Capitães da Areia

Capitães da Areia Jorge Amado




Resenhas - Capitães da Areia


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Rafael 14/03/2021

Os donos da cidade
Confesso que me causava angústia o fato de ser baiano e ainda não ter lido integralmente um livro escrito por Jorge Amado. Após ouvir algumas sugestões, comecei a ler "Capitães da Areia". Comecei bem, acredito!

Gestado em 1937, ano em que o autor foi preso por ter participado novamente da Intentona Comunista, "Capitães da Areia" foi considerado de teor subversivo, e, por tal razão, mais de 800 dentre seus exemplares foram queimados pela polícia política do Estado Novo.

E o que há de tão "perigoso" no enredo, senão a descrição precisa dos sonhos, desejos, aflições e aventuras de um grupo de crianças e adolescentes que, abandonados à própria sorte, irmanam-se em um velho trapiche, nas areias de um cais, sob um código de valores próprio (?Porque os meninos abandonados também tem uma lei e uma moral, um sentido de dignidade humana?)?

Para entender melhor esse contexto e explicá-lo com riqueza de detalhes e empatia, Jorge Amado foi dormir no trapiche com os meninos, segundo Zélia Gattai, mulher que fora sua grande companheira até a morte.

De Pedro Bala e sua turma, "os donos da cidade, os que a conheciam totalmente, os que realmente a amavam, os seus poetas?, guardarei a lembrança não só de que "procuravam um carinho, qualquer coisa fora daquela vida?, mas também de meninos que "riem, e logo a risada se transforma em gargalhada". Ora, afinal, ?Por que aqueles homens bem-vestidos tanto os odiavam??

Para quem mora há quase sete anos longe de sua terra natal, como eu, voltar a ter contato com as ruas da Barra e do Campo Grande, bairros da bela capital baiana presentes na obra, é puro deleite nostálgico!

Registro, por fim, uma crítica ao autor. Por vezes, no livro, presenciei o emprego de expressões generalizantes e objetificantes direcionadas ao negro, como ?(...) os seios estavam pontiagudos e as nádegas rolavam no vestido, porque os negros mesmo quando estão andando naturalmente é como se dançassem?.
Melanie13 14/03/2021minha estante
???




Fer 31/08/2021

Livro muito bom
Já tinha lido pra escola mas decidi reler para ter uma nova percepção do livro depois de alguns anos, é um livro muito bom, cativante, vale muito a pena reler se você só leu para a escola, a percepção muda quando não estamos sendo obrigados a ler hahaha e se você nunca leu vale muito a pena.
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GilbertoOrtegaJr 16/07/2012

Capitães da Areia - Jorge Amado

Você pode ate não perceber, mas capitães da areia foi um livro que revolucionou conceitos, antes deste livro, em todos os livros que eram protagonizados por crianças os personagens eram ingênuos e sempre dignos de compaixão, mas como pode um leitor amar crianças que são criminosos em miniaturas?
Capitães da areia é um grupo de crianças órfãs e delinqüentes que existia na Bahia
Jorge Amado aproveitou o grande número destas crianças para criar alguns dos personagens que são muito bem construídos, por exemplo:
Sem Pernas um garoto coxo que se aproveita da sua deficiência física pra ser abrigado na casa das pessoas ate que ele descubra onde esta os objetos de valor e avise o resto do grupo.
Pirulito um menino com vocação pra padre.
Volta Seca que é afilhado de Lampião e sonha fazer parte do grupo de cangaço do padrinho.
Professor um menino que desenha e é o único leitor do grupo.
Porém a personagem, mas interessante em minha opinião é Dora uma menina que perde a mãe que morre de varíola e ninguém a quer contratar ela com medo de ser contagiado de varíola mesmo a menina não tendo doença, ela encontra de maneira acidental o grupo dos capitães da areia e Pedro Bala o chefe do grupo se apaixona por ela.Muitas pessoas ficam chocadas com o fato de esta menina se comportar como uma mulher, e inclusive transar com Pedro Bala , mas a verdade é que ao fazer isso ela esta sendo coerente pois desde que ela se junta ao grupo ela não age mais como uma menina mais sim como uma mãe das crianças e uma esposa para Pedro Bala .
O livro é interessante e a variedades de personagens faz com que a história não seja cansativa.
E pelo contrario é um livro que se for trabalhado em sala de aula pode servir como um bom empurrão para incentivar a leitura.
Ladyce 26/04/2012minha estante
Eu li esse livro ainda adoslescente. Marcou muito. Desde então tenho medo de relê-lo e descobrir que pode não ser tão bom quanto a minha imaginação o considera... Mas já dei volumes e volumes de presente.


