Belo mundo, onde você está

Belo mundo, onde você está Sally Rooney




Resenhas - Belo mundo, onde você está


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Maysena 24/01/2024

Não entendi mt o objetivo do livro e isso me fez odiá-lo
Comecei a ler o livro pq quando lançou foi um hype tremendo, no começo não gostei e no final parecia que eu tava no começo. As partes mais legais são o emails da Alice com a Eileen e só? O Simon um mole o Félix um chato e acho que talvez por isso q muitas pessoas gostaram? pq é um reflexo da realidade. Quis ler até o fim p tentar entender o pq ficou tão famoso mas terminei sem entender ;(
Naiara151 31/01/2024minha estante
SIIMMM!! Personagens SEM SAL! a unica coisa realmente boa foram os emails hahhaha de resto??


Maysena 01/02/2024minha estante
Simm, faltou mt carisma!




Giu 12/01/2022

Gostei. Mas não amei
Depois de ler pessoas normais estava com muitas expectativas para o próximo livro que eu iria ler da Sally, gostei de toda a narrativa e diálogos. O ponto alto do livro é como ele trata as amizades de forma geral e de certa forma a famosa crise dos 30.
Mas confesso que estou cansada de ler personagens (especificamente as femininas) pintadas de forma tão submissa e completamente dependentes emocionalmente de outro personagem, nos livros da Sally.
Não consegui ter nada de empatia pelo personagem Felix e eu tive muita dificuldade pra compreender as ações da Eileen. A Alice na minha opinião era a personagem com mais potencial, tanto que amei ler os capítulos que são e-mails dela, mas não consegui ligar a personagem durona que ela é caracterizada com a personagem que aceitava toda a falta de educação do Felix, achei meio??
E em relação ao Simon, eu gostei do personagem, mas até ele teve umas falas e situações que eu fiquei meio meh
Basicamente é um livro que representa bem a geração atual em relação a frustração, o final abordando a pandemia também foi um ponto positivo. Mas infelizmente não foi um livro que eu amei.
Laura - @lendoplurais 12/01/2022minha estante
SIM!!!!?????


Laura - @lendoplurais 12/01/2022minha estante
O tempo todo a autora coloca a Alice como uma personalidade forte, mas achei muito forçado. Não vi isso acontecer. Morri de ódio do Félix, achei ele 0 responsabilidade afetiva (quando deu em cima do simon, por exemplo). E achei as atitudes da Eileen confusa. Foi muito sei lá pra mim.




Moonbabix 18/01/2023

Decepcionante e lentamente chato
Eu comecei a ler este livro com uma expectativa bem alta porque nunca tinha lido nada da Sally e estava louca para ler algum livro dela, então comprei este na bienal do livro e li desde então.
O abandonei por muito tempo, meses, após 10 capítulos entrei em resaca literária e só me livrei dela em dezembro de 2022, agora em janeiro de 2023 resolvi dar mais uma chance, tentei muito, li mais 6 capítulos, meu objetivo era termina-lo mesmo que eu não gostasse? não consegui.
nalu 18/01/2023minha estante
meu deus eu abandonei esse livro umas três vezes!! tentei ler em português, inglês, por audiobook e simplesmente não vai KK que bom que não estou sozinho nisso


Thalita 19/01/2023minha estante
Estou assim não quero abandonar mas que leitura morna né, não cheguei nem na metade e está arrastado , mas vou seguir quem sabe encontro algum ponto positivo ja que pelo q vi nas resenhas ou é amor ou ódio né




rafa 11/07/2022

A graça dos livros da Sally Rooney está em não ter graça.
Novamente, a graça dos livros da Sally Rooney está em não ter graça. E acho que muita gente não percebe isso e por isso os livros recebem tanta avaliação negativa.

Ao colocar um plano de fundo neutro (sem plot), a atenção fica toda na personalidade e relações entre personagens. Acho graça quando alguém fala que se irritou com os personagens confusos, pois não é esse o objetivo dela?

