Sobre o autoritarismo brasileiro

Sobre o autoritarismo brasileiro Lilia Moritz Schwarcz




Resenhas - Sobre o autoritarismo brasileiro


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Toni 19/02/2020

Sobre o autoritarismo brasileiro [2019]
Lilia Moritz Schwarcz (SP, 1957-)
Cia. das Letras, 2019, 280 p. 📖

O grande mérito deste livro é reunir aquilo que estudos universitários e a classe intelectual brasileira vem repetindo há já algum tempo dentro de suas próprias panelinhas, e colocar tudo em linguagem clara e informativa para um público mais amplo. Em outras palavras, se você vive em 2020 e não percebe o quanto a sociedade brasileira é sistematicamente violenta para determinados grupos — negros, indígenas, lgbtqi+, PCDs etc — das duas uma, como diz o meme: ou você é conivente/perverso ou está desinformado. Este livro é para todos os cidadãos (sic) que elegem discursos alucinatórios de ódio contra a diversidade. 📖

Aquilo que será ponto positivo no livro para muitos, a construção de um texto limpo e de leitura fluida sem notas de rodapé e interferências ABNTistas, para mim foi o aspecto mais problemático. Por ex., a certa altura Schwarcz escreve: “Alguns analistas arriscam a palavra ‘democradura’ para explicar a vigência de governos que combinam de maneira perversa a regra democrática com a prática populista e autoritária” — e nós nunca chegamos a saber quem são esses analistas e de onde a ideia foi tirada. Nestes tempos em que o conhecimento acadêmico proveniente de longas pesquisas vale menos que o preconceito disfarçado de “opinião” de um youtuber, o cuidado com as referências não pode ficar restrito a uma bibliografia ao final do volume — a exceção são os dados estatísticos, sempre apresentados junto às fontes. 📖

Schwarcz constrói o longo processo de “apagamento da conflitividade” que acompanhou a consolidação do estado brasileiro a partir do mito da mistura das três raças. Organizado de maneira temática (escravidão, patrimonialismo, corrupção, desigualdade social etc), o livro não peca em informar e apresentar as contradições de um povo assumidamente "cordial", que não se constrange em colocar sempre os próprios interesses (via de regra classistas, masculinos, heteronormativos) à frente do coletivo. A lição é clara e conhecida: um povo que não encara os próprios traumas está condenado às voltas violentas do recalcado.
trr162 28/03/2020minha estante
concordo 100%




Jean Bernard 11/05/2021

Para compreender o presente, devemos espiar o passado
Como chegamos no momento em que estamos? Olhando as escolhas feitas em nossa história, não é difícil chegar a uma conclusão. Importante conhecer o passado para não repetir os erros no futuro. Mas parece que, ou não olhamos direito ou não queremos olhar. Livro importante.
Infelizmente, não gostei mais da leitura por causa da escrita da autora. Está longe de ser ruim, pelo contrário. Mas é uma escrita que não me pegou. Fiquei disperso em vários momentos, mesmo interessado em saber mais. O motivo específico, não saberei explicar.
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lara 26/10/2021

Completo e explicativo
Uma grande análise do que chamamos de história do Brasil. Desde nossa colonização até os sombrios dias atuais, a autora consegue fazer as ligações históricas, sociológicas, antropológicas, políticas e sociais em um só livro.

Ela não só argumenta como expõe dados. A ciência política de todas as formas no livro.

Indico para aqueles que não conseguem ler nosso passado com a clareza que se deve. Ela consegue mostrar como os problemas e discursos atuais não só são velhos como oriundos do passado. Totalmente conectado com o mundo real, com a política real.

