Resenhas - A filha primitiva

LeonardoGS89 11/04/2022

Impecável!
Estou sem palavras pra falar sobre a profundidade desse livro, dar cinco estrelas seria o mínimo, o livro A filha primitiva foi uma surpresa para mim, uma das mais positivas que poderia, história curta em número de páginas, mas gigante em intensidade.
Com uma escrita fluida a autora apresenta uma história que representa milhares de mulheres e seus sentimentos, suas perdas, a falta de esperança, o abuso que maltrata e molda a forma de viver, a culpa, a vergonha, a falta de pai e a falta de elo com a maternidade.
A narrativa é tocante, realista e muito dolorosa, mexe com nossas emoções, nos leva a se colocar no lugar das protagonistas, vivenciando os desejos, os amores, as falhas ao longo da vida, as decepções e tristezas.
Avó, mãe e filha, três gerações marcadas pela falta, de oportunidade, do pai, de afeto e falta até de nome, mas podendo ser todas as Anas, Marias.

Recomendo demais a leitura ??

?Logo percebemos que, às vezes, ter uma história também é um privilégio de classe e gênero?.

Raony.Lima 12/06/2024

Pesado, necessário
Que livro forte. Chocante!
É aquela famosa expressão "livro de uma sentada só".

Uma ficção que muito se confunde com a realidade, como a própria autora fala no livro. A realidade não difere muito da ficção. A prosa poética usada pela autora é muito boa.
Como onde nascemos, de quem nascemos interfere diretamente na nossa vida e na nossa formação como pessoa e nas nossas relações pessoais e interpessoais.
Fiquei um pouco incomodado com a forma que a filha tratava a mãe, e depositava nela a culpa de todas as coisas ruins que a aconteciam. Fiquei mal com isso. Pois, era nítido o quanto a mãe queria que a filha fosse o que ela sempre quis no passa, uma doutora, estudiosa. Que mesmo com a gravidez repentina, incentivou a filha que não deixasse de estudar, pois ela seria sua redenção. Me apeguei muito ao personagem da mãe e o modo, mesmo que com todas as dificuldades, cuidava da filha e da menina.

O final me tocou bastante. É um livro muito forte. Se eu sou homem, e me senti tão tocado, fico pensando em uma mulher ao lê-lo, que já passou pela maternidade e que viveu uma infância conturbada, numa família com personagens em brancos, desconhecidos.

O fato da autora não colocar nomes nas mulheres do livro, faz como que as que já passaram por isso, se sintam inseridas de maneira como elas quiserem se sentir na história.

Eu sempre falo isso, e não custa falar novamente: A Literatura Brasileira dá aula!

lilly 24/01/2024

Visceral
Precisei de uns dias pra entender o que eu li, mds.

que escrita maravilhosa, totalmente crua e real. as personagens principais não são perfeitas, tem falhas e defeitos como todos nós.

o que mais me cativou foi ver como o livro aborda a maternidade e a violência de forma real, sem romantizar e esconder nada.

maravilhoso!!!

mariagabim 19/01/2024

A filha primitiva.
Uma história triste, mas daquelas que vc não consegue parar de ler até acabar. Mas bem menos pesado que o outro livro. E muito melhor. Um livro que não precisou ser tão vulgar para ser bom. Irei indicar aos amigos. Gostei também da escrita dessa autora, simples e objetiva. 5 estrelas.

Thayna Cursino 05/05/2024

Um livro pesado, mas com assuntos necessários. Não consegui me conectar totalmente com a história, mas compreendo sua importância.

Erica.Barone 02/02/2023

Um bom livro que faz você refletir como é difícil ser uma pessoa inteira sem raizes, sem uma família funcional, sem uma árvore genealógica. Fiquei me questionando se a história tem algo biográfico, considerando que a narradora, assim como autora, é professora, escritora, filha e mãe.

primrose 11/01/2024

"Foi a raiva que me tornou mãe."
Primeira vez que leio uma obra de Vanessa Passos e nossa. A história é tão crua, sem suavização de nada, por vezes é até mesmo sufocante de se ler. É uma experiência e tanto, e q requer um estômago forte pq houve muita violência na vida dessas mulheres e elas são descritas durante o livro.

Cheguei a lacrimejar nos últimos capítulos e por pouco não caio no choro mesmo.

Enfim, eu recomendo a leitura, Vanessa escreve muito bem, mas espero que o leitor já vá meio preparado para o que vai ler e que dê uma olhadinha na internet sobre os gatilhos da obra.

Mari 20/04/2024

A filha primitiva
Eu não sei se existem palavras pra descrever esse livro, ele dói onde tem que doer e cura onde tem que curar.

Algo que me chamou atenção é as personagens femininas não tem terem nomes, somente os masculinos, e pra mim faz que elas sejam mais únicas e reais, elas podem ser qualquer uma eu, você? é uma vivência real de muitas mulheres.

São traumas, rancor, sentimentos e uma vontade de se conhecer que movem a história dessa mãe, filha e avó?

Final você sente o perdão, a cura que precisava, o carinho e a nostalgia que faltava, a gente chora não por tristeza, mas por alívio é como se torasse um peso da nossas costas.