Mas senti que "Belo mundo, onde você está" que o trabalho nas questões individuais foi bem superficial. Eileen foi a melhor trabalhada e por isso ela ganha mais afeto do público.

As questões pessoais deram lugar ao emails que tentaram discutir assuntos mais gerais e atuais na sociedade, o que condiz com o titulo do livro.

Li em um fim de semana, fluiu bem pra mim.

Obs: e ainda uma surpresa... temos algo para chamar de final!
Vanna 11/07/2022minha estante
simm cara, o povo fica falando que a história de pessoas normais é muito lenta e tals, mas é assim que é pra ser, demora pra uma pessoa amadurecer, ocorreu mudança em suas opiniões e confusões, mas isso tudo é o que uma pessoa apresenta


Vanna 11/07/2022minha estante
+uma pessoa normal apresenta




lana!¡ 14/05/2023

Belo mundo, eu não sei aonde você está
Tem uns dias já que eu finalizei o livro mas fiquei pensando exatamente o que irei falar nessa resenha, só sei que talvez Sally Rooney não seja pra mim, é o segundo livro que eu leio da autora atrás de "Pessoas Normais" e apesar de não ter favoritado o livro da Marianne e do Connell eu gostei muito deles. diferente daqui, em que modesta parte, todos os personagens são insuportáveis, eles acham que são injustiçados pela vida mas só são um bando de chatos. falando assim bem no eufemismo mesmo já que ok eu gostei de passagem da relação do Simon com a Eileen mas também nada uau, a Alice e o Felix nossa vou me abastecer de comentar mas só saibam que: um terrível para o outro, aliás na verdade se todos fossem fazer uma sessão de terapia o livro não teria nem 30 páginas.
Duda.bae 14/05/2023minha estante
Estava querendo ler esse, agora já não sei kkkkkk


lana!¡ 14/05/2023minha estante
@Duda é sempre importante a gente ler algo por nossa conta mesmo pq nossa opinião pode ser diferente, esse que eu tô lendo agora (o encanto dos corvos) só tem nota ruim de quem eu sigo e eu tô gostando kkkkkkkkk




tata342 10/01/2023

??????
admiro muito quem favoritou e disse que esse livro é uma obra prima pq eu não via a hora de acabar, personagens completamente INSUPORTÁVEIS, enredo fraco e que apesar de ter me feito tido uma ou duas reflexões sobre a vida creio que não foi o suficiente para me agradar de fato ou me marcar de modo algum, é isso
Pedro3906 13/01/2023minha estante
o melhor foi a Eileen metendo frases de efeito NO ÚLTIMO CAPÍTULO do livro como se isso fosse salvar essa atrocidade kk


tata342 14/01/2023minha estante
simm, isso só me deixou com mais raiva ainda desse livro kkkkkk uma verdadeira bomba




katharinearron 25/07/2022

IM FREE WORST EXPERIENCE OF MY FUCKING LIFE
esse é o pior livro que eu já li da sally rooney, conseguiu até superar conversas entre amigos que conseguiu me prender na história em algumas partes, mas esse daqui fora pouca as vezes que me prendeu, não consegui me conectar com a história em nenhum momento, infelizmente. eh isso um bjo da web diva resenhas luiza
fluxo-floema 25/07/2022minha estante
'web diva resenhas luiza' ??


