Nathalie.Murcia 16/06/2019
Uma protagonista forte e resiliente
Trata-se da continuação de Cidadã de Segunda Classe. Nesse volume, Ada, já sem o marido, e com as cinco crianças pequenas, se muda para um condomínio de apartamentos, no subúrbio londrino, em péssimas condições de higiene e salubridade ("o fundo do poço"), com a ajuda do Conselho Assistencial da cidade. Nessa nova moradia, Ada acaba se socializando com as vizinhas, cujas condições de vida são similares à dela, gerando um sentimento de solidariedade e acolhimento motivados pela pobreza e infortúnios em comum. Essas pessoas são conhecidas como "famílias-problema". Após engolir o orgulho, Ada é obrigada a abandonar o trabalho para cuidar dos filhos, e viver do seguro-desemprego. A exemplo do primeiro livro, a escrita de Buchi é ágil e prende o leitor, de forma que li em apenas dois dias. Contudo, achei o primeiro volume ainda mais interessante. Espero que no terceiro, a ser lançado em 2020, Ada finamente consiga dar a volta por cima e concretizar seus planos de terminar a faculdade e se tornar uma escritora de sucesso. Nesse segundo livro restou bem evidenciada a situação precária das mulheres com prole numerosa, dependentes exclusivamente dos benefícios sociais, sendo que a maioria não conta sequer com a ajuda do companheiro. A escritora também nos induz a refletir respeito da dependência que esses benefícios governamentais geram aos seus contemplados, assim como aborda a questão do alcoolismo, da violência doméstica e da falta de planejamento familiar, que afetam sobremaneira a camada mais baixa da população. Estou ansiosa pelo terceiro volume.
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