Jessica 06/03/2023

O sofrimento é a chave de tudo.
A filha primitiva conta a história de 3 mulheres: avó, filha e neta. A narrativa é feita pela filha. A história é dividida por capítulos, é como se fosse uma cena, porém eles são muito curtos. As personagens são rasas (mas parece
ser de propósito), o livro também é rápido e tudo é muito acelerado, o que não permite ter uma conexão com as personagens.
Na história pode encontrar assuntos sensíveis, gatilhos principalmente para mulheres. Eu não diria ser uma leitura prazerosa, pois é quase um relato, um desabafo. Mesmo tendo gostado, indicaria para poucas pessoas.

Isadora1232 19/09/2021

Um relato honesto e cru sobre maternidade, violência e pertencimento
"Talvez esse desejo de escrever e criar histórias tenha surgido porque eu nunca tive a chance de conhecer a minha verdade."

"A filha primitiva" é o primeiro romance da escritora cearense Vanessa Passos. Nas breves - e pesadas - 76 páginas, lemos o relato honesto sobre três mulheres sem nome, que têm em comum, além do sangue, o peso da vivência de histórias de violência desde muito cedo.

Mulheres de fácil identificação, mulheres reais. Uma avó que guarda em segredo suas próprias dores e a identidade do pai de sua filha. Uma mãe que busca sua verdade e tenta preencher os vazios em sua história e identidade, enquanto precisa lidar com a maternidade solo. Uma filha que, desde o nascimento, precisa lidar com o abandono do pai e com as dores de ser mulher.

Através da literatura, a narradora tenta encontrar sua própria história, em linhas muito sinceras, cruas e bravas sobre maternidade, abuso e pertencimento.

"Dói parir palavras. Dói mais ainda viver com elas dentro."

Em seu primeiro romance, já percebemos o potencial da autora, o que me deixou na expectativa pra conhecer seus próximos trabalhos.
Deixo registrada minha torcida pra autora, que está concorrendo ao Prêmio Kindle deste ano.

O livro está disponível no Kindle Unlimited. Recomendo!

Possíveis gatilhos: violência sexual, abuso infantil.

Gisele (@enquantoissoleio) 22/02/2022

Um livro doloroso
Avó, mãe e filha. Três gerações marcadas pela falta. Falta de oportunidade, falta do pai, falta de afeto e falta até de nome.
?
Não por acaso, apenas os homens dessa narrativa são nomeados. Mesmo sendo personagens secundários, recebem o privilégios que elas não tiveram.
?
A filha trata-se apenas "da menina". Enquanto a "avó" é uma mulher de fé, que prefere não ver o que está sendo esfregado na sua cara e nos deixa a mercê da "mãe", nossa narradora sem papas na língua.
?
Ao longo do enredo vamos acompanhando essa "mãe" na busca por se encontrar e se entender. Afinal, é possível ser mãe sem se sentir mãe?
?
Com uma escrita direta, a Vanessa nos machuca com acontecimentos repentinos. Tece críticas sem pudor e não poupa o leitor da triste realidade de muitas brasileiras.
?
Livro nacional, diretamente do meu Ceará para vocês. Recomendo demais ?

Maria16822 18/08/2021

Simples, forte e amargo
Uma leitura de palavras cruas, posso dizer. A narrativa é simples, admirável e de certa forma instável por trazer uma gama de sentimentos que não pode ser prevista no decorrer da trama. A maneira como as mulheres são retratadas anonimamente, mas ao mesmo tempo representa todas, é significativa. Já os homens, porém, carregam seus nomes, assim como carregam suas bagagens bárbaras. O romance envolve reflexões de amarguras, que causam enjoo em uma mente fraca e conservadora, e acolhe as mulheres que ao invés de pensar, de fato, viveram.

Beka 12/05/2022

A maternidade não é perfeita e nem desejada por todas as mulheres, este livro mostra isso de uma maneira amarga e realista.

Alessandra.Adams 07/02/2023

Que livro impactante! Uma leitura muito realística e importante.
A autora está de parabéns, porque consegue despertar muitas emoções conflitantes, o que torna a experiência da leitura perfeita.

Naty @livrossaofilhos 03/08/2021

Real e reflexivo
O livro já começa a narrativa de forma crua, contando sobre uma mãe, uma vó e uma neta. Da vida difícil de ser mãe solo de como uma mulher pobre foi humilhada pelo patrão e teve crises de pânico.

A mãe teve sua filha e se questiona se a menina ainda vai gostar dela quando parar de mamar, quando não tiver mais o alimento provido somente pela mãe. Chega a ser angustiante o modo como a narrativa nos faz pensar em familiares, vizinhas ou conhecidas que devem passar por questionamentos parecidos e por toda a cobrança que é ser mãe e sobre seu corpo.

São 3 gerações de mulheres sem nome, com a qual vocês irão se identificar de alguma maneira. A narrativa é envolvente, mas também difícil de digerir. O livro está concorrendo ao Prêmio Kindle de Literatura e é mais que merecido por toda a carga que traz.

Resenha completa no Instagram @livrossaofilhos