katharinearron 28/07/2022minha estante
kkkkkkkkkkkkkkk gostasse




Loi28 02/02/2024

??????
Simplesmente os personagens não são nem um pouco cativantes, a parte mais interessante do livro com certeza são os emails, fora isso è do fundo do poço pra pior, a Eileen simplesmente vive uma vida que ela aparentemente não gosta e não faz nada pra sair disso e fica se fazendo de coitada, o Simon q pra mim era o ?melhor? personagem,tem um vibe meio Leonardo diCaprio que só gosta de mulheres q sejam no mínimo 10 anos mais novas q ele, o Felix é simplesmente um macho escroto, ele humilha a Alice o livro todo e joga na cara dela q ela tem dinheiro???? Como se isso fosse um problema, a Alice se deixa ser humilhada pelo Felix o livro todo e fica nesse relacionamento tóxico. Enfim um livro raso sem um pingo de diálogo entre os personagens, esperava algo mais parecido com pessoas normais e me frustei bastante?
Pietra121 07/02/2024minha estante
MDS SIM eu achei as mesmas coisas tipo mds como as personagens(a eileen e a alice) se permitirem serem tratadas igual lixo por dois homens q n sabem oq quer e tao tipo fodase p elas


Loi28 07/02/2024minha estante
pois é cara




Beatriz 04/10/2021

cansativo (porém com um ótimo final)
Terminei a leitura de "Belo Mundo, Onde Está Você?" há algumas horas e até o momento não sei dizer exatamente o que sinto sobre ela (e isso me incomoda.)

A proposta principal da trama é nós fazer acompanhar as interações entre as personagens Alice e Eileen. Entre capítulos de narração direta e e-mails enviados entre elas, entramos em contato com a já antiga relação das amigas, em uma estrutura bastante performática e em nada orgânica.

As correspondências se formam por uma grande mistura de notas pessoais da vida de cada uma com argumentos e discussões extremamente profundas (e cheias de frase de efeito) que parecem não ter início, meio e fim.

Apesar de intercalar entre os dois pontos de vista, a leitura se torna bastante cansativa, ao ponto de me deixar a impressão de que a história havia sido construída apenas para abarcar ali no meio revelações e devaneios da autora - de uma forma nada sedutora para nós, leitores.

Esse cansaço definiu meu ritmo até cerca de 2/3 do livro, quando, em um momento, todos os personagens se encontram "presencialmente" e toda essa estrutura muda. Nesse ponto, a performance intelectual faz sentido e, de certa forma, se torna bastante interessante.

No fim, a história se fecha de uma maneira muito Sally Rooney, com a brutalidade relacionável que conquista tanto nos dois outros dois livros. Mas, apesar de ter um peso grande - ao ponto de finalmente me prender à história - , a conclusão não compensa todo o incômodo que o título carrega até ali.

Infelizmente, esse é o único livro da irlandesa que não termino com vontade de voltar para o início.
Reichertrar 03/11/2021minha estante
Perfeita sua resenha, praticamente tudo q senti qnd terminei. Só acrescentaria meu incômodo com o meio do livro q terminava em sexo a cada capítulo que não fosse email entre elas kkkkk


Beatriz 04/11/2021minha estante
kkkkkkkkkk pior que é verdade né




Iara Caroline 27/01/2022

Beautiful beautiful world, where are you?
Lembro de um vídeo onde a Mayara fala sobre uma leitura muito boa que veio a calhar ao momento certo na vida dela. Eu já tive algumas dessas, e essa foi uma.

Eu amo livros que transmitem sensações tão bem que parece que eu já senti todas elas. Ou quando o livro consegue descrever sensações que eu já senti uma vez na vida, e que eu podia jurar que era a única no mundo que entendia. E esse livro foi cheio delas, do início ao fim. Tudo nele é tão imersivo e palpável, completamente envolvente. As vezes eu me parava e perguntava como podia a Sally Rooney conhecer tanto por 4 vidas inteiras em uma vida só.

