Vozes do Joelma

Vozes do Joelma Tiago Toy...




Resenhas - Vozes do Joelma


159 encontrados | exibindo 136 a 151
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 10 | 11


Helana O'hara 18/11/2019

Terro nacional que vale a pena!
Vozes do Joelma é aquele tipo de livro que ficamos muito curiosos para ler, tratando-se de 4 contos de terror, somos apresentados a personagens que tem alguma ligação com o Edifício Joelma. Publicado em 2019 bem perto da Bienal do livro, ele nos trás uma diagramação de encher os olhos – ponto positivo para Faro Editorial que sempre nos apresenta belíssimas obras, Vozes do Joelma nos trás na capa o edifício em chamas. O livro tem cerca de 285 e cada um dos contos ganhou uma apresentação do escritor Tiago Toy, preparando o leitor para a continuação da história.

O conto de Marcos DeBrito intitulado “Os Mortos não perdoam”, pegou como base a história macabra que aconteceu antes da construção do Joelma. Um químico mata a mãe e as irmãs e as enterra num poço no quintal de casa. O rapaz queria então se livrar dela para poder se casar com a mulher que amavam.
Para não gerar grandes desconfianças ele diz que elas morreram num acidente enquanto viajavam.
Para piorar a situação do rapaz, ele acaba sendo perturbado com a morte delas. Memórias, sonhos. A culpa de mata-las pesa na cabeça dele.
Com certeza o meu favorito. A história que se passa antes da construção do Joelma, diz muito sobre o que poderá acontecer anos depois.
Já Rodrigo de Oliveira nos apresenta um conto durante o incêndio. Samara trabalha no Joelma. Ela denunciou seu chefe por pedofilia e agora ele quer fugir a todo custo. Mas o medo que ela tem dele, faz com que Samara viva em uma realidade completamente diferente durante o incêndio ela começa ver e sentir coisas – principalmente que está sendo perseguida e que o incêndio pode ser culpa dela.

Nesse conto, Rodrigo usou com inteligência a história do curto circuito do ar condicionado em uma das salas do Joelma e junto isso a história de Samara e o desespero dela e o desespero dela que a faz sair da realidade.
Vou dizer para vocês que o final desse conto me deixou surpresa. O autor faz o leitor acreditar nas duas realidade da personagem.

Marcus Baercelos, com certeza ficou com uma das partes mais delicadas de todas as histórias que rondam o Joelma. A história das treze almas, das trezes pessoas que não forma edificadas e cozinharam no elevador na hora do incêndio. Aqui temos a história de um faz-tudo que vive na luta, trabalha para pagar os medicamentos da mãe. E só trabalha com o dinheiro na mão. Depois de negar um serviço, porque a pessoa não tinha como pagar no momento, sua mãe morre. Desesperado ele procura ajuda num cemitério e descobre que a pessoa a quem recusou trabalho é o responsável de lá. Trocando serviços aqui e ali, ele vira personagem na história do Joelma e que acaba tendo forte ligação com as trezes almas.

Dos contos esse é o mais tocante. Quando você, lê a história das treze almas para saber o que acontece, sente uma tristeza profunda e tenha certeza, esse conto vai te fazer pensar.

Victor Bonini nos trouxe O Homem da Escada, aqui o autor explora os fatos acontecidos depois do incêndio. E vamos acompanhar a Eugênia que passa dificuldades e mora, agora no edifício abandonado. Eles moram em meio aos acontecimentos fortes. E Victor relata odores, pobreza, falta de higiene das pessoas que ali habitam e claro uma possível esquizofrenia de Eugênia.Vozes do Joelma soube explorar muito bem os principais fatos desse incêndio que entrou para a história. Uma narrativa ótima dos 4 autores principalmente, juntando com a ótima apresentação de Tiago Toy que nos trouxe um personagem um personagem de morte muito interessante, que narra o que vai acontece em cada conto.

Para aqueles que gostam de terror, devem ler Vozes do Joelma – mas fica uma dica, leia um pouco sobre o que aconteceu antes, assim você vai entender melhor cada história!
comentários(0)comente



Faces EM Livros 22/11/2019

?
Opinião da colaboradora @estantedajaquinha
?
?
Vozes do Joelma é uma coletânea de quatro contos nacionais dos autores Marcos Debrito, Rodrigo de Oliveira, Marcus Barcelos e Victor Bonini. Os contos são ligados à famosa tragédia ocorrida no Edifício Joelma, em 01 de fevereiro de 1974, que deixou um total de 187 mortos e 300 feridos.
?
?
A histórias contidas na obra são voltadas para o terror sobrenatural, explorando toda a carga de lenda urbana que o incêndio no tal edifício trouxe para o imaginário popular, uma vez que ficou conhecido como mal assombrado devido às mortes lá ocorridas. Não há um brasileiro que não saiba do ocorrido e nem uma criança dos anos 90 que não tenha tremido de medo do famoso episódio que retrata o caso no extinto programa Linha Direta.
?
?
No que diz respeito a estrutura da obra, o trabalho feito pelos autores é de extremo zelo, visto que todas as histórias são conectadas entre si e seguem um padrão linear, apresentado ao leitor desde a maldição do terreno, antes mesmo da existência do prédio, até o seu estado pós-acidente. Além disso, existem elementos reais na trama, como, por exemplo, o conto que narra como tudo aconteceu, que, apesar de ser uma narrativa ficcional, apresenta como causa o fatídico curto circuito no ar-condicionado (fator real que gerou a tragédia).
?
?
Quanto à fluidez das narrativas, não há do que reclamar. Apenas a primeira tem contornos mais formais, contudo, não há nada que a faça ser de difícil leitura. Pontuo ainda que, ao meu gosto, o melhor dos contos foi o intitulado ?Os Treze?, escrito por @omarcusbarcelos.
?
Por fim, quero parabenizar a Faro Editorial pelo belíssimo trabalho realizado no livro, que evidencia o capricho com o material, diagramação e edição como um todo. ?
?
comentários(0)comente



