Agnes 14/12/2012Livros de vampiro. Parece que ninguém mais aguenta, certo? Vendo a capa brasileira (a segunda), você primeiro pode pensar que é um livro estilo “A Cabana”. Com um pouco de curiosidade, você lê a sinopse e, ao se deparar com a palavra “vampiro”, já se desanima depois de ver tantas histórias sobre vampiros no mercado Sim, isso aconteceu comigo.
Mas então, você continua lendo a sinopse e se depara com uma história… um tanto diferente.
Quase um século depois que uma pesquisa científica financiada pelo Exército dos Estados Unidos foge do controle, tudo o que resta é uma paisagem apocalíptica. As cobaias utilizadas nos experimentos – prisioneiros a caminho do corredor da morte – escaparam do laboratório e iniciaram uma terrível carnificina, se alimentando de qualquer ser vivo com sangue nas veias e espalhando por todo o continente o vírus com o qual foram inoculadas.
Um em cada 10 habitantes pode ter sido infectado. Os outros nove se tornaram presas desses virais, criaturas animalescas extremamente ágeis e fortes cujos únicos pontos fracos parecem ser a hipersensibilidade à luz e uma pequena área frágil próxima ao esterno.
Em uma fortificação construída nas montanhas, cercada de muralhas de concreto e holofotes superpotentes, uma comunidade tenta sobreviver aos constantes ataques noturnos. Mas a precária estrutura que a protege está com os dias contados: as baterias que alimentam as luzes começam a falhar e uma invasão é iminente.
Não se sabe o que aconteceu ao resto do mundo: a comunicação foi cortada, não há governo e o Exército nunca cumpriu a promessa de voltar. Provavelmente estão todos mortos. Mas a chegada de uma misteriosa andarilha traz novas expectativas: ao que tudo indica, ela tem as mesmas habilidades dos virais, mas não sua necessidade de sangue. Agarrando-se a essa esperança, um grupo parte da Colônia para buscar mais sobreviventes – e a verdade fora dos muros.
“Ah, Agnes, que mentira. Eu já vi essa história naquele filme com o Will Smith, Eu sou a Lenda”. Você pode dizer isso, após a sinopse, e eu concordo. Em parte.
Os filme e o livro tem a mesma ideia: um mundo pós-apocalíptico, um vírus que torna as pessoas criaturas sugadoras de sangue, poucos sobreviventes… Mas a diferença de a Passagem para o filme é que o livro é muito mais completo. Enquanto o filme conta apenas a história de uma pessoa, a Passagem retrata vários personagens que são marcados por esse acontecimento.
Podemos dividir o livro em duas partes: a primeira, antes do vírus ser solto. Apesar de um tanto cansativa no começo, ela contará de maneira satisfatória a história do policial Brad Wolgast, da órfã Amy e como todo o mundo muda por causa do vírus.
Já a segunda parte mostra, 94 anos depois, a Colônia, uma cidade que conseguiu resistir por todos esses anos.
A partir daí, o livro se torna surpreendente. Não dá para tentar fazer uma resenha com menos de quatro páginas para essa história.
Já vou avisando, o livro é grande. O maior livro que já li, com 814 páginas (e letra pequena). Mas não me arrependo de nenhuma letra, linha, parágrafo, página ou capítulo desse livro.
Surpreendente e cativante, revelou-se uma das melhores leituras de 2011 e me deixou ansiosa para a continuação.
“Existem livros de verão e existem tijolos de verão – aqueles tomos hipnotizantes, do tamanho de uma torradeira, que exigem bolsas de praia fortes devido ao seu puro peso físico (ainda que nem sempre intelectual). Com 815 páginas, A passagem, o ambicioso tijolaço de Justin Cronin, é peso pesado em mais de um sentido: o romance apocalíptico do pouco conhecido professor de inglês da Rice University lhe garantiu um adiantamento de sete dígitos, provocou uma guerra pelos direitos de filmagem e levou Stephen King a soltar elogios como um tio orgulhoso na contracapa do livro.” Leah Greenblatt