Eu adorei os personagens que ela criou aqui. Eileen, Alice, Simon e Felix. Por vez ou outra me dava uma raiva absurda deles, mas incrivelmente passava logo e eu ficava torcendo para eles se acertarem. Pra o romance acontecer, pra ver ele juntos. Pra entender qual era a deles. E eu acho que consegui, o melhor que podia haha (doidinhos das ideias)

Ah, e uma coisa que eu amo é quando o livro surpreende na sua construção como romance. Quando tem algo que quebra a narrativa e trás algo a mais interessante pra história. Acho que muitos livros tem trago isso atualmente, mas a Sally R. entregou tudo nesses emails entre Alice e Eileen. Eu simplesmente adorava o tom que eles tomavam na história. Os da Eileen eram meus favoritos, quero reler sempre. As ideias que esses e-mails abordavam sobre a narrativa em si, e sobre ideais filosóficos, sociólogos e religiosos é simplesmente chef?s kiss ??. É provavelmente uma filosofia barata e mundana, mas se encaixou perfeitamente com o romance. E eu também não sou lá a maior apreciadora de filosofia complexa até o momento? Mas parece que eu vinha pensando ou pelo menos enxergando o mundo assim como elas descreviam.

Ah, e eu definitivamente to apaixonada pela Irlanda. É sério. Ou pelo menos pela cidade em que a Alice morava. Tá que eles ficavam a maioria do tempo dentro daquele casarão, mas ainda assim. Meu Deus, como eu queria viver lá agora. Se eu fosse uma escritora famosa também, eu iria com certeza querer me mudar pra uma casa enorme em frente ao mar. Com um clima europeu de frio, e noites que chegam antes da escuridão e que parece que eu to no fim do mundo. E eu nem sei se a Irlanda é assim mesmo, mas tudo bem eu não vou lá tão cedo.

É legal pensar na ideia de que existe mesmo um belo mundo em algum lugar. Tipo, nas nossas vidas. Que são todas as mesmas, mas que são únicas do nosso ponto de vista único. Sei lá, um lugar, uma pessoa, uma sensação causada que nos façam ficar nem que seja por meio minuto em um mundo intocável e que não é interferido por nada de feio ao redor. E o legal é que no final do dia, todo mundo tem mesmo esse belo mundo que também é único. Gosto de pensar que eu tenho isso no presente, e que vou ter um ainda melhor no futuro. O que me conforta bastante. E é o porque esse livro veio na hora certa na minha vida. É muito confortante saber que Eileen achou o belo mundo que ela sempre quis e que achava não poder mais ter. E que ele também encontrou a Alice, e que ela tem a chance de se curar como pessoa.

Em resumo? gostei muito desse livro
Mick 27/01/2022minha estante
gentee q resenha mais linda


Iara Caroline 28/01/2022minha estante
entreguei todos meus neuronios pra descrever como gostei do livro kkk




uchoasf 09/07/2023

Foi uma leitura razoável. É um livro legal até mas tem umas partes INSUPORTÁVEIS e os capítulos tem alguns de 20 páginas tipo mds cara.. p mim é muito chato ler livro com capítulo grande.

Eu particularmente não entendi muito bem o desenvolvimento dos personagens sendo q isso foi praticamente baseado em sex na minha opinião.

As minhas partes favoritas eram as cartas trocadas que falavam sobre política e sobre o mundo em geral e era até bem divertido ler (principalmente pq era a parte com capítulos menores KKKKK), o final tb foi bem legalzinho de ler.

Outro ponto de incômodo muito forte foram as frases literalmente que o Félix XINGAVA a Alice e eu ficava ????? pq ela se humilhava por ele pra receber um "eu te amo"
manuella.rosasilva 11/07/2023minha estante
ai, amg, kkkkk. tem umas resenhas aqui que fazem a gente se sentir burro né? todo mundo batendo palma pra algumas coisas que, sim, eu percebi, mas mesmo assim não orna nem afina com a gente, né? kkkkk todos 4 muito carentes


uchoasf 14/07/2023minha estante
sim!! tipo n eh q o livro é ruim e tal só que obviamente o relacionamento dos personagens são tão problemáticos que me incomodam extremamente




loseyourillusion 15/06/2022

Belo mundo, antes de eu ler isso aqui
Poucas vezes na vida eu me esforcei tanto para terminar uma leitura, muito disso vindo do carinho que tenho pela Sally. Como muitos, meu primeiro contato com ela foi com "Pessoas Normais", livro pelo qual eu me apaixonei. Personagens bem construídos, narrativa bem feita, sem contar com a escrita singular da autora - que pode ser "esquisita" num primeiro momento, mas que depois casa muito bem com a história.
Em seguida, li "Conversas entre amigos", que também não amei. Achei diversas situações completamente absurdas e isso acabou me irritando.
Mas nada disso me preparou para este livro aqui.