A defesa dos direitos acho que é o principal. Não é sobre livro esquerdista ou nenhuma ladainha do tipo. É apenas sobre entender a influência do processo de formação do Estado brasileiro nos dias atuais e suas principais soluções.
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Letuza 14/08/2019

Necessário
Mais um livro daqueles que chamo de ?necessários?!! Trabalho maravilhoso da autora Lília Moritz Schwarcz! O livro traz, de forma simples e didática, história, dados, e reflexões sobre a origem do comportamento autoritário no Brasil. Apesar de crescermos escutando que o brasileiro é tolerante, pacífico, ?mente aberta?, democrático, a realidade se mostra muito diferente. Dados analisados no livro e, disponíveis para quem quiser pesquisar, expõem um Brasil bem diferente, um Brasil intolerante, preconceituoso, autoritário, conservador (no pior sentido da palavra). Infelizmente, não vivemos em um ?paraíso democrático?, é o que esse livro revela. A leitura é fácil, os dados são muito bem explicados. Destaque para o capítulo que trata sobre Educação, com reflexões muito boas. Adorei a leitura! Recomendo fortemente! #livros #leitura #amoler #sobreoautoritarismobrasileiro #liliaschwarcz #realidadebrasileira
Mel 19/08/2019minha estante
Concordo com o que você escreveu. Leitura necessária.




Mauricio186 12/08/2019

Livro ruim de uma escritora boa
Iniciar esse livro no final do ano passado (quando se tornou evidente a derrota do PT) e publicá-lo às pressas, no início desse ano, já revela a intenção polêmica do livro. Mesmo assim, eu esperava uma argumentação melhor, considerando a qualidade dos livros mais profissionais que essa autora já publicou. Para começar, o argumento fundamental - que norteia toda a obra - é que a sociedade brasileira enveredou para um velho autoritarismo de raiz, a partir das marchas populares de junho de 2013, desembocando na vitória de Bolsonaro à presidência, em 2018 (apesar desse nome nunca aparecer, a fim de se dar um ar mais "acadêmico" ao texto).
A tese é, rigorosamente, falsa, uma simplificação oportunista que os intelectuais petistas criaram e que Lilia Schwarcz aderiu por um senso de dever ideológico (apesar dela própria ser muito superior a esse tipo de panfletagem). As marchas de 2013 marcam uma reação democrática a um projeto de autoritarismo esquerdista que tentava se legitimar pelas urnas, mas com todo tipo de manipulação, corrupção, aparelhamento e arrogância que vimos em diversos exemplos no século XX e que, recentemente, assistimos na Venezuela. A vitória de Bolsonaro foi resultado de um conjunto complexo de fatores (cujo principal talvez seja simplesmente o voto útil de democratas que votariam em qualquer um para impedir a volta do PT).
Dito isso, reunir apressadamente um monte de estatísticas e velhas mazelas brasileiras para "provar" que o brasileiro "optou pelo autoritarismo" é um embuste. O governo petista não conseguiu convencer a sociedade de que estava tentando construir um projeto democrático e foi derrotado (justa ou injustamente) pelos que temem o autoritarismo, e não o contrário. Não estou de forma alguma tampando o sol com a peneira: temos uma tradição autoritária, mas não é essa tradição que explica a falência do projeto socialista no Brasil. Muito ao contrário, é a força de uma tendência contrária, abolicionista, federalista, republicana e tolerante, que luta para superar os vícios do Estado autoritário que marcou nossa formação histórica e do qual os socialistas ainda sonham em reconstruir, agora sob seu controle. A derrota de Haddad (fosse para quem fosse) representou um veto popular a uma solução autoritária para nosso velho autoritarismo.
João Moreno 13/08/2019minha estante
"Projeto socialista no Brasil"?


Jaqueline 30/08/2019minha estante
"um veto popular a uma solução autoritária para nosso velho autoritarismo", valei-me.


Veneno 04/09/2019minha estante
Projeto socialista no Brasil? O que se vê agora é "força de uma tendência contrária, abolicionista, federalista, republicana e tolerante, que luta para superar os vícios do Estado autoritário que marcou nossa formação histórica e do qual os socialistas ainda sonham em reconstruir, agora sob seu controle"? ? sério isso? Em nenhum momento a autora tece críticas contundentes os governos petistas? Em nenhum momento o caso atual brasileiro é inserido num contexto internacional mais amplo, em que figuram países como EUA, Hungria, Turquia, Venezuela e por aí vai? Enfim...


none 28/11/2019minha estante
Você leu com viés...que pena


Keka_ 25/02/2020minha estante
KKKKKKKKKKKKKKKKKK


Mauricio186 28/02/2020minha estante
Obrigado por sua instrutiva contribuição, Keka.