Nana Barcellos | @cantocultzineo 19/12/2019

Eu não era nascida em 1974, mas imagino a comoção pelo caso na época e como deve ter ficado por meses nos meios de comunicação. Só o fato da gente pesquisar, e ler toda cronologia dos fatos do dia 1º de Fevereiro, daquele ano, a sensação já se faz perturbadora, imaginando o quanto os mais de 150 mortos devem ter lutado pela sobrevivência.

Em Vozes do Joelma, quatro autores nacionais de grande sucesso da Faro Editorial se reúnem para nos apresentar contos horripilantes ambientados naquele solo e proximidades. Há toda uma lenda macabra envolvendo o local desde antes o surgimento do edifício em questão. Eles ainda convidaram o autor Tiago Toy para dar voz ao ser que nos apresenta todos os feitos funestos expostos por aqui, trazendo reflexões de arrepiar. É, lembra Contos da Cripta com o personagem do Guardião lá. A série Creepshow, que estreou esse ano, meio que usa ele também.

Como são apenas quatro contos, decidi resumi-los para aguçar a curiosidade de vocês:

OS MORTOS NÃO PERDOAM - MARCOS DEBRITO
Esse se passa anos antes do incêndio, mas também é baseado em eventos reais. Um caso que ficou conhecido como O Crime do Poço, nos anos 40. Acaba por acrescentar à todas teorias envolvendo o solo do lugar e arredores; como algo maligno.

Pablo é o homem da casa. É ele quem paga as contas, compra os remédios da irmã doente e coloca parte da comida na mesa. Ele mora com a mãe e as duas irmãs, sabendo o quanto elas podem ser conservadoras e ofensivas. Começando pela maneira como se referem a sua namorada, por acreditarem que a moça não é mais virgem. Mas é com quem o rapaz idealiza casamento. As brigas são constantes. Pablo sempre acaba remoendo ainda mais seu ódio por elas.

Cada dia mais apaixonado, Pablo começa a priorizar sua nova vida ao lado da amada, deixando de comprar os remédios da irmã para presenteá-la. Motivo para mais uma explosão com a família. Sua mente não suporta mais. Ele trabalha no departamento de Química na universidade, e lá começa a testar parte de seus planos. Por fim, a decisão é tomada: para ser feliz, precisa matá-las.

Escolha excelente para o início deste livro. Há antologias que a gente pega por aí, já começam com contos desagradáveis que nem dá vontade de continuar, né? Mas Os Mortos Não Perdoam só fica desagradável com as ações odiosas de seu protagonista, pois todo o cenário após as ações do rapaz é bem descrito; sua tormenta e assombrações. Minha experiência com Marcos é de apenas uma leitura, mas posso dizer que o autor fez uma ótima adaptação do caso, principalmente aproveitando o limite que tinha para uma boa construção dos sentimentos odiosos de Pablo.

Pablo almejava a felicidade após livrar-se delas, mas mal sabia que o terror só estava começando. Mal sabe se encaixar nas próprias mentiras.


NOS DEIXEM QUEIMAR - RODRIGO DE OLIVEIRA
O conto do Rodrigo se passa horas antes do incêndio acontecer. Sim, dentro do próprio Joelma. Há uma equipe trabalhando. Alguém ali está ambiciosa com um cargo, descobrindo um colega de trabalho como o grande inimigo.

Samara é uma mulher conhecida pelo seu pulso firme em ambiente de trabalho. Sempre fora muito disciplinada e, claro, também almeja grandes glórias pelo que faz. Por um triste acaso, acaba por descobrir um segredo repulsivo sobre seu colega de trabalho, Gabriel, que é tão exemplar quanto ela. Ambos não simpatizam um com outro, por causa do ar da disputa. Sem duvidar e/ou questioná-lo, Samara chama a polícia.

Gabriel não sabe o que fazer. Seu ódio por Samara atinge um novo nível. Ele tenta de todas as maneiras escapar das mãos dos policiais que entram no prédio. A fuga de Gabriel é interrompida... pela sua morte. Mas não pense que a história acaba. O inferno de Samara está apenas começando.

