Rafa 17/08/2021
Lugar de fala x exclusão do debate
Djamila foi minha escolha para o segundo livro da série coordenada por ela, pois a temática do "lugar de fala" passou a me interessar, por achar que se tratava de uma exclusão, de alguma forma. No entanto, no livro a autora trás, assim como Joice Berth no livro do empoderamento, uma quebra de expectativas e uma série de pensadores e pensadoras no processo de construção e aplicação do conceito ao concreto. Desse modo, é colocado o "lugar de fala" como sendo estendido a todas as pessoas, não havendo, também, uma hierarquização de opressões, o lugar de fala tem a ver com as experiências culturais, cotidianas e históricas de cada pessoa.
Nesse sentido, ela aponta para como essa exclusão que ocorre com falas do tipo: "você não pode falar sobre isso, pois não é seu lugar de fala", são extremamente prejudiciais para grupos oprimidos que visam sair desse estado de subalternidade. Assim, com respeito, empatia etc, qualquer pessoa pode se juntar, pode falar sobre tal assunto, como machismo, racismo, lgbtqia+fobia etc, esse debate precisa ser feito, até por os locais mais altos da pirâmede social serem ocupados por homens, brancos e cis. Logo, se estes não puderem levantar pautas sobre esses temas, buscando a quebra desses preconceitos, medidas que elimine essas desigualdades, não seria tão possível quanto se o fizerem. Portanto, respeitando as diversas epistemologias, as culturas, a história e as vivências, é que se entende no debate e na prática o que é o "lugar de fala".
Gostei muito, espero ter tirado do livro o que a autora quis passar, se tem algo errado, estou aberta, também, a entender melhor :)