Vic 24/05/2023
Luta e esperança
Trinta e cinco anos depois de 'O conto da Aia', Margaret Atwood nos presenteia com a continuação da história da famosa República de Gilead. Os testamentos conta a história de Gilead e sua queda sob a perspectiva de 3 diferentes narradoras: uma Tia, que escreve suas memórias em Ardual Hall, uma jovem filha de um comandante, e uma jovem que vive no Canadá.
Quando li O Conto da Aia, a sensação permanente que tive durante toda a leitura foi a de desesperança, desespero, tristeza. Esse não é o caso em Os Testamentos. Aqui, o sentimento que se passa é de esperança, de luta. A escrita foi bem mais fluida do que no primeiro livro, com muito mais explicações dos temas e do mundo. A obra explica como se deu o golpe no qual Gilead foi formada e como o novo Estado se organizou em seus primeiros anos. Também nos mostra o lado corrupto da sociedade, por mais puritanos que se mostrem seus dogmas. E claro, o inicio de sua queda.
Ela também nos da uma visão externa da sociedade, algo não mostrado no primeiro livro e que deixa muitas dúvidas sobre onde a história se passa e qual sua posição perante o restante do mundo. O livro aborda feminismo, romance, pedofilia, abuso sexual, religião, política, irmandade, e tantos outros assuntos. Isso tudo sempre levando em conta o sistema de classes instituído e algumas dessas classes ganhando mais visibilidade.
Uma leitura incrível, que me fez refletir sobre muitos pontos, e com certeza enrriquecedora. Fica a dica pra quem quiser mergulhar nessa história!
Alguém ai já leu? Me conta o que achou!