Jonathan Feitoza 06/01/2024
Você se considera uma raposa ou um gato?
Neste exato momento, acabo de concluir esta leitura e estou atônito, sem palavras. Sinto que um pedaço de mim se foi junto com a última página. Confesso que estava apreensivo em relação a como seria essa continuação lançada após tantos anos do primeiro livro. Tinha receio de que fosse apenas mais um aproveitamento comercial, surfando na onda do sucesso dos leitores. No entanto, estava totalmente enganado; este livro é necessário!
Saber como tudo se desenrola e chega ao fim acrescentou uma dimensão extra a todo o universo criado por Margaret Atwood. Compreender os passos de Tia Lydia e todas as suas motivações me causa um aperto no coração. Admito que, inicialmente, no primeiro livro, não sentia compaixão pelas tias e, principalmente, pelas esposas. Receber esse "soco" no estômago ao voltar à realidade de que, não importa em qual classe social você esteja ou em qual posição hierárquica de Gilead, se você for mulher, está sujeita a baixar a cabeça diante de todo o governo dos homens.
Sem dúvida, precisarei de um bom e longo tempo para digerir essa história, assim como ainda não consegui assimilar completamente O Conto da Aia mesmo após anos de leitura. Ainda sinto o impacto no estômago. A maneira como este livro é habilmente escrito faz com que eu nunca me canse de admirar o talento de escrita de Margaret. Estou estupefato com tudo isso. Este desabafo é, acima de tudo, uma expressão da dor e da intensidade arrebatadora desta história.