Sâmara 15/07/2020Após perder o irmão em um acidente, Maxim Trevelyan tornou-se o novo Conde de Trevethick e com o título vieram muitas responsabilidades, as quais o jovem não estava nada preparado. Mas tudo muda quando Alessia Demachi surge na vida dele. Ela é albanesa e, foi uma das muitas vítimas do tráfico de mulheres, tendo sido tratada como lixo viu na Inglaterra sua oportunidade para mudar de vida. Sendo ela, a pessoa pra trazer luz à vida de Maxim.
Maxim pareceu uma versão 2.0 do Christian Grey, e acho que essa era a intenção, já que a autora faltou com toda a originalidade possível. Tendo atribuído o sobrenome do nosso protagonista (Trevelyan) o nome do meio do famoso Christian (Trevelyan Grey). Parece mais que só se faz sucesso se tiver as mesmas características: rico, tem tudo que quer, passado frustrado, mocinha indefesa. O roteiro é o mesmo!
A cada página o personagem se mostra um revoltado, com tudo e todos, sempre havendo motivos pra ficar irado com a morte do irmão. Ademais, é um personagem vazio, mal construído, que vive para ostentar e ter uma mulher diferente na sua cama a cada dia.
O livro não cativa ou prende o leitor, dá vontade de revirar os olhos a cada página, que inclusive tem um enredo sem desenvolvimento, com eventos muito mal trabalhados e artificiais, tornando a estória maçante, repetitiva e confusa.
O romance dos protagonistas foi totalmente sem nexo, que avança rápido demais, fazendo a Alessia se apaixonar pelo Maxim em menos de uma semana. Hello? Eu sinceramente odiei esse romance, que além de raso, é fraco, forçado e repentino. Parecia mais uma fanfic do que um livro em si, a autora preferiu encher com cenas de sexo e brigas bestas. Definitivamente a pior leitura do ano.
Foi possível perceber erros de continuidade, pois em menos de 5 páginas havia perguntas iguais, parecendo que não houve cuidado algum em revisar isso, sendo a única explicação o protagonista sofrer de amnésia ou esse era o caso que a própria autora sofria.
Alessia muitas vezes parecia fazer papel de serva, não pensava duas vezes em aceitar algum convite do "Mister", se mostrando uma pessoa sem convicção e/ou autoconfiança. E quando, finalmente, tinha a chance de decidir por ela mesma, se tornava o cãozinho na coleira e voltava correndo.
Tráfico de mulheres e violência doméstica foram dois assuntos retratados no livro, e que poderia ter sido um grande acerto se não fosse pela forma que a autora (não) desenvolveu isso. Os temas foram colocados como um pano de fundo para explicar o romance, que ele devia protegê-la a todo custo, e só ao lado dele ela estaria segura.
Houve tanto foco nessa paixonite de meia tigela, que tantos personagens secundários ficaram sem um início ou fim, nos fazendo questionar o porquê da autora não se explicar acerca disso, pois traria mais conteúdo para o livro. Como o próprio caso da morte do irmão dele.
A autora sabe muito bem descrever ambientes e paisagens, nos fazendo estar junto com os personagens, além de trazer um ótimo suspense no final. Mas que infelizmente isso corresponde a 10% do livro que de fato prestou. Sendo esses os únicos motivos pelos quais eu dei as duas estrelas, porque de resto só decepção.