Silvana 24/07/2020
Maria Paula Ribeiro, mais conhecida como Pimpa, praticamente não conheceu seu pai Evandro, porque ele foi embora para São Paulo quando ela ainda era um bebê, abandonando ela e a mãe Aurora a própria sorte na cidadezinha de Serro Azul. Mas algum tempo depois um homem apareceu por lá dizendo se chamar Leonel e que era parente de Evandro. Desde então elas começaram a receber cheques mensais e até alguns presentes chegavam nos natais para Pimpa, entre eles uma oncinha de pelúcia que virou a melhor amiga da garota a quem ela deu o nome de Lila.
Mas quando Pimpa completou catorze anos os cheques pararam de chegar e por coincidência a mãe dela adoeceu. Sem ter como pagar o tratamento Aurora escreve para o endereço deixado por Leonel e recebe a noticia de que Evandro faleceu. Então Aurora decide partir para São Paulo pois quem sabe o marido deixou algum dinheirinho de herança que ela possa usar no tratamento. O problema é que Aurora vem a falecer durante a viagem deixando Pimpa sozinha no mundo. Pimpa não sabe nem o sobrenome de Leonel mas tem o endereço para onde sua mãe enviava as cartas.
Durante a viagem de ônibus para São paulo Pimpa conheceu Noel e sua mãe a dona Berenice, e é na casa deles que ela fica temporariamente até o juizado de menores encontrar o tal Leonel. Noel é um garoto de quinze anos que sonha se tornar cineasta e ele até fez um vídeo durante a viagem de ônibus. Durante a filmagem os passageiros se mostraram bem receptivos com Noel, somente uma mulher que não quis ser filmada, uma mulher de óculos de aro de tartaruga. E essa mulher vai voltar a vida de Pimpa. Ela vai até a casa de dona Berenice e se apresenta como assistente social e diz que Pimpa tem que lhe acompanhar. Mas Pimpa sente que tem alguma coisa errada e foge começando assim suas desventuras pela cidade.
Para quem não sabe, e acredito que são poucos os que ainda não conhecem, esse livro faz parte da série Vagalume, que fez a infância de muita gente mais feliz. E Sozinha no Mundo ainda é do autor Marcos Rey, o autor preferido da galera dos livros dessa coleção. Eu particularmente amo o autor e eu li Sozinha no Mundo várias vezes. Por isso quando surgiu a oportunidade eu comprei alguns livros da série que foram relançados pela Global Editora e esse foi um dos primeiros escolhidos. Mas demorei para fazer a releitura e só agora depois de um livro mais pesado eu peguei ele para reler.
E a sensação é tão boa, a história mesmo sendo fraca se comparada aos livros que eu leio hoje, traz toda uma história junto com a leitura, tornado o livro ainda melhor de quando foi lido pela primeira vez. E deu saudade não somente da minha vida de então, mas também de toda uma infância que hoje em dia não existe mais. Para vocês term uma ideia Pimpa tem catorze anos e anda com uma oncinha de pelúcia no colo e conversa com ela. Hoje em dia nessa idade as crianças andam com celular do ano e quando não, carregando bebês. A infância termina cada vez mais cedo e infelizmente depois temos adultos que não querem ser adultos, querem viver o que perderam na infância e na adolescência.
A história da Pimpa é linda e em poucas páginas vamos viver uma grande aventura ou desventura porque a coitada até que conhece pessoas de bem, mas precisa fugir o tempo todo porque tem alguém querendo lhe fazer mal. Eu indico sem sombra de duvida esse livro para todas as crianças que estão começando a ler. Eu comecei com eles e me tornei uma desbravadora de novos mundos através da leitura. Quanto a edição eu gostei, mas preferia a edição da Editora Ática, além da capa mais bonita as ilustrações também eram mais agradáveis. Emfim, é uma leitura que vale a pena não só para os pequeninos, mas para quem quer ter aquele gostinho de infância de volta por alguns momentos.
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