Bom, se você acompanha o blog sabe que uma certa série de zumbis foi super indicada por aqui. Nos Deixem Queimar é marcado por vários momentos eletrizantes e arrepiantes, assim como As Crônicas dos Mortos. Tons que, certamente, Rodrigo não deixaria de fora. E, nossa! Quem imaginaria que todo confronto caminharia até o incêndio, que também transmite todas as sensações super bem descritas, nos deixando com os nervos à flor da pele. Toda revolta de Gabriel, vida e pós-morte, e a tormenta de Samara acabam em uma triste reviravolta. Nossos olhos nos pregam grandes peças.

E há várias situações adaptadas do caso real.


OS TREZE - MARCUS BARCELOS
Será que posso falar que esse também é baseado em fatos sem deixar vocês assustados? Principalmente quem mora em São Paulo... será?

Uma coisa que adorei nessa antologia é que os contos soam conectados uns nos outros sem forçarem. A editora fez ótimas escolhas na ordem. Esse e o anterior nos mostram bem essa ideia. Mencionei que no conto anterior há a abordagem do incêndio, com a descrição do autor caminhando até eventuais vítimas fatais. E uma cena importante que ele descreve durante a corrida pela sobrevivência: um elevador ocupado por treze pessoas que espatifou-se.

O conto é um relato de um senhor chamado Amilton, que na época do incêndio se tornou conhecido no bairro por ser um faz-tudo. Mas não significa que tinha boas recomendações de todos, pois o dinheiro vinha sempre na frente. Até que a perda de sua mãe o levou ao cemitério São Pedro, tempos antes do incêndio no Joelma acontecer.

No cemitério, ainda rapaz, conheceu seu Ernani, que infelizmente guardava más impressões em relação as atitudes de Amilton. A paz foi selada, então Amilton começou a trabalhar no cemitério para ajudar a custear o enterro da senhora sua mãe. Logo o tempo passa, o incêndio acontece, e cabe a Amilton a lidar com as treze vítimas que, pelo estado dos corpos, não havia como fazer a identificação.

Amilton os enterra um ao lado do outro. Noite vem e vai, e o cemitério já não é mais o mesmo. Os relatos de outros profissionais locais iniciam, alguns até temem que seja uma aparição de el Cucuy, o bicho-papão. As treze almas desejam passar uma mensagem, que só Amilton poderá descobrir.

Os dois anteriores lidam mais com o ódio; um personagem movido por ele. Minha impressão de Os Treze é que há uma certa lição para seguirmos em frente, descansar o passado, sabem? A mágoa é um grande sentimento que marca o conto. Mas não quer dizer que não tenha perigo e medo. Também há certo bom humor com a menção ao Cucuy e o rapaz mexicano. E o autor adora assombrações, né? É o único conto com final, digamos, feliz.

Meu conto favorito, junto com o do Rodrigo.


O HOMEM NA ESCADA - VICTOR BONINI
Acredito que o cenário deste conto seja o dias atuais, pela menção a tecnologia e algumas redes. Ele parte mais da criação do autor, em vista que não é baseado em algum acontecimento no local ou próximo. Contamos com uma assombração bem vingativa por aqui.

Dona Solange mora com a filha em um prédio ocupado ilegalmente, situado onde era o Joelma. Todos ali obedecem as ordens do líder. O braço direito do cara que é o grande problema na vida de Solange. Sua filha, Eugênia, vive um relacionamento altamente abusivo com o rapaz. A mãe, desesperada, não aguenta mais assistir toda violência contra a filha. Até que uma figura na escada do prédio decide ajudá-la.

Uma morte. Solange sabe que é só esconder todas as evidências que tudo ficará bem. Mesmo que questionem sobre o sumiço do rapaz, a filha chore pelo retorno do embuste, a senhora entregará a melhor resposta possível. Duas mortes. O desespero começa a tomar conta de sua mente. A filha corre perigo, ela também. As gratificações sanguinárias não foram por bondade, e agora alguém vem cobrar.

Oh, pobrezinha da dona Solange. Cancela esse tipo de pensamento. Dona Solange é daquelas personagens do Victor que sempre escondem um ladinho maligno. Então, nem se espante ao saber que todas as mortes que acontecem por aqui, ela dá um jeitinho de se livrar jogando no vácuo do elevador. Ela é de opiniões ofensivas e preconceituosas. E falando do vácuo do elevador... que nossa, grotesco! A narrativa vai revirar seu estômago.

No geral, eu adorei todos os contos. Meu único problema foi com O Homem na Escada, pelo fato do início soar um pouco confuso. Retornei as páginas iniciais, para enfim me dar conta que a narrativa era linear; sem lembranças ou devaneios. Por outro lado, gostei do autor ter dado uma linguagem informal aos moradores do prédio. Sei que vários leitores tem certo preconceito com isso, por não ter concordância e ter gírias. Avisando pra deixar claro, que não é erro de revisão, mas sim parte da construção dos personagens.

É o maior conto do livro.