GilbertoOrtegaJr 26/04/2012minha estante
nossa de uma relida que é muito lindo o livro vale muto a pena não achei nada tão vulgar que nem diziam nele :)




Lia 15/03/2023

Maravilhosa
Um livro incrível. História cheia de sensibilidade. Escrita envolvente.
Um livro para ter na prateleira.

"Pedro Bala parece ver Volta Seca, Sem Pernas, Gato, Professor, Pirulito, Boa Vida, João Grande e Dora, todos ao mesmo tempo, entre eles.
Agora o destino deles mudou. A voz do negro no mar canta o samba de Boa Vida: "Companheiros, vamos pra luta..."
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Daniel 16/03/2021

O meu amor pelos clássicos só aumenta lendo essas preciosidades, é impressionante como esses livros mantém sua mensagem, eles não envelhecem e este livro é genial, o modo como aborda a vida desses garotos que tiveram um destino traçado pela desgraça e é maravilhoso como eles se ajudam. Expõe também como o sistema era mais falho do que é hoje em dia e também nos faz refletir como as vilanias da vida molda o indivíduo, aqui os "vilões" são os que apontam os vilões.
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elisaalyz 22/07/2021

Que livro, meu amigos.
Esse livro é uma obra prima.

A leitura é super rápida, apesar de o autor de vez em quando fazer umas repetições meio desnecessárias.

Esse livro me fez lembrar do ensinamento de Tupac, muito citado no livro O ódio que você semeia, THUG LIFE que, em português é "o ódio que você semeia em criancinhas ferra com todo mundo".
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Clari.Monise 01/07/2022

Superou e muito minhas expectativas!!!!
Eu vi muita gente falando bem desse livro e resolvi das uma chance, e que sorte a minha!!!! Jorge Amado escreve muito bem, de forma clara, direta e envolvente. Foi meu primeiro encontro com ele e me apaixonei!!! Sobre os capitães, estou mais apaixonada ainda. Fiquei muito triste com toda a história do Sem Pernas. Foi meu personagem favorito sem dúvidas!!
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Elizabeth 06/07/2022

Luta
Os meninos lutam para viver, ter humanidade, cada um tem um sonho, mesmo com a vida difícil. Cometendo crimes.
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caroline ww 02/08/2022

Gente, o livro é excelente!!!

Tem MUITAS problemáticas e cenas polêmicas mas é a veracidade dessas cenas que torna todo o enredo interessante, melancólico e cativante.

Uma leitura obrigatória pra quem mora no Brasil e pra quem não mora também.

LEIAM LEIAM LEIAM
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Marina Rodrigues 02/12/2020

Cenas desnecessárias
Eu moro em Salvador/BA e achei que iria AMAR as críticas sociais que sempre foram enaltecidas pelas pessoas que leram a obra. E, sem dúvida, foi uma das maiores decepções literárias que já tive. Sim, Jorge Amado levanta umas coisas importantes; como as vidas quebradas dos personagens que, indubitavelmente, resultam em atitudes agressivas pelos próprios; o abandono infantil; o que a ausência de suporte familiar pode causar nessas crianças que foram largadas e marginalizadas pela sociedade e por quem, supostamente, devia protegê-las. No entanto, o livro tem tanta cena de estupro perpetradas pelos "heróis" normalizadas (e até romatizadas) que eu fiquei agoniada, principalmente por ser mulher. Não acrescentava em absolutamente nada na narrativa e, ainda assim, o autor fez questão de exibir sua misoginia e racismo (já que os protagonistas forçavam adolescentes negras ? com sentenças hipersexualizadas e animalescas dos corpos negros femininos, diga-se de passagem) durante as páginas. Eu teria sentido ainda mais empatia pelos personagens se não fosse por isso. Qual é o nosso limite para livros clássicos problemáticos que são glorificados apenas por serem considerados "clássicos"?
Carol 02/12/2020minha estante
Desde que li esse livro, a única coisa que eu retive da leitura foi justamente o estupro. E ó que faz uns 25 anos que li ( não reli nesse tempo todo) e essa cena me incomoda até hoje.


Day! 08/12/2020minha estante
Vish Maria, ainda bem que li isso antes de ler, agora vou tentar ir preparada pra isso .


ShiroeLangdon 13/12/2020minha estante
Na minha opinião ele não glorificou nenhuma cena, apenas as mostrou pois elas existem. Foi honesto dele mostrar o horrendo dessa vivência também.




