camigrimes 04/01/2024
Quem julga não entendeu!
?Então é claro que, no meio de tudo, o mundo estando como está, a humanidade à beira da extinção, aqui estou eu escrevendo mais um e-mail sobre s3xo e amizade. Que outras razões eu tenho pra viver??
Bom, comecei esse livro com expectativas baixíssimas, pq, mesmo ?pessoas normais? sendo meu livro favorito, li muitas resenhas negativas sobre esse, mas eu surpreendentemente gostei muito. Acho engraçado como tem gente que acha todos os personagens chatos, como se eles não fossem assim para se assemelharem o máximo com a realidade, se você não conseguiu se solidarizar como nenhum dos personagens principais, sinto muito, sua vida vai ser difícil. Durante a leitura não conseguia tirar da minha cabeça a ideia de que a Sally Rooney colocava os próprios pensamentos nos e-mails da Alice para Eileen, tanto que, em certa parte do livro estava 100% convencida de que Alice era a própria Sally (não me perguntem o porquê disso kkkk). Eu não paro de me encantar com como a Rooney consegue traduzir os sentimentos mais banais em seus personagens (ou seja, palavras), de uma forma que, assim como na vida real, não existem vilãos e mocinhos, todos os personagens têm seus motivos, dificuldade e suas razões para agir da forma que agem. Normalmente não sou boa com resenhas, mas decidi me empenhar um pouco nessa, esse livro debate TANTA coisa importante, o jeito que a autora fala sobre marxismo é brilhante (usando marxismo de exemplo, mas ela fala sobre inúmeros temas que velem muito a pena se discutir, como: consumismo, maternidade, depressao e outros problemas psiquiátricos, espiritualidade, sexualidade e muito mais). Infelizmente talvez tenha lido o livro na época errada, por se tratar de personagens no meio de seus trinta anos e não me identificadar com todos os seus dilemas, mesmo assim, consigo me ver em todos eles, na espiritualidade da Alice, mesmo ela sendo ateia (e acho que tb sou), no jeito que o Felix trata quem ele ama, na forma que a Eileen acha que ama todos mais do q eles a amam e no jeito que o Simon prefere fazer pelos outros a deixar que os outros façam por ele. Resumindo, recomendo muito!