Não poderia deixar de comentar sobre o misterioso ser que introduz e reflete as ações em cada conto apresentado: o nefasto e sarcástico Devorador de Almas, construído por Tiago Toy. A escrita se faz de um belo tom elegante em torno do personagem, numa linguagem mais ornada. É um dos meus pontos favoritos da leitura. O autor conta com algumas publicações pela Amazon, focando bastante no estilo.

Vozes do Joelma veio para abrilhantar ainda mais o estilo na literatura nacional. Os autores se firmam em todos os contos, assim despertando interesse em procurar por suas demais obras. Que indico todas, viu? E foi ótimo notar saídas da zona de conforto, mostrando que temos grande talentos por aqui. Sabem o que seria lindo? Assistir adaptações de todos os contos. E para aqueles que ficam com pé atrás quando se trata de contos, todos aqui são finalizados direitinho, viu?

A edição está linda. Faro, como sempre, respeita o trabalho e criação dos autores, ilustrando uma parte de seus contos. A imagem do cemitério me deixou um pouco nervosa. As partes com a narrativa do Devorador de Almas são em páginas negras com escritos em branco. Capa traz imagem que foi um marco em todos os noticiários na época do incêndio. Sim, algumas pessoas realmente se jogaram do prédio. Há certo relevo e brilho. Notei alguns errinhos, mais de digitação mesmo, que certamente irão ser corrigidos nas próximas edições, e não acredito que atrapalhe o rendimento da leitura.

site: https://cantocultzineo.blogspot.com/2019/12/livro-vozes-do-joelma-varios-autores.html
comentários(0)comente



DaniBooks 29/12/2019

Vozes do Joelma
Quer sentir medo? Leia esse livro!
Aqui temos 4 histórias que giram em torno dos acontecimentos relacionados ao incêndio que destruiu o Edifício Joelma e deixou quase 200 mortos. Tudo regado com muito terror sobrenatural.
Os quatro contos são espetaculares! É difícil dizer qual é o melhor. E cada um é introduzido pela conversa de um personagem assustador com vc. Isso mesmo: ele fala com vc e vc sente medo. Pelo menos, eu senti. Porque é bem escrito e construído de uma forma que faz vc se sentir o interlocutor de fato. E vc fecha o livro com a nuca arrepiada.
Li essa obra em um dia. O livro é fluido, envolvente e intrigante. Para quem gosta de um bom terror, vale muito a pena dar essa chance para a literatura nacional.
comentários(0)comente



Fer 01/01/2020

Muito bom!
Pra quem não conhece escritores de terror brasileiros, uma ótima pedida!

Acho que mesmo os que não eram nascidos na época que aconteceu a tragédia do Joelma, já deve ter ouvido falar ou ler sobre, principalmente sobre as coisas macabras que falam do prédio após o incêndio.
Pois bem, o livro não fala sobre a tragédia em si, mas traz 4 contos inventados ou baseados na história. E é um ótimo livro! Me surpreendeu bastante, e também amei conhecer a forma que os escritores dos contos trabalham, eu só conhecia o Raphael Montes, mas com certeza irei ler mais sobre os 4 autores do livro.
A edição é linda, as ilustrações marcantes, a escrita é fluída, enfim, a editora fez um ótimo trabalho. Recomendo!

Para mais resenhas, @leituradafer
comentários(0)comente



Priscila 05/01/2020

Para conhecer nacionais
Já conhecia o trabalho do Marcos Debrito e do Victor Bonini, e conhecer o trabalho do Marcus Barcelos e do Rodrigo de Oliveira foi ótimo.
O livro é dividido em quatro contos, são baseados em histórias reais, mas com um toque de sobrenatural, mas os autores fazem isso tão bem que você jura que aconteceu tudo daquele jeito mesmo, exceto a última história, achei que destoa demais da proposta do livro, não é ruim, mas achei muito fantasiosa, o Victor Bonini não soube muito bem inserir o sobrenatural, por isso eu dei 4 estrelas. É inegável que eles fizeram um ótimo trabalho de pesquisa, pois a carga emocional do livro é muito grande, em alguns momentos eu até me senti mal por conseguir realmente me colocar no lugar das pessoas que estavam lá no edifício Joelma. Recomendo muito o livro.
comentários(0)comente



Orlando 20/01/2020

Vozes do Joelma | Venha ser atormentado você também…
Em Vozes do Joelma, quatro dos mais talentosos autores do terror nacional atual se juntam para nos entregar uma antologia de contos inspirada nas assombrosas histórias que rondam a tragédia do Edifício Joelma. Tem tudo para integrar as listas de melhores do ano.

A fama de mal-assombrado do Edifício Joelma só perde em abrangência para a fama da tragédia que se abateu sobre a edificação no fatídico dia 1º de fevereiro de 1974: um incêndio de grandes proporções destruiu 14 dos 25 andares do Joelma e contabilizou 187 mortos e cerca de 300 feridos.

A tragédia do Edifício Joelma chocou o país inteiro e as cenas fortíssimas de pessoas que se atiravam do edifício para se salvar das chamas são assustadoras e extremamente tristes, uma vez que não havia a menor chance dessas pessoas serem salvas em hipótese alguma.
São Paulo parou, o restante do país parou junto e acompanhou tudo estarrecido pelos noticiários da TV, rádios e demais veículos de comunicação da época.