Reccanello 07/07/2023

O areal... As negrinhas...
Revelando sua genialidade precoce, Jorge Amado retrata de forma magistral sociedade pobre e dividida da época, marcada pela extrema violência e pelo absoluto descaso das autoridades com os mais desfavorecidos. A trama da história se desenrola em torno de crianças marginalizadas, os chamados "capitães de areia", que para sobreviver nas ruas hostis da cidade preferem adotar a violência e o furto como estilo de vida, num cotidiano repleto de desesperança e desilusões no qual apenas o ódio pode provocar alguma mudança significativa. Reforçando a crueldade da época e do lugar, a escolha do autor por retratar crianças como protagonistas é chocante e, ainda hoje, leva à reflexão sobre as injustiças da vida e nosso papel na sociedade.
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Apesar de muitos momentos engraçados e tocantes, o livro é permeado por um constante sentimento de tristeza, principalmente quando o leitor percebe no comportamento dos "capitães de areia", numa visão deturpada de si mesmos e do mundo que os cerca, a crença equivocada de que toda e qualquer mudança só pode ser alcançada por meio da violência. Junto com sua recusa em aceitar a bondade que lhes é muitas vezes oferecida, essa visão negativa de si mesmos reforça a vitimização e os ressentimentos, prejudicando sua capacidade de buscar uma vida melhor de forma individual e construtiva. Outro aspecto perturbador da obra é a "normalização" da violência sexual contra as "negrinhas" no enredo: reforçada por uma nauseante cena de estupro patrocinada por aquele que deveria ser o herói da história, esse exemplo de violência é preocupante, pois pode ser entendida como uma representação negativa da objetificação e exploração das mulheres mais vulneráveis, reforçando estereótipos prejudiciais e inaceitáveis.
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Ainda que, em sua maturidade, Jorge Amado tenha se desiludido com o comunismo, abandonado o Partido Comunista e dito que todo o discurso político que permeava suas primeiras obras era "uma excrescência", neste livro, publicado aos seus 25 anos de idade, ainda é claramente perceptível a perniciosa influência coletivista, em especial stalinista, na narrativa: o sentimento de invejosa violência, a exaltação exagerada aos humildes e o ressentimento para com aqueles que alcançaram sucesso e prosperidade na vida estão muito presentes no livro, ressaltando ainda mais o ideal igualitário que busca nivelar todos em uma mesma coletividade, ignorando as capacidades e as idiossincrasias individuais. Ainda assim, mesmo com esse pano de fundo incômodo, o livro é uma obra de arte que merece ser ida e apreciada por todos, mas não sem críticas!
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Em conclusão, "Capitães de Areia" é uma obra histórica, mas que deve ser lida com um olhar crítico sobre sua influência coletivista e suas representações problemáticas. Ao analisarmos a obra sob uma perspectiva mais individualista, podemos aprofundar nossa compreensão da história e dos valores que ela promove, contribuindo para reflexões mais fundamentadas sobre a natureza humana e a sociedade.

site: https://www.instagram.com/p/Cu-slY4ANZz/
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Matheus 13/12/2020

A história dos Capitães da Areia é a história da Bahia (e Brasil) de ontem e de hoje.
Tristemente atual, Capitães da Areia, obra do ilustre autor baiano Jorge Amado lançada ainda na década de 1930, desvela de forma crua que poucas coisas mudaram na dessemelhante Salvador mesmo após quase um século.

A trama vai aos poucos apresentando seus personagens através das dificuldades diárias de sobrevivência do grupo, todos tem o destino marcado pela pobreza e pela rejeição, todos amam as ruas da cidade e seus truques para sobreviver a mais um dia, no entanto cada um tem sua particularidade e sua identidade. É justamente essa constatação de semelhanças e diferenças entre eles que torna a obra tão interessante, o livro faz nos sentirmos como um membro dos Capitães, como um amigo de Pedro Bala, João Grande, Sem-Pernas, Professor, Dora e todos os outros do grupo.

O autor é muito competente em nos mostrar a contradição entre a infância dos meninos que se encantam com o carrossel que foi instalado na praça, mas também a adultez dos mesmos, frutos da urgência de sobreviver a uma vida de tamanha pobreza e perseguição.
A obra nos convoca a refletir que infância infelizmente ainda não é um direito de todos, aliás, nos aponta que muitos direitos são constantemente negados para grande parcela da população. Eu diria que o livro é sobre isso, afinal. Sobre a rebeldia frente a uma ordem que exclui, persegue e elimina, uma ordem que para tantos nega teto e trabalho, que nega saúde e segurança, nega a existência. Capitães da Areia é sobre um grupo de jovens que desde cedo aprenderam que, para eles, existir era resistir, e que resistir coletivamente é a única possibilidade de luta.

