Marília 03/08/2022
Um impostor sem elegância
Passei sete meses tentando me conectar com esta obra e chego a conclusão de que talvez num futuro bem distante eu irá gostar de lê-la novamente.
Um dos motivos do meu desapontamento é que este livro foi uma indicação da TAG livros, e eu sempre gosto das indicações, está é uma exceção. A fonte, o espaço entre linhas, a construção de parágrafos enormes, a falta de capítulos, não facilitaram a leitura.
O personagem principal passa por um quadro depressivo, toma medicações, café, fuma cigarros convencionais e haxixe, vive uma realidade alternativa, mente demais e sem necessidade nenhuma, chega a ser irritante, na página 123 ele diz que "Tratava-se de um modo de ser, não de uma ideia..." não acontece nada, não tem emoção nenhuma, é só mais uma história cotidiana de um ser humano sem graça (talvez eu não tenha captado a ideia que o autor quis passar), ou mudando a ótica, a realidade de um americano bolsista em um país estrangeiro, tentando incrementar a sua vida.
Penso que está é exatamente a ideia que o autor quer passar, de que o ser humano é volátil, instável, mentiroso, sempre querendo o que não é seu, irritante, indeciso, mas acho que faltou mais, faltou história apesar de todas as referências durante a trajetória. Eu realmente detestei o personagem criado por Ben Lerner.
Nunca pensei que fosse detestar tanto um livro com um tema transversal de que gosto (arte e poesia). Provavelmente não recomendarei o livro a nenhum conhecido.
Em determinados trechos do livro é possível perceber a presença de humor ácido, e eu odeio humor ácido.