Vozes do Joelma | Fatos, Ficção e Fantasmas
Mesmo depois de 45 anos, a tragédia do Joelma ainda assombra o imaginário e as lembranças dos que, de algum modo, estiveram em contato com ela, seja de forma direta ou indiretamente.

Quase 5 décadas depois e de uma longa reforma nas estruturas remanescentes, não são poucos os relatos sobre vozes e aparições nos corredores do prédio que hoje se chama Edifício Praça da Bandeira.

Misto de realidade e lenda urbana, as aparições e vozes no interior do antigo Joelma, bem como as que cercam sua fundação, são terreno mais do que fértil para materializar diversas novas histórias e situações a partir dos relatos assombrados e visões estranhas que são constantemente relatadas.

De posse dessa premissa — utilizar os mistérios em torno do Joelma e sua tragédia — a Faro Editoria partiu dos pontos cegos, dos fatos históricos, dos relatos constantes e da imaginação de quatro jovens autores de talento e mórbida criatividade para publicar o assustador e instigante livro Vozes do Joelma, obra que tem tudo para integrar as listas de melhores lançamentos no gênero Terror/Horror/Sobrenatural de 2019.

À frente da empreitada de dar vida aos mistérios em torno do Edifício Joelma, os autores Marcos De Brito, Marcus Barcelos, Rodrigo de Oliveira e Victor Bonini foram convocados como que se fossem convocados os quatro cavaleiros do apocalipse literário.

Esses quatro nomes estão entre os autores mais proeminentes e criativos do catálogo da Faro Editorial.

Sem querer desmerecer nenhum dos outros escritores e escritoras igualmente brilhantes que eles publicam, mas esses quatro nomes são responsáveis pelo sucesso dos gêneros de Terror, Suspense e Horror do catálogo da editora.

Estruturar toda a “coluna” dos gêneros Terror, Horror, Suspense e Sobrenatural de uma editora não é uma tarefa fácil, mas os quatro autores estão realizando ao longo dos últimos anos essa tarefa com maestria.

Com obras inteligentes, tensas, macabras e com narrativas ágeis e inventivas, o quarteto do apocalipse da Faro Editorial vem se mostrando mais do que apto para erguer uma obra fictícia à altura da tragédia do Joelma.

Coube aos quatro autores construir e desenvolver toda uma mítica em torno do Edifício Joelma e a tragédia que se abateu sobre ele, desnudar sua história real, recriar fatos, construir personagens e situações que pudessem não só ter liberdade criativa, mas acima de tudo, zelo e respeito pela tragédia real sem banalizar a dor do acontecido.

Nada neste livro é gratuito, banal, forçado ou exagerado. Pelo contrário, o que cada autor faz em seu respectivo relato é construir histórias de forte impacto, coesão textual e muito, muito apuro no suspense, terror e horror; tudo sem perder de vista o fio que conduz para as fundações do Edifício Joelma e os relatos que vieram anos após a tragédia que marcou a prédio.

VOZES DO JOELMA | PASSADO, PRESENTE E FUTURO ENTRELAÇADOS POR VOZES E FOGO
A cada um dos quatro escritores coube abordar diferentes períodos da história que circundava o prédio antes, durante e depois do fatídico incêndio que marcou o fim de uma era e o começo de outra em relação ao ocorrido.

Os quatro contos de Vozes do Joelma são tão diferentes entre si quanto seus autores, a única similaridade ou parte comum é ter o Edifício Joelma como pilar central e o sobrenatural, macabro e assustador como substância chave das narrativas.

OS MORTOS NÃO PERDOAM, DE MARCOS DEBRITO
Ao autor Marcos DeBrito, por exemplo, coube relatar em “Os Mortos não perdoam” o bizarro caso de uma família vítima de um macabro assassinato e que residia no terreno que futuramente seria erguido o Joelma. Uma trama com requintes de crueldade, violência e frieza de fazer inveja a muitas histórias famosas da literatura de serial killers.

Nesse primeiro conto DeBrito nos enreda pela história do jovem Pablo de 26 anos que trabalhava como auxiliar de laboratório na universidade para o Dr. Kauffman.

Ainda muito cedo Pablo se tornou responsável pelo sustento de sua mãe e de suas duas irmãs e isso fazia o jovem sentir dia a dia o peso de tal responsabilidade desde a morte do pai.

Pablo namora a jovem Isaura com quem pretende se casar e ter uma vida sem o peso das responsabilidades impostas pela mãe idosa, pela irmã doente e pela irmã caçula alienada que sonha com o dia em que um belo e rico cavalheiro da alta sociedade a peça em casamento enquanto se embala no balanço do quintal.

Aparentemente nenhuma dessas pessoas vai ter o que quer…

Regado pelas ambições de Pablo, o conto de De Brito é um ótimo e inquietante “abrem-se as cortinas” para o que nos aguarda ao longo do livro e já deixa antever todo o clima pesado e mórbido que será o norte de Vozes do Joelma.

