Karini.Couto 09/09/2019Olá leitores, demorei um pouco para trazer essa resenha para o blog devido a correria do dia a dia por aqui.. Mas antes tarde do que nunca, não é?
Neste livro vamos acompanhar Vivian Morris que aos dezenove anos foi dispensada da Vassar College por ter sido reprovada em todas as provas do primeiro ano e nunca ter ido a qualquer aula. Vivian era dessas meninas fúteis, preocupadas com as coisas erradas ao invés de se dedicar aos estudos. De qualquer maneira ela não sentia nenhum tipo de ligação com a Vassar College e isso, além de sua preocupação constante com a sua própria aparência foi determinante para afastá-la dos estudos e da Vassar!
Vivian se sentia deslocada em relação ao seu futuro na faculdade, ela foi destinada a Vassar pelos seus pais desde criança, e isso foi seguindo o rumo e ninguém nunca se interessou em saber de fato o que ela queria ou gostaria! Era simplesmente algo que ela tinha que fazer, estudar na Vassar College e ponto!
Antes disso, ela estudou na escola para Emma Willard para Garotas, em Troy, Nova York, composta por um corpo docente de pós-graduadas pelas "Seven Sisters" (7 Universidades Femininas de elite dos EUA).
Seus pais sempre ocupados demais e sem saber o que fazer com Vivian, enquanto seu irmão Walter era simplesmente tido como brilhante, cursando Princeton e destacando como deveria! Ele é o típico menino de ouro. Certinho, faz tudo como deve ser, destaque nas coisas certas e com um futuro promissor a sua espera. O cara era tão respeitado que tinha o apelido de "o embaixador", enquanto esteve no internato. Ele realmente é admirável! Sempre pensando nas pessoas e no mundo; em criar algo melhor para as pessoas e ser melhor pelo mesmo motivo!
Enquanto isso, Vivian, era apenas uma garota comum, que não era nem próxima do seu irmão e muito menos dos seus pais. O tempo passou, e com ela tudo o mais, suas amigas seguiram seus rumos tal qual deve ser e parece que Vivian ficou parada no tempo, sem saber o que fazer com a própria vida. Como ela era tipo a "ovelha negra", indo contra os "princípios" aos quais seus pais esperava, ou mesmo a vida, sendo uma pessoa sem interesses e parada, seus pais a enviam para morar na cidade com a tia Peg. Para não ser completamente injusta, Vivian tinha uma paixão, sua máquina de costura e a mesma a acompanhou quando teve que se mudar. Foi sua avó que a ensinou a costurar e aos treze ela ganhou sua própria máquina de costura da avó! Então posso dizer que Vivian tinha uma paixão na vida, talvez não a esperada pelos seus pais ou algo parecido com o que suas amigas fizera, como casar, ir para faculdade e etc.. Mas essa era sua paixão e talvez algo com o qual ela se importava de verdade!
Vivian foi muito apegada a sua avó, com quem passava muito tempo, iam juntas a peças de teatro e outros programas que Vivian amava e talvez nem fosse algo que uma menina da sua idade, comum, gostasse de fazer. Mas para Vivian, sua avó era especial e com isso elas tinham uma relação muito próxima!
Sua avó faleceu pouco antes de Vivian entrar na Vassar e talvez por isso ela tenha se tornado tão apática ou sem motivações ou coisas que a encantasse verdadeiramente. Perder a avó, ainda que anos antes, a mesma viesse apresentando indícios de que sua saúde não ia bem, foi um choque e com a morte de sua avó, partiu também seu desejo por algo, sua vontade de sorrir ou rumo na vida!
Tia Peg, apesar de não ser uma completa desconhecida, pois Vivian já havia estado com a mesma em algumas ocasiões, não era aprovada pelo seu irmão, pai de Vivian; na verdade, nem mesmo sua avó e mãe dele era! Pois elas levavam uma vida diferente daquilo que ele considerava ideal. Tia Peg era dona de um teatro, e com isso, para seu próprio irmão ela não praticava nenhuma atividade relevante, sendo considerada uma desprezível, ou alguém que não vive no mundo real!
Peg participou de alguns natais onde a família de Vivian se reunia enquanto a mesma era menina, mas era em suma ausente, por estar sempre viajando com seu grupo de teatro, porém retornou para o funeral de Morris (avó de Vivian) e logo se retirou para dar continuidade aos seus afazeres; ela tinha um espetáculo a ser produzido na cidade.
Então, com isso, apesar de Vivian, não conhecer muito bem sua própria tia, foi despachada para viver com a mesma. Sua tia tem uma história bem interessante de como tudo ocorreu desde a sua formação na Cruz Vermelha como enfermeira ao teatro. Foi durante sua estadia na Primeira Guerra Mundial como enfermeira que descobriu sua verdadeira vocação e a seguiu com louvor!
Com essa oportunidade na vida de Vivian de estar com alguém como a tia Peg, ela pôde finalmente se conhecer e descobrir seus próprios talentos, bem como dar um rumo em sua próprias vida, até então sem propósito e sofrendo com a perda da sua única amiga, a avó Morris!
Ler Cidades das Garotas foi como sentir um sopro de vida! Uma história que cativa, emociona e nos transporta para tempos que antecedem o nosso e ainda assim nos trás reflexões importantes!
Já havia tido a oportunidade de ler algo da autora antes, então sua escrita não me foi novidade e apesar do livro ter partes arrastadas conseguiu me prender o suficiente para dizer que gostei muito do que encontrei, apesar de fugir bem da minha rotina de leitura!
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