Vitoria.Milliole 15/05/2021
Além da Fronteira é o primeiro livro de uma série de fantasia distópica. Eu amo esse gênero porque, enquanto nas obras de fantasia, geralmente, o protagonista conta com um talento absurdo em alguma área específica, nas de distopia ele conta com um azar fora do comum. Na fantasia distópica, acontece os dois: o protagonista tem um talento absurdo e, ao mesmo tempo, é azarado pra caramba. E esse é o caso de Bellamy.
Bellamy é um lunar de Europa, uma das luas de Júpiter. Após a trágica morte do seu pai e o repentino abandono de sua mãe, ele, aos 14 anos, fica responsável pela criação de seus três irmãos mais novos. Com a opressão sofrida por eles e exercida pelo Governo Jupteriano, onde tudo produzido nas luas é enviado a Júpiter, deixando as luas na miséria, Bellamy é obrigado, pela necessidade, a aprender a caçar em prol da sobrevivência de seus irmãos e da sua própria, e o arco e a flecha se tornam seus maiores aliados (eis o seu talento).
Agora, aos 18 anos, ele sofre mais uma reviravolta em sua família, é selecionado para servir a Júpiter e vai parar na casa dos Deighton, os ditadores de Júpiter. E é lá que ele conhece Alpheus, seu maior pesadelo (eis o seu azar) e responsável pela minha maior crise moral.
Eu amei esse livro e ele superou todas as minhas expectativas, que já eram altas. Desde o início eu já me apaixonei pelo universo criado, marquei vários quotes e me apeguei aos personagens. Amei a forma como tem ação, drama, sorrisos, tristezas, guerra, carinho e até um possível triângulo amoroso, tudo isso ao mesmo tempo. Além, é claro, de como a sexualidade foi introduzida de uma forma tão natural, como sempre deveria ser.
E sobre o Alpheus... Amar? Odiar? Amar odiar? Odiar amar? Dar um tiro só pra poder ter a desculpa de ficar perto dele cuidando do ferimento? Pode até parecer sádico, mas aposto que é o tipo de coisa que ele próprio faria. E, bom, é exatamente o que dá vontade de fazer com ele também ?
Tem bastante tempo desde que li Jogos Vorazes e não me lembro mais em detalhes, mas, ainda assim, pude perceber a inspiração do Mark ? abertamente admitida pelo próprio. E apesar da inspiração nessa trilogia e em tantas outras obras, Além da Fronteira não deixa de ser completamente original.