A história é sobre um monte de nada! Personagens chatos, rasos e a vida deles é um completo tédio. A Sally Rooney sempre conseguiu transformar o cotidiano de seus personagens em algo extraordinário, algo que você sente gosto de ler. Mas nesse livro é tudo simplesmente chato. São 300 páginas em que nada acontece.

Temos aqui 4 personagens ADULTOS que se portam como adolescentes, tem questões de adolescentes e querem ser os "diferentões". Uma das mulheres se denomina como "louca" e a outra é "excêntrica" - e sinceramente, ambas não são nada disso.
Os personagens masculinos são igualmente chatos. Um deles tem complexo de Deus e o outro nunca conquistou nada na vida mas fica desmerecendo as conquistas da mulher com que ele faz par romântico demonstrando uma inveja que é quase palpável.

Aliás, o relacionamento entre esses personagens é um grande desserviço. É bem problemático e tóxico, a menina se sujeita a atitudes horríveis vindo do cara a troco de nada, simplesmente pra dizer "eu sou superior e nada me afeta". Horroroso, senti pavor ao ler isso. Dei várias risadas quando li os agradecimentos do livro e a autora diz que o amor do marido é uma inspiração pra suas histórias. Tipo, ele te inspira a escrever ISSO? Foi um pedido de ajuda? Tantos questionamentos hahahaha

A troca de e-mails entre as personagens é uma boa dose tortura. Cheio de white people problems, com vários questionamentos tolos e rasos que poderiam facilmente ter sido retirados de uma thread no twitter. Todos os personagens da Sally parecem ter a mesma característica, em NENHUM livro dela os personagens sabem conversar. Sabem se expressar ou resolver coisas simples com um diálogo maduro e sincero. Isso é preocupante, porque parece que ela tenta repetir a mesma fórmula em todos eles.

O romance é péssimo, temos cenas de sexo recheadas de diálogos esquisitissimos, além da moça dizendo que tudo bem não usar preservativo porque ela toma pílula ? Indefensável.

Ah, e não posso deixar de citar os personagens LGBT. Aqui temos dois bissexuais mas obviamente isso não foi explorado em momento algum, exceto pelo momento em que o rapaz que está saindo com a mocinha resolve dar em cima do amigo dela e sugere até que todos eles transem, só pra reforçar o esteriótipo de que bissexuais sempre vão querer ficar com ambos os sexos simultaneamente.

Foi uma leitura bem ruim, queria não parecer tão carrancuda na resenha mas não consegui achar nada de bom pra citar, e olha que eu tentei. Ler Sally Rooney tem sido uma experiência de ladeira abaixo pra mim, não sei se tenho coragem de tornar a ler algo futuro dela.
Lily Tigre 24/06/2022minha estante
Falou tudo que eu pensei lendo esse livro.


nala 09/10/2022minha estante
sem tirar nem pôr mana




Tamires 06/11/2021

Belo mundo, onde você está, de Sally Ronney
Outro dia vi uma postagem no Facebook que dizia mais ou menos assim: a Elis Regina não disse por quanto tempo o sinal vai ficar fechado pra nós, que somos jovens. O meu riso mal durou um segundo: é como se atualmente nós fossemos os protagonistas da letra de Como nossos pais (1976), clássico de Belchior imortalizado na voz de Elis Regina. Por nós, entenda a minha geração: a que a internet adora chamar de millennial.