"Por isso o diretor disse que ele tinha cara de criminoso. Não tem, não. Ele quer é liberdade. Um dia um velho disse que não se mudava o destino de ninguém. João de Adão disse que se mudava, sim, ele acreditara em João de Adão. Seu pai morrera para mudar o destino dos doqueiros. Quando ele sair, irá ser doqueiro também, lutar pela liberdade, pelo sol, por água e de comer para todos."
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Phelipe Guilherme Maciel 23/12/2016

Uma crítica social pesada disfarçada de romance.
Jorge Amado teve duas épocas específicas de sua vida, a primeira durante o engajamento político, fez grandes livros de cunho social, tais como O País do Carnaval, Cacau, Capitães da Areia, Jubiabá, etc. A segunda fase é fortemente de cunho regionalista, livros tais como Dona Flor e Seus Dois Maridos, Farda & Fardão & Camisola de Dormir, Gabriela Cravo e Canela, O Sumiço da Santa, etc.

Estamos falando aqui de um livro da época de critica social. Jorge Amado aqui mistura todas as raças, todos os credos, todos aqueles que vivem a pobreza. Conta a história de jovens que sofrem, que sentem fome, a dor do abandono, a desilução, e cuja única arma é ser um fora da lei. Mas que lei é essa, que só serve para alguns?

Para escrever este livro, Jorge Amado precisou morar com os moleques favelados da Bahia, para entender como realmente era a vida e o modo de vida que eles levavam. Seus livros foram queimados em praça pública, considerados perigo nacional. Realmente era. A crítica feita aos ricos, aos poderosos, aos homens de farda, era demasiado forte. No livro, Amado não faz distinção entre negro, banco, imigrante, nordestino, sulista, ali naquela Bahia de Todos os Santos, havia moleques de toda parte, convivendo com a mesma pobreza.

A estrutura do livro é linda. Inicia com o que seria notícias de jornais, com a visão dos ricos, dos policiais, de um padre pobre, de uma mãe de moleque pobre, sobre os capitães da areia. A primeira parte do livro, conta as historias dos molequinhos, seus roubos e aventuras. A segunda parte da história é um romance curto e sofrido que envolve toda a molecada. E a terceira etapa do livro mostra o destino dos pequenos fora da lei.

Um livro com certeza modificador de caráter, que te faz pensar, e infelizmente, ainda muito atual. Como eu queria dizer que NOS TEMPOS DE JORGE AMADO SE PENSAVA ASSIM E ASSADO. Infelizmente, 80 anos após o lançamento de Capitães da Areia (considero-me já em 2017), ainda vivemos numa sociedade que vive e pensa como aquela de 1937.

Esse romance é mais antigo que meu avô, que nasceu em 1945, e permanece atual, jovial como os moleques safados do Trapiche.

Poderia ser diferente. Leitura obrigatória.
Bru Pardini 08/02/2017minha estante
Esse é um dos livros mais intensos e fortes que já li por um motivo bem específico: ao se emocionar com as histórias apresentadas você sabe que não se trata de algo meramente fictício, são histórias reais contadas com outros nomes e rostos. Senti vontade de pegar os personagens no colo e me peguei pensando quantas crianças precisam/precisaram de colo, comida, carinho e respeito. Amei a leitura, mas não consegui reler, é um livro forte demais! Adorei a resenha, pois me forneceu curiosidades mais "técnicas" que não sabia, como a convivência de Jorge Amado com as crianças nas ruas da Bahia para a escrita do livro. Não sabia disso, mas deveria ter imaginado, afinal essa obra de arte foi construída de forma tão incrível que não bastava apenas sua genialidade, foi preciso aquele toque a mais que só a realidade poderia conferir a essa história.


Phelipe Guilherme Maciel 09/02/2017minha estante
Obrigado pelo comentário, Bru. Realmente é isso mesmo. Queremos cuidar daquelas crianças. Queremos defendê-las de seus malfeitores. Queremos reprendê-las quando elas erram. Queremos fazer tudo aquilo que garotos órfãos sentem falta... A impotência que o Padre José Pedro sente tentando cuidar daqueles garotos é um espelho do que normalmente as pessoas sentem no coração conforme leem o livro. Jorge Amado é muito diferente de todos os outros escritores brasileiros. Ele sempre se mostrou mais pertinho do povo. Usando o linguajar do povo, contando como o povo simples vive, alheio aos jogos da alta sociedade. Ler Jorge Amado é uma aventura, e mesmo aventureiros inveterados conseguem se surpreender.




Jessica858 22/09/2020

Que livro maravilhoso! Não sei porque demorei tanto pra ler ele
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