Keka_ 01/03/2020minha estante
Eu que agradeço pela sua resenha cômica, Maurício (:


Mauricio186 10/07/2020minha estante
Qual a dificuldade com a expressão "projeto socialista"? É o que qualquer socialista precisa elaborar, não é? Eu, um democrata, não tenho qualquer problema com a expressão "projeto democrático para o Brasil. Conheço dezenas de eleitores da Dilma - todos socialistas.
E mesmo admitindo que os socialistas brasileiros sejam de fato pessoas ultrademocráticas, continua válida minha leitura: para os participantes das Jornadas de Junho de 2013 e que votaram contra o PT em 2018, o PT representava um projeto autoritário. Errados ou não, essa foi a explicação da derrota do Haddad, e não uma hipotética tentação de recuperar as raízes autoritárias da nossa sociedade.
E Keka, não sei se vc entendeu, mas a ideia dos comentários e abrir espaço para argumentos. Se for só pra zoar, sugiro o Facebook.




Thiara 26/03/2021

Extremamente necessário
Livro essencial, leiam!!! Aborda vários fatores responsáveis pela trajetória do país, desde o começo da sua história até os tempos atuais.
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GraAa18 09/01/2021

Fundamental
Neste livro a autora faz um recorte sobre o autoritarismo brasileiro desde o descobrimento até os dias atuais. Um livro que poderia estar na lista dos livros essenciais para o ensino fundamental. Desmistifica nossa história romantizada e nos leva à realidade dos fatos. Amei ???
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paloma 11/01/2021

Neste livro Lilia nos contempla com análises acerca das raízes do autoritarismo brasileiro, as ideias difundidas que comprovariam a sua proposta de abordagem do tema e, sob a perspectiva da autora, forneceriam as bases para o conservadorismo permeado em nossa sociedade.

Essa foi a minha primeira experiência com a autora e sua escrita, mas com certeza não será a última. Para muitos a autora talvez tenha "exagerado" em seu tom e nas críticas que teceu no decorrer do livro, pra mim se trata de sua perspectiva, visão da história, que é apaixonada e muito interessante. A autora faz uma exposição, muito bem embasada diga-se de passagem, de vários temas pertinentes em nossa sociedade, tais como: patrimonialismo, mandonismo, intolerância e corrupção. É com certeza uma experiência enriquecedora ter a ciência que tais comportamentos e práticas estão enraizados desde o princípio de nossa história e tudo que vivemos culmina SIM no momento atual do país.

Um livro muito interessante, uma leitura fluída, mesmo que não seja agradável, tendo em vista o que expõe. Recomendo muito a leitura.
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thaw 03/05/2021

Nessa obra, a historiadora Lilia Schwarcz, apoiando-se sob diversos dados estatísticos, examina as raízes e as continuidades de problemas que assolam a sociedade brasileira. Analisando problemáticas como racismo, mandonismo, patrimonialismo, violência, desigualdade social, corrupção, dentre outras, Lília busca entender as raizes dessas práticas que remontam ao passado, identificar de que forma foram mantidas pela própria sociedade brasileira e especialmente como são utilizadas e encorajadas pelos regimes autoritários. Tudo isso é feito por meio de uma linguagem simples e didática sem abrir mão do rigor científico e de fontes sólidas. Uma obra obrigatória para qualquer brasileiro.
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Larissa 20/12/2020

Leitura necessária!
Sem dúvida um dos melhores livros que eu já li!

Traz um retrato do Brasil de uma forma bem simples e de ótima leitura.

Aborda os principais temas: preconceito, intolerância, corrupção, os mais diversos tipos de violência existentes no nosso país. Faz uma análise da história brasileira e da nossa atualidade, mostrando como tudo corrobora com o destaque que governos autoritários estão tendo.