Não por acaso o conto que abre a coletânea é inspirado no caso real popularmente chamado de “Crime do Poço”, ocorrido no ano de 1948; a casa da família Camargo ficava alguns metros adiante do terreno que seria erguido o Edifício Joelma.

A fama de local macabro ainda se estende mais para trás, uma vez que boa parte da localidade servia como “pelourinho” para castigar escravos desobedientes.

Seria esse o começo de toda a carga negativa e sobrenatural que ronda o Joelma? Ou há algo mais antigo e pernicioso rondando o local manipulando tudo e todos do interior de sombras muito mais antigas que o próprio ser humano?

NOS DEIXEM QUEIMAR, DE RODRIGO OLIVEIRA
Para não deixar a pergunta já definida e sua resposta bem delineada, Rodrigo de Oliveira nos leva exatamente para o dia da tragédia que destruiu quase que completamente a estrutura do prédio.

No conto “Nos deixem queimar”, o autor nos revela que por trás do incêndio há uma miríade de pequenas histórias individuais que se cruzam, se entrelaçam, se desmancham em cinzas e sussurram da escuridão para os que querem ou não ouvir.

Nessa segunda narrativa Oliveira se aproveita dos pontos cegos e brechas sobre o dia da incêndio e cria personagens e situações para preencher essas lacunas com requintes de sadismo e violência, construindo uma narrativa que mistura o horror tanto de ordem física quanto o de ordem sobrenatural.

Mesclando esses elementos sobrenaturais com elementos da pura e simples crueldade humana, Oliveira nos lembra que às vezes os piores monstros a nos atormentar somos nós mesmos.

Oliveira cria um conto que é misto da história individual com história coletiva, expondo desejos obscuros, pontos fracos, pequenos egoísmos, ganâncias e desejos mesquinhos típicos dos seres humanos quando estão em grupo.

Oliveira também prepara o terreno para o conto do autor Marcus Barcelos de forma muito interessante.

OS TREZE, DE MARCUS BARCELOS
No terceiro conto da antologia é a vez de Marcus Barcelos nos apresentar Amilton protagonista do conto “Os Treze”, homem de origem simples, filho de dona Guilhermina e de um pai que há muito foi embora e de quem não sente a menor falta, sobretudo por conta das surras que o homem lhe dava, bem como em sua mãe.

Trabalhador e introspectivo, Amilton seguia a vida como “faz tudo” de seu bairro. Todos sabiam de sua competência para diversos tipos de trabalho e afazeres.

A única coisa mais certa que sua capacidade de realizar vários tipos de trabalhos braçais era o coração endurecido de Amilton, cuja única pessoa importante na vida era a mãe.

Aaos demais o jovem só destinava sua indiferença silenciosa e uma certa dureza de espírito que o tornara incapaz de se sensibilizar pela dor alheia. Mas isso lhe acarretaria um preço alto demais a ser pago no futuro.

Depois de certo tempo e de algumas mudanças drásticas, Amilton acabou indo trabalhar no cemitério local sob as ordens de Ernane, um senhor cujo caminho já havia cruzado o de Amilton em duas ocasiões distintas e nada amistosas. Mas não tardou para surgir entre ambos uma grande e respeitosa amizade.

Foi neste cemitério e no turno de Amilton que 13 corpos completamente carbonizados foram trazidos às pressas para serem sepultados.

Não por acaso eram vítimas do incêndio do Edifício Joelma, todos fatalmente presos em um dos elevadores do prédio durante as horas mais cruciais do caos.

O amontoado de corpos enegrecidos pelas chamas não tinham a mínima condição de ser devidamente identificado, a lapide comum aos 13 corpos marcou um ponto de virada na história de Amilton, pois na mesma noite vozes e estranhos sonhos começaram a atormentar todos que trabalhavam no local.

Soma-se aos estranhos fenômenos que todos atribuem às 13 almas sepultadas vindas da tragédia do Joelma as aparições de um soturno homem todo de preto que perambula por entre as sepulturas do cemitério.

Amilton precisa superar seu medo e os pesadelos que assombram suas noites para descobrir o que realmente está acontecendo ao seu redor, mesmo que isso custe caro demais.

A história contada por Barcelos é carregada de elementos diversos em uma narrativa de suspense, é também um conto bem intimista que nos mostra a jornada pessoal de Amilton em busca de paz e redenção em sua vida tão marcada por perdas, dores e sofrimentos.

O HOMEM NA ESCADA, DE VICTOR BONINI
Já o quarto conto, “O homem na Escada”, escrito magistralmente por Victor Bonini é em minha opinião o melhor da coletânea. A narrativa de Bonini é riquíssima em detalhes que vão desde o mais obscuro sobrenatural até o que há de pesado em críticas sociais.

Ao situar sua narrativa numa ocupação situada no que sobrou do Edifício Joelma, Bonini nos presenteia com uma história sensível, contundente e cheia de personagens absurdamente reais, por isso mesmo assustadora em amplo e vasto sentido.

Os ocupantes das ruínas do Joelma enfrentam as lutas diárias dos que não possuem nada e precisam se abrigar entre os espaços obscuros não só da nossa sociedade, mas do prédio em si.

