelmente nunca li. Um leitor de verdade dobra a lombada, manuseia as páginas, absorve cada palavra, cada nuance. Não se pode julgar um livro pela capa, mas, com certeza, pode-se julgar o dono do livro."