Sobre o autoritarismo brasileiro

Sobre o autoritarismo brasileiro Lilia Moritz Schwarcz




Resenhas - Sobre o autoritarismo brasileiro


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carolina 09/05/2021

"A função da história é lembrar a sociedade...
daquilo que ela quer esquecer"
- Peter Burke
Sou muito suspeita p/ falar de Lilia Schwarcz, gosto muito das narrativas que ela constrói. Esse livro possui uma linguagem simples, mas não simplista.

Em tópicos que representam demandas sociais e problemáticas ela constrói a partir de uma narrativa evolutiva a situação do país e as transformações ao longo da história, bem como atuações de governos autoritários e as características que perpetuam essa prática em diferentes contextos, especialmente no Brasil.

Brasil é um país cordial, segundo Sérgio Buarque de Holanda, e isso está longe de ser algo positivo, pois as memórias da história do Brasil, que em sua maioria são respaldadas pelo passado escravocrata, pelo mandonismo e pela intolerância, são apenas memórias inacessíveis. Algo até mítico, aí então que há o negacionismo.

Mas ao final da leitura ela apresenta algumas possibilidades de intervenção na sociedade do caos. Uma releitura é muito válida.
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Paulinho 10/05/2020

Com lacunas mas de leitura fundamental

A grande qualidade desse livro é a sua proposta audaciosa, porque pensa os temas na longa duração, e palatável para um público leigo (não historiadores e outros cientistas de humanas). A obra traça, portanto de forma panorâmica as questões que entravam nossa democracia e nosso exercício pleno de cidadania. Como uma obra panorâmica, na longa duração, para um público amplo e escrita em pouco tempo, existem lacunas, só para citar algumas: conceitos mais trabalhados sobre autoritarismo, democracia, república, não falo de etimologia ou até mesmo de definição, mas de conceitos. No tópico desigualdade social senti falta de certas abordagens como reforma agrária, valorização de salário, ficou muito na conta da educação e numa mais proporcional e justa cobrança de impostos a solução da questão. Outro tópico, Raça e gênero, faltou uma trajetória das pessoas LGBTQIA+ como foi feito com outras minorias, além de falar mais sobre a Ditadura Civil-Militar, como a Leia da Anistia, permitiu que não se punissem crimes da ditadura e como por isso ainda hoje ela pode ser elogiada, com colégios, ruas e praças com nomes de ditadores, só para citar alguns exemplos.
Isso não significa que o livro não deva ser lido, vejo-o como um ótimo ponto de partida para pensarmos questões importantes como escravidão, racismo, machismo, homofobia, desigualdade social, corrupção e tantos outros abordados no texto. Os capítulos são curtos, o texto é de fácil assimilação. Como professor, pensei como os capítulos poderiam funcionar como um ponto de partida de uma aula, por exemplo, ao traçar continuidades e descontinuidades desses preconceitos ao longo do tempo, ou de práticas como a corrupção. Por isso defendo a leitura desse livro e o indiquei e indico.
Faz-se urgente que debates realizados na academia ganhem novos públicos, e embora muitos dos temas tenham chegado aos debates das redes sociais, eles muitas vezes se fazem sem as devidas leituras, referências, análises, dados. Obras como essa podem nos ajudar a difundir e a debater melhor nossa empresa pelo conhecimento e por um país melhor. A passagem sobre Marielle, as análises do romance Iracema e do quadro O Último Tamoio foram as minhas partes preferidas.
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Vanessa Hentges 06/06/2021

Livro excelente!
Fico até sem palavras pra fazer a resenha de um livro que me impactou tanto, que trouxe tantos dados e informações que eu não tinha sobre assuntos tão relevantes na nossa sociedade.
A leitura foi dura pelas informações importantes, mas extremamente fluida.
Tenho certeza que a partir dele sou uma pessoa mais consciente e que me fez uma pessoa mais esclarecida.
Recomendo o livro a todos!
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@livrosdelei 06/03/2021

O brasileiro é cordial?
?Sobre o autoritarismo brasileiro? de Lília Schwarcz é uma obra que trata de temas extremamente relevantes e que precisa ser lido por todos os brasileiros.

O objetivo da obra é quebrar o mito da cordialidade brasileira - de que somos um povo ?tranquilo? e ?hospitaleiro? - e mostrar a verdadeira face e lutas que o Brasil enfrenta desde sua invasão por Portugal.