Um livro que me fez refletir muito, e que ainda precisarei pensar bastante para refleti-lo. Aprendi que não podemos colocar a culpa de tudo no nosso passado, mas que também não podemos perder as esperanças e achar que a luta não irá trazer resultados! Temos que seguir adiante.
Douglas 19/03/2021minha estante
Excelente resenha




Saverin 26/04/2021

O livro trata de questões do passado, mas que de alguma forma (ou nova roupagem) eclodem no presente como: o escravismo, o racismo, o patrimonialismo, a corrupção, a desigualdade social, a violência, inclusive a famigerada de raça e gênero, e a intolerância. Achei a leitura fácil e muito didática, sobretudo os detalhes e histórias que formaram a nação brasileira atual. Fantástico!
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Vitor Y. 15/10/2020

Leitura imprescindível
Análise muito interessante sobre a origem do autoritarismo no país, fazendo, por exemplo, uma contraposição à imagem de "brasileiro pacato", tão difundida no imaginário brasileiro. Leitura super recomendável.
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João Malafaia 02/04/2020

Para a faculdade
?Li por causa da faculdade, mas gostei bastante. O livro é muito claro, não tem uma escrita acadêmica, apesar do tema, e apresenta dados e fatos. Esse é o mais importante, não tem como opinar contra o que é sólido.? Tudo no livro é palpável e real, quem discorda só não quer abrir os olhos.
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Paulo Henrique 26/01/2021

Contra Números não há argumentos negacionistas
Não sou um fã de livros de história que tratam do Brasil, por entender que nossos autores possuem um viés exagerado para esquerda e acabam comprometendo a qualidade e o real acontecimento dos fatos. Como pai vejo isso nos livros didáticos de meus filhos e me incomoda muito, pois deixa a realidade de lado e fica no discurso. Esse livro da Lilia tenta reduzir esse fato, trazendo muitos dados, e com dados não se discute, dá para fazer leitura errada, mas isso é de cada um. O Brasil é um país cheio de problemas e o maior de todos é não encarar a realidade de quem somos de verdade, e é isso que a autora mostra. Somos negacionistas desde a descoberta, malandros, intolerantes e racistas. Para isso não precisa de ideologia, basta ver os números apresentados.
Temos uma longa e dolorosa caminhada rumo ao progresso e nossas elites pouco farão para avançarmos, pois elas não precisam do progresso coletivo para progredir individualmente. Na visão da elite (principalmente política) se a torneira começar a pingar eles ficarão com esses "pingos", e como grande parte da população ainda tem a figura dos senhores de engenho entendemos que os "pingos" são por "direito" dessa elite.
Para avançarmos teremos de deixar de negar a nossa realidade e parar de acreditar em messias, mitos e que somente a "porrada" é a solução.
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regifreitas 30/06/2019

SOBRE O AUTORITARISMO BRASILEIRO (2019), de Lilia Moritz Schwarcz.

A antropóloga Lilia Schwarcz faz uma análise atual e necessária sobre as origens do autoritarismo na sociedade brasileira, da colonização até os dias de hoje.

A escravidão deixou marcas profundas, e o seu resultado é visível hoje em uma parcela da população que é marginalizada e sofre por conta de um racismo estrutural. Igualmente, boa parte da desigualdade social no país é fruto desse passado escravocrata, aliado a uma lógica de dominação de latifundiários e coronéis, que detiveram o poder econômico e político durante grande parte da nossa história.

Também vem desde a colonização a falta de limites, de governantes e governados, no que se refere ao trato entre o público e o privado. Usar o Estado para proveito próprio é algo tão antigo como o país. E a corrupção não é exclusividade das instituições públicas. Existem as pequenas corrupções diárias, o “jeitinho brasileiro”, formas de burlar as leis e as normas no cotidiano. Contraditoriamente, algumas dessas mesmas pessoas engrossam o coro daqueles que se revoltam e vociferam contra os políticos na arena pública da internet.

Ademais, as violências contra negros, mulheres e a comunidade LGBTTQ parecem ter recrudescido nos últimos anos. Mesmo com todas as campanhas de conscientização e o maior rigor imposto pela legislação, esses estratos da sociedade continuam a ser os mais atingidos por crimes e mortes.

A imagem de um povo progressista, aberto à diversidade e sem preconceitos, não resiste a um olhar mais crítico da autora. Existe, sim, uma parcela profundamente conservadora na nossa sociedade. E o que é pior: atitudes e discursos antes camuflados e dissimulados por boa parte dessas pessoas, hoje são verbalizados, alardeados e até celebrados abertamente nas redes sociais, sem qualquer pudor.

É uma leitura que não deixa de trazer sua cota de desesperança e desconforto, pois, conquistas mínimas, que custaram sacrifícios de gerações passadas, correm sérios riscos de se perderem no atual estado das coisas.
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