Belo mundo, onde você está, de Sally Rooney (Companhia das Letras, 2021) exemplifica muito bem os conflitos atuais dos nascidos no final so século passado: somos pessoas que tiveram sua base formada em um mundo que não existe mais, tentando viver nesse novo lugar hiper-tecnológico-cheio-de-praticidades, mas que parece a beira do colapso em várias áreas.

A autora, nascida na Irlanda em 1991, é tida como a voz da geração millennial. É uma caracterização correta, mas que não deve restringir a literatura feita por ela. Afinal, para além das reflexões sobre temas incômodos não só aos millennials (estamos todos aqui, no fim das contas), Ronney escreve lindamente: as páginas voam e você só quer ler mais e mais.

O romance é narrado em terceira pessoa, alternando o foco entre duas mulheres: Alice e Eileen. Entre um capítulo e outro, lemos os belos e reflexivos e-mails trocados entre as duas. O livro flutua, então, entre os acontecimentos da vida de Alice e de um rapaz que ela conheceu no Tinder, Felix; e entre Eillen e seu amigo de longa data, Simon. Os conflitos são os usuais do nosso tempo: realização pessoal, dinheiro, amor… ser uma pessoa adulta.

Uma questão interessante é que Alice e Eilleen parecem conversar mais e com mais facilidade no campo virtual. De repente por serem mulheres que trabalham com textos; ou talvez porque a maior parte dos nossos relacionamentos hoje aconteça por intermédio de uma tela. A divisão entre a narrativa da vida acontecendo e os e-mails apresenta uma dualidade muito bacana na estrutura da história: nos e-mails tudo é pensado, editado, bem estruturado… por mais que seja uma correspondência entre amigas. O que está no texto está cristalizado; podemos voltar e ler novamente várias e várias vezes, mas sem alterar nada. A vida real é diferente. Os diálogos são cortados, pensamos mais e falamos menos (ou o contrário). Existe uma interferência em tempo real que molda o que vamos dizer. E o sangue pulsa de uma forma que não dá para controlar.

Seria bastante difícil, além de nada recomendável, destrinchar todos os assuntos que envolvem Belo Mundo. Mas alguns pontos foram extremamente sensíveis para mim, então vou destacá-los nos trechos retirados do livro, leia a seguir:

“Ultimamente tenho pensado na política da direita (não temos todos?) e como foi que esse conservadorismo (a força social) passou a ser associado ao voraz capitalismo de mercado. A ligação não é obvia, pelo menos para mim, já que os mercados não preservam nada, e sim ingerem todos os aspectos do quadro social existente e os expelem, destituídos de sentido e memória, como transações. O que pode haver de ‘conservador’ nesse processo? Mas também me impressiona a ideia de ‘conservadorismo’ seja falsa em si mesma, pois nada pode ser conservado tal como é —digo, o tempo só se move em uma direção. Essa ideia é tão básica que, a primeira vez que pensei nela, me senti genial e depois fiquei me perguntando se eu era uma idiota.”

“Olha só o que os conservadores fazem do meio ambiente: a ideia deles é extrair, saquear e destruir, ‘porque é o que a gente sempre fez’ —mas é justamente devido a esse fato que a terra com a qual fazemos isso já não é mais a mesma.“

O que quer que eu saiba fazer, qualquer talento insignificante que eu possa ter, as pessoas esperam simplesmente que eu o venda — e falo literalmente, vender por dinheiro, até eu ter muito dinheiro e não me restar talento.”
“Minha teoria é de que os seres humanos perderam o instinto para a beleza em 1976, quando o plástico se tornou o material mais comum que existe. (…) mas o fato é que, antes dos anos 1970, as pessoas usavam roupas duráveis de lã e algodão, guardavam bebidas em garrafas de vidro, embalavam hortaliças em papel e enchiam as casas de móveis de madeira resistentes. Agora, a maioria dos objetos no nosso ambiente visual é feita de plástico, a substância mais feia da Terra, um material que, quando tingido, não pega cor, e sim a transpira, de um jeito horrível e inimitável.”