Dona Solange, uma senhora idosa vivia num dos apartamentos do Joelma junto com sua filha Eugênia grávida de um “cara” qualquer, barra pesada, metido com drogas e afins.

A violência contra Eugênia foi o pontapé para dona Solange querer um basta nessa situação; a vozes em sua cabeça lhe dizia sutilmente o que e como fazer…

Dona Solange toma sua mais importante decisão e “o homem da escada”, com seu chaveiro tilintando ao caminhar, deu “uma forcinha” na difícil decisão.

Mas não tardou para que o estranho sumiço do “traste” (como Dona Solange gostava de chamá-lo) ser notado por Dinei, chefe da ocupação e por Laiz, a ex do “cara” e, pior de tudo, mãe de sua filhinha, por quem Dona Solange acaba criando grande afeto.

O círculo começa a se fechar e a culpa começa a pesar, a voz não para de sussurrar frases perniciosas, e o odor de podridão não para de se alastrar pelo antigo Joelma.

E assim Bonini vai nos guiando por uma angustiante história de medo, de terrores sobrenaturais e terrores sociais constantes. Cada personagem dessa trama já está meio morto, já está perdido e em danação e o autor vai nos levando por essa espiral decrescente de degradação humana, desespero, medo e vidas despedaçadas.

Cheio de momentos que alternam a delicadeza de uma velha mãe que aguarda a chegada de sua netinha com sensação claustrofóbica da culpa sufocante de uma consciência pesada, Bonini nos enreda página a página por corredores, escadas, fosso de elevador, quartos apertados e escuros, de atmosfera pesada, soturna e com olhares espreitando cada passo dado.

As vozes estão por todos os escombros do Joelma ou estão especificamente dentro da cabeça daqueles que devem? A pergunta é mais complexa do que pode aparentar a superfície e Bonini sabe jogar muito bem com essa dualidade entre o real e o sobrenatural, entre o amor e o ódio, entre o delicado e o profano.

VOZES DO JOELMA | E, QUANDO TU CONTEMPLARES O ABISMO…
Mais uma vez a Faro Editorial está de parabéns com suas obras e seus autores. Alguns anos atrás ter livros e obras de Terror, Horror, Suspense e afins escritas inteiramente por autores nacionais seria considerado ou um exagero, um luxo desnecessário, um risco ou uma grande aposta… ou o que era mais comum: tudo isso junto.

Mas contrariando qualquer prognóstico negativo aqui estamos nós, com quatro jovens autores despontando no horizonte com estilos fortes, muita criatividade, originalidade e ousadia para contar histórias de Terror/Horror que não deixam absolutamente nada a desejar se comparadas com grandes nomes já consagrados de outros países.

Esse Vozes do Joelma vem engrossar e fortalecer essa perspectiva de que podemos ir além da inspiração do que é feito lá fora e criamos aqui mesmo com nossas próprias inspirações histórias incríveis e que ecoam reflexos de nossa própria realidade.

Hoje, depois de obras como as lançadas pela Faro Editoral e seus autores brasileiríssimos, temos a oportunidade de prestigiar um Terror/Horror genuinamente nacional que, sim, bebe dos grandes nomes para se inspirar, mas também sabe criar por conta própria suas próprias histórias.

Se você é fã de histórias macabras, com doses de violência, terror psicológico, criaturas espreitando da escuridão, personagens instigantes percorrendo histórias macabras e que dialogam com o mundo em que vivemos, então Vozes do Joelma clama por ser lido e relido.

Claro, não poderia faltar aqui o sempre essencial elogio ao trabalho gráfico e editorial da Faro em preparar este lindo livro: papel de boa gramatura na capa e no miolo, belíssimas ilustrações entre os contos, excelentes textos de apresentação/introdução escritos por Tiago Toy e um belíssimo efeito de brilho na capa da publicação. Forma e conteúdo mais uma vez lado a lado para nos proporcionar o melhor da leitura.

Por fim é preciso pontuar que a importância de Vozes do Joelma no catálogo da Faro Editorial é extremamente relevante: o livro é o 100º a ser lançado pela editora, uma marca histórica, sobretudo levando-se em conta as grandes dificuldades pelas quais o mercado editorial vem passando nos últimos anos.

Essa vitória é de todos os fãs da boa Literatura, sobretudo a boa Literatura feita aqui mesmo em nosso país por nossos escritores, sejam veteranos ou novatos.

VOZES DO JOELMA | SOBRE OS AUTORES
Marcos DeBrito, Rodrigo de Oliveira, Marcus Barcelos e Victor Bonini são autores reconhecidos pela crueldade de seus personagens e grandes reviravoltas nas narrativas.

As mentes doentias por trás dos livros A Casa dos Pesadelos, O Escravo de Capela, Dança da Escuridão, Horror na Colina de Darrington, Quando Ela Desaparecer, O Casamento, Colega de Quarto, e da série As Crônicas dos Mortos, se uniram para criar versões perturbadoras sobre as tragédias que ocorreram em um terreno amaldiçoado, e convidaram o igualmente perverso Tiago Toy para se juntar na tarefa de despir os homicídios, acidentes e assombrações que permeiam os boatos sobre o Edifício Joelma.