Toda a realidade que enfrentamos hoje é um resultado de um passado histórico muito forte e que impacta diretamente a estrutura da nossa sociedade. E Lília pega pontos chave (relevantes) da nossa sociedade e destrincha de maneira muito boa.

Todas as fontes utilizadas pela Lília são científicas e a construção de ideias apresentada faz muito sentido. Os recortes também são excelentes.

Quem acompanhou nos stories viu que não gostei de alguns pontos do livro: Lília mistura as definições de sexo e gênero (ainda que com o objetivo de dar visibilidade para a causa LGBTQI+) e misturou a religião islâmica com a política de alguns países conservadores do Oriente Médio.

Apesar desses pontos (super detalhe), eu acho que vale ler a obra com um olhar mais crítico. Ela trata de temas importantes e chega à conclusões necessárias. A leitura desse livro, como brasileiro, é uma questão de autorreflexão e cidadania.
Douglas 19/03/2021minha estante
Excelente




Matheus Gonçalves 03/10/2020

Lilia sendo Lilia
Como sempre, Lilia nos presenteia com uma obra recheada de análises quantitativas bem feitas e pensamentos aprofundandos. Vale a pena ler.
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de Almeida 25/07/2023

A cada página eu conseguia sentir pontos obscuros se iluminando. Apesar das algumas ressalvas que tenho a respeito da Lilia, sua escrita e lucidez são impecáveis, além de essenciais para batalhas que vivemos e as que ainda iremos viver enquanto sociedade. Lília precisa ser lida e entendida, assim como a história precisa ser lembrada (sempre).
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Marcelo Rissi 16/03/2022

Sobre o autoritarismo brasileiro (Lilia Moritz Schwarcz)
Tentando, a duras penas, aprimorar a concisão - até agora, sem muito sucesso! rs -, vou "direto ao ponto" em resenha sucinta, simples e direta, que, creio, mais se assemelha a um simples comentário.

Terminei hoje a leitura dessa obra, com alguns dias de atraso em relação ao cronograma do clube de leitura de que participo.

Em "Sobre o autoritarismo brasileiro" (Lilia Moritz Schwarcz), os temas abordados - majoritariamente de cunhos social e político - são todos, invariavelmente, atualíssimos, mas, ao longo das exposições e digressões, a autora traça paralelos históricos ricos e detalhados, que permitem compreensão e clareza sobre a "linha evolutiva" (ou, em alguns casos, "involutiva") de alguns fenômenos que estão acontecendo no Brasil, atualmente.

Corrupção, mandonismo, patrimonialismo, desigualdade social e de gênero, concentração de renda e de riqueza, racismo e misoginia - assuntos da ordem do dia - são alguns dos temas abordados e aos quais a autora reservou, em digressões aprofundadas (mas não prolixas), capítulos específicos.

A obra, crítica, analítica e propositiva, é fértil em pesquisas, dados, fontes bibliográficas, estatísticas e comparações, conferindo robustez e confiabilidade aos argumentos, todos plausíveis, sustentados pela autora.

Na obra, encontramos simplicidade na escrita, mas profundidade no conteúdo. Ainda, elegância, respeito e educação na formulação de críticas. É dizer: uma verdadeira aula sobre como ser claro e abrangente e, simultaneamente, incisivo, argumentativo e propositivo, sem, porém, ser (ou soar) agressivo ou apelativo. Merece destaque, ainda, o poder de síntese da autora, sem ser lacônica. Obra paradigmática, no conteúdo e na forma.

Considero leitura de enorme valor.

Altamente recomendável!
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Michel 02/04/2021

CONTEÚDO ESSENCIAL
“Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la”.

Essa frase de George Santayana, deveria soar para a nação brasileira como um alerta para o que está acontecendo em nosso país, e talvez sobre a égide desse prenúncio agourento, não permitirmos que lideranças populistas tentem reinventar o passado do Brasil, transformando atos hediondos, irresponsáveis e traumáticos de nossa história em razoabilidade patriótica. Apossar-se da memória de um povo é submeter este mesmo povo à um eterno retorno de desgraças.

A grande premissa por trás dessa excelente obra da antropóloga Lilia Schwarcz, é trazer à tona temas aparentemente escondidos ou disfarçados da sociedade brasileira, justamente para que o público leigo reflita sobre nossos problemas com o enfoque no cerne da enfermidade, sem se deixar seduzir por caminhos fáceis e soluções milagrosas. A autora aqui nos convida a uma verdadeira terapia social.

Não me excluo desse meio que precisa desenvolver melhor o pensar e, portanto, antecipei a leitura desse livro por conta do atual momento em que estamos vivendo; um cenário onde a sociedade brasileira parece fadada a um futuro desesperançoso. SOBRE O AUTORITARISMO BRASILEIRO é uma obra pra ser lida agora, por todos nós, quase em caráter de urgência.

Sim, precisamente o livro é premente, pois sua premissa é tentar explicar, de um modo introdutório, quais foram as mazelas que resultaram na ascensão dessa nova direita extremamente autoritária e populista. Mas então seria o autoritarismo, incutido no título da obra, algo exclusivo de uma parcela de nossa sociedade? Em outras palavras, o viés extremista é aspecto exclusivo desse pensamento direitista?

É o que Lilia Schwarcz através de uma linguagem simples e acessível procura nos mostrar: o autoritarismo brasileiro não é elemento de determinado grupo, ou de meia dúzia de pessoas sem caráter. Não. O autoritarismo é resultado de um país que ainda se sustenta em bases apodrecidas dos tempos de colonialismo, onde imperava um sistema latifundiário patriarcal, escravocrata e misógino, onde a figura central, que alimenta e carece da continuidade expressiva de desigualdade social, era e ainda é a figura do “mito”, do salvador da pátria.
A concentração de poder, dentro da instância pública, tornou nosso sistema político inchado, refém de um clientelismo quase que inerente e que nunca deixou de existir. Os entraves desse “jeitinho brasileiro” de ser, é apenas uma das muitas práticas que se repetem ainda em tempos atuais, de um povo que ainda sofre as consequências de um sistema escravocrata, cuja estrutura latifundiária expansiva reduz à um punhado as riquezas da nação.

É um livro, sobretudo, que trata da permanência do nosso passado. Somos um povo explicitamente movidos pelo ressentimento por termos sidos colonizados, de termos mandonismos localizados, nossos governantes são formados ainda por coronelismo, ou seja, famílias que eram donas do poder nos tempos de Brasil colônia e a coisa parece seguir do mesmo modo; somos regidos por um sentimento patriarcal que nos soa normativo, mas que nos induz a acreditar em heróis de terno e gravata.

Alguns livros precisam ser indicados, não pelo mero prazer da leitura (aliás, muitos são laboriosos), mas pela obrigação que temos de elevar o conhecimento em prol de um mundo melhor. SOBRE O AUTORITARISMO BRASILEIRO é esse modelo de livro, pois me parece um tapa na cara de nossa hipocrisia. Chega de empurrar para debaixo do tapete a nossa sujeira de cinco séculos! Não dá mais para continuar ignorando este modelo de democracia dissimulada, cuja sordidez está tão enraizada, que consequências ainda mais graves estarão a nos esperar, se não abrirmos de uma vez nossos olhos turvos.

site: outras resenhas: http://dimensaoreluzente.blogspot.com/
Mariane.Palmeira 04/04/2021minha estante
Sempre pensava em comprar esse livro na época em que frequentava as livrarias (saudades), deveria ter aproveitado enquanto podia. Também estou dando mais atenção a esse tipo de leitura mesmo com algumas dificuldades, é importante entendermos o atual momento em que estamos passando e também como chegamos até aqui.


Michel 05/04/2021minha estante
Nem me fale em saudade de livraria! Odeio comprar livros pela internet, kkk... De fato, eu vejo o que você tem lido, e tem muita coisa interessante (quisera este comportamento fosse o da maioria do nosso povo), da até aquela invejazinha de alguns títulos que leu, rs. E cabe aqui o meu reforço para este livro da Lilia: leia, é muito importante!




Gabriel 10/07/2022

Uma obra excelente
Em "Sobre o autoritarismo brasileiro", Lilia Schwarcz, renomada historiadora e antropóloga, parte da premissa da existência de uma reconstrução de um passado autoritário, patriarcal e patrimonialista no presente para explicar a gênese de vários problemas do Brasil, como intolerância, violência de gênero e racismo.
O argumento na obra reside no fato de que os diversos problemas enfrentado no Brasil contemporâneo, cada um de forma individual, dão advindos de uma conjuntura patriarcal que naturaliza a linguagem da violência e silenciamento. Nesse sentido, afirma que muitas das agressões de que se tem registro são típicas de regimes de perfil autoritário, como ocorre no Brasil.
Ademais, fala da ideia de "democradura", ou seja, regimes não democráticos que se utilizam da imagem da democracia para serem validados e exercerem o poder de forma autoritária e intolerante.
Uma leitura excelente, haja vista que fornece ótimos subsídios para que o leitor possa vir a entender e compreender a origem de diversas problemáticas do Brasil numa rede sistêmica. A linguagem é de fácil entendimento e todos, se possível, deveriam ler!
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Lucas Corrêa 03/12/2020

Atual e necessário
Nesta obra, que, infelizmente, é mais atual do que nunca, a historiadora Lilia Moritz Schwarcz nos leva a uma viagem ao passado, mas, sobretudo, ao presente. Ela nos mostra como o autoritarismo no Brasil sempre existiu sob os panos, consolidando-se através dos séculos nas mais subterrâneas raízes, vendendo a imagem de um povo "pacífico", "generoso" e "cordial" (em uma deturpação do termo cunhado por Sérgio Buarque de Holanda); produzindo, assim, a exaltação de figuras patriarcais que "proviam" aos seus protegidos e puniam seus inimigos: o colonizador, o Bandeirante, o Imperador, o coronel, o militar, o "mito".

Indispensável para se compreender como chegamos até aqui e se vislumbrar para onde estamos seguindo.
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Leonardo 27/09/2022

Manual para crises
Livros como este funcionam como uma espécie de manual para tempos de crise, lembrando-nos dos avanços já conquistados e dos quais não podemos abrir mão e também de que ainda temos muito para progredir.
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Yuri 07/02/2020

Conteúdo
Ótimo aprendizado
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Miguel.Lopes 15/11/2020

Obra indispensável a qualquer brasileiro.
O livro "Sobre o Autoritarismo Brasileiro", escrito pela professora titular no Departamento de Antropologia da USP, Lilia Moritz Schwarcz, examina algumas das raízes do autoritarismo brasileiro. Tópicos como desigualdade social, racismo, violência, raça e gênero e outros são organizados e escritos pautados em dados, arquivos históricos, fontes, pesquisas e procuram compreender o âmago da arbitrariedade brasileira.

A escritora, autora de outras importantes obras como "As barbas do imperador", "Brasil: Uma biografia" e o "O espetáculo das raças" desmistifica às crenças da nação verde e amarela, como a tolerância, a pacificidade e o respeito de todos perante sua heterogeneidade. A história meramente fictícia e, salienta-se, escrita por europeus, de um país com passado grandioso, serve apenas como pano para uma história repleta de injustiças, segregação e diversas patologias sociais mantidas até o presente, recorrentemente passadas à "vista grossa".

Entretanto, o que esperar de um país que carrega fardos como: no Brasil, a cada 7,2 segundos uma mulher sofre agressão física; o Brasil investe apenas 1% do seu PIB em educação, média inferior a diversos países vizinhos sul-americanos; a população negra é a quem mais sofre com a violência no país; alguns autores brasileiros cogitam em estabelecer o termo "Transfeminicídios" devido a altíssima porcentagem de mulheres trans e travestis que sofrem agressão de gênero; pátria onde a representatividade política feminina é uma das piores do mundo, perdendo para países como Iraque, Afeganistão e Arábia Saudita - nação esta que apenas em 2013 sancionou uma lei impedindo mulheres de serem agredidas.

Portanto, "Sobre o Autoritarismo Brasileiro" é obra necessária e indispensável a quem queira compreender esse país tão paradoxal e que, sobretudo, tenha a intenção de mudá-lo, rumo a prosperidade, ao bem comum e ao respeito. Encerro citando uma frase do filósofo inglês Herbert Spencer, que salienta a necessidade de respeito ao próximo: "A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro".
Rafael.Luiz 15/11/2020minha estante
??????


rebeca 15/11/2020minha estante
resenha perfeita e super detalhada! amei ler, parabéns!




leão 03/05/2021

Os Brasis
Em uma leitura perfeita, podemos conhecer as diversas falhas que a nossa nação é subjugada desde o seu descobrimento, um ótimo livros para acadêmicos de ciências humanas e sociais, que principalmente trás dados recentes e boas informações sobre a realidade atual e seus dados históricos.
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