“acho que você está enganada quanto ao nosso instinto para a beleza. Os seres humanos o perderam quando o Muro de Berlim caiu. Não vou entrar em outra discussão com você a respeito da União Soviética, mas, quando ela morreu, a história se foi junto. Considero o século xx uma longa pergunta, e no fim erramos a resposta. Não somos uns bebês azarados por termos nascido quando o mundo acabou?”

Belo mundo, onde você está é um livro que eu reli logo depois de tê-lo lido pela primeira vez. Talvez isso diga mais do que qualquer outra coisa que eu tenha escrito até aqui. E não é que eu já tenha lido os outros dois livros de Sally Ronney, na verdade não li ainda, mas quis ficar mais um pouco com Alice e Eileen. Especialmente relendo os e-mails delas!

Preferi curtir um pouco mais a ressaca que é refletir sobre esse nosso mundo, sobre a beleza. Falando em beleza, o título do livro é uma tradução literal de um verso do poema Die Götter Griechenlands (1788), de Friedrich Schiller. Em 1869, Machado de Assis publicou um versão brasileira do poema, usando como base uma tradução francesa em prosa (Wikipédia).

Elis Regina, você realmente não disse por quanto o tempo o sinal vai ficar fechado pra nós, que somos jovens. Ainda bem que nós ainda temos a literatura. Podemos, pelo menos, curtir a vista da janela.


site: https://www.literaturablog.com/resenha-belo-mundo-onde-voce-esta-de-sally-rooney/
03/01/2022minha estante
Minha resenha preferida sobre o livro! Incrível ??


Tamires 04/01/2022minha estante
Que coisa linda de ler, MUITO OBRIGADA ????




violet! 12/03/2022

ódio profundo
sendo sincera, eu não realmente terminei essa leitura pq eu fui literalmente INCAPAZ. eu nao sei se o intuito da autora era escrever personagens dolorosamente privilegiados que só sabem reclamar o tempo todo, mas se for isso a sally realmente conseguiu o que queria.
eu não cheguei nem na metade do livro e eu já odiava todos os personagens, parece que a autora se inspirou em todas as pessoas mais insuportáveis da vida dela pra escrever esse livro.
a estrutura é exaustiva, principalmente por causa dos e-mails, que na minha opinião são a pior parte do livro, e aqui vão os motivos:
1. é muita forçação de barra. a autora enfia uma causa social em TUDO, tanto que literalmente uma das personagens vai comprar um almoço em um mercado e começa a refletir sobre o capitalismo. tudo bem isso acontecer uma vez, mas parece que tudo que acontece na vida das personagens vira uma reflexão profunda, e, sinceramente, se eu tivesse algum tipo de relação com alguém assim, eu enlouqueceria.
2. as reflexões não adicionam a NADA no plot, defendo fielmente que ler esse livro pulando os e-mails não mudaria em nada a história (só talvez deixasse um pouco mais tolerável, já que, mesmo os e-mails sendo capítulos curtos, é extremamente difícil sentar e ler um deles de uma vez).
3. se eu pudesse descrever essas partes do livro com uma palavra seria: PRETENSIOSO. absolutamente nada que os personagens falam sobre problemas políticos e sociais parece genuíno, e sim uma tentativa de parecer inteligente e politizado.

fiquei muitas vezes me perguntando por que sally rooney só sabia escrever personagens brancos privilegiados que só sabem falar de política pra se sentirem melhores consigo mesmos, até perceber q ela estava fazendo um self insert em praticamente todas as suas obras. tendo lido as 3 (ou pelo menos tentado), me entristece que a autora de um dos meus livros favoritos, pessoas normais, tenha se perdido tanto nessa imersão politizada que ela criou. em conversas entre amigos, existe muita forçação de política também, mas a história ainda se move e você fica intrigado. em belo mundo, onde você está, não parece