VOZES DO JOELMA | FICHA TÉCNICA
• Título: Vozes do Joelma
• Subtítulo: Os gritos que não foram ouvidos
• Gênero: Suspense, Terror, Horror
• Autores: Marcos DeBrito, Marcus Barcelos, Rodrigo de Oliveira, Victor Bonini e Tiago Toy
• Formato: 16×23 cm
• Páginas: 288
• ISBN: 978-85-9581-088-4
• Editora: Faro Editorial



site: https://www.pontozero.net.br/2019/10/07/vozes-do-joelma-venha-ser-atormentado-voce-tambem/
comentários(0)comente



Janethe 01/05/2024

Surpreendente
Foi uma leitura surpreendente a forma como os autores trabalharam temas e se conectaram de maneira brilhante com a tragédia acontecida em 1974 . É uma boa forma de saber o que aconteceu no edifício Joelma sem sofrer tanto.
comentários(0)comente



Deusani0 24/01/2021

Apavorante
Pra quem gosta e um prato cheio, achei apavorante, são três histórias que se ligam, porém não são história verdadeiras.
Fiquei com medo
comentários(0)comente



jgeliseu 10/02/2021

Vozes do Joelma
Quando comprei esse livro esperava que fosse a história completa do incêndio do Joelma. Na verdade o livro é composto por 4 casos de épocas distintas que tem uma coisa em comum, o edifício Joelma. Uma mistura de realidade com ficção! Por mais que eu não me interesse por ficção achei as 4 histórias muito interessantes e envolventes. Fiquei preso no contexto e enredo e, por mais que o último conto seja meio ?arrastado?, se tivesse mais histórias eu leria, sem dúvidas nenhuma. Se está procurando fatos 100% baseados na realidade esse livro não é pra você. Agora se você é apaixonado por São Paulo e deseja conhecer um pouco mais sobre um dos prédios mais famosos da cidade e as lendas que os assombram, leia.
comentários(0)comente



Bruna 29/12/2021

Não avaliei com 5 estrelas porque achei um dos contos ruim. Todos eles se entrelaçam com a apresentação muito bem escrita pelo Tiago Toy, que amarra as narrativas até o fim do livro. A ideia de produzir um livro assim foi sensacional.
comentários(0)comente



Myrianne 11/04/2022

São 4 contos inspirados nas tragédias que envolveram o edifício Joelma e o local onde foi construído.
comentários(0)comente



Kaka 09/09/2022

Muito bom!
Essa leitura foi bem rápida, terminei em dois dias. É um livro voltado as lendas que envolvem a tragédia do antigo Edifício Joelma, como do filho que matou a mãe e irmãs as enterrando no poço..ou das treze almas que morreram no elevador.

O modo de escrita me impressionou bastante, eu não esperava menos. Vale muito a pena a leitura??
comentários(0)comente



Muninn - IG @corvosdeodin 21/12/2022

O edifício Joelma ardeu em chamas em 1974, desde então diversas lendas urbanas surgiram sobre o local e é exatamente a proposta desse livro, mesclando ficção e realidade as mentes criativas de Marcos DeBrito, Rodrigo de Oliveira, Marcus Barcelos, Victor Bonini nos apresentam quatro contos de terror que foram interligados por Tiago Toy de uma forma surpreendentemente sombria.
Em “Os mortos não perdoam” descobrimos como todo esse ciclo de maldições começou... O que um relacionamento bem conturbado com a família é capaz de fazer?
Já em “Nos deixem queimar” e “Os treze”, são explorados o incêndio no edifício e seus desdobramentos, são contos que ocorrem de forma paralela. No primeiro, há uma pegada sobrenatural com alguns detalhes capazes de causar agonia. Já no segundo, o foco foram as treze vítimas do elevador, que nunca puderam ser identificadas, há uma certa beleza neste conto uma vez que nem tudo acaba com a morte.
E por fim, “O Homem na Escada” que narra eventos ocorridos quando o Joelma se tornou uma ocupação. Com uma linguagem simples, o autor nos mostra que toda ação possui suas consequências e que elas podem ser realmente cruéis.
Todos os contos receberam uma pequena introdução de um narrador ancestral, que nos confunde, manipula e faz repensar nossas crenças. Todo indivíduo está sujeito ao mal, basta descobrir sua fraqueza... será que você sucumbirá a sua? Particularmente, esses pequenos textos foram o que mais gostei durante a leitura, achei eles excelentes!
Os três primeiros contos me agradaram bastante, gostei da forma que os autores os construíram e abordaram os acontecimentos, cada um mantendo seu estilo de escrita e terror. Entretanto, o último conto não me agradou tanto, achei que ele destoou muito dos demais e acabou causando uma quebra de ritmo. Não preciso me alongar falando sobre a edição do livro que é belíssima, o que torna a experiência de leitura ainda melhor.

site: https://www.instagram.com/p/CjgA0GerUyN/
comentários(0)comente



159 encontrados | exibindo 136 a 151
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 10 | 11


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR