juliasilva 10/08/2021
desmitificação da história brasileira
¨Sobre o autoritarismo brasileiro¨ é uma das obras mais comentadas em história quando você entra no assunto ¨Brasil¨, sendo um livro de muitas relações históricas, esclarecimentos importantes sobre as mitificações ainda vivas na sociedade brasileira e também traz a abertura da mente do leitor sobre os problemas sociais que vivem as minorias no Brasil atual.
Lilia aborda temas importantíssimos, sendo eles abertamente discutidos hoje em dia como intolerância, escravidão, mandonismo, corrupção, desigualdade social, violência, raça e gênero e patrimonialismo. Em cada um desses temas ela aborda os ecos da história conturbada do Brasil em seu nascimento como nação e suas rachaduras estruturais que tendem a permanecer, como a autora chama de ¨Nossos fantasmas do presente¨, onde nos assombram até a atualidade da vivência social do país; De início a autora aborda o tema de como as marcas da escravidão permanecem na sociedade atual com o racismo estrutural, onde a população negra é segregada pelo passsado obscuro que inclui mais de 300 anos de escravidão; Logo, aborda também como as raízes do mandonismo e patrimonialismo permanecem fixamente, onde altas classes da política pública mantém a dministração governamental como se fosse uma propriedade, onde eles a manuseiam e abusam da forma como preferirem, de acordo com os seus interesses, vindo das raízes do coronelismo e da manutenção de uma sociedade ruralista patriarcal, envolvendo também a corrupção, onde nos tempos coloniais faziam o uso do voto de cabresto, e hoje em dia se espalha em ramos na esfera pública brasileira; Discute-se também como foi desenvolvida a desigualdade social, na qual nascemos em uma sociedade extremamente elitista e excludente, fazendo com que os ecos de tais características influenciassem na qualidade de acesso aos direitos humanos de camadas excluídas e as minorias no Brasil, com a péssima qualidade de acesso a tais direitos; e por fim, abordando o preconceito com as minorias no Brasil, juntamente por raça, onde tais pessoas são segregadas por cor ou descendência, por gênero, que aborda as altas taxas de feminícidio que foram herdadas da sociedade machista patriarcal do brasil império, ou da intolerância social, onde várias pessoas que habitam o país atualmente, são intolerantes com povos e pessoas que pensam ou agem diferentemente da sua concepção, abordando as populações indígenas, negras, LGBTQ+ e mulheres no Brasil, onde ocorre o falso dircurso de ¨velhos tempos¨, que na realidade não foram bons, e com esse discurso, trazem o medo, ódio, insegurança social e soluções rápidas para problemas que requerem anos de muitas políticas públicas , onde tais ações registram as altas de violência pública e digital contra as minorias como religiões afro-brasileiras; Tal violência reafirma discursos autoritários remanescentes na sociedade brasileira, vinda de uma corrente populista, elitista e segregadora, causando um dualismo radicalista, sempre tendo o outro lado como o corrupto e demagogo, fazendo com que as rachaduras da nossa república venham a se abrir mais.
Por fim, Lilia Schwarcz fez um ótimo trabalho em desfazer mitos e histórias que tendem a permanecer ao nosso meio como ¨verdades absolutas¨, e iniciando um processo de esclarecimento social, onde abrimos nossa mente para entender que a história do Brasil veio de conturbadas relações de genocícios de indígenas e negros, com a permanência do machismo na sociedade, com relações corruptas e mandonistas, sendo uma história com muitas marcas, e apesar do avanço com a Constituição de 1988, muitas ainda permanecem como correntes vivas em nosso meio, sendo necessária entender que a história é sempre um lembrete do que ocorreu, mesmo quando certas camadas da sociedade se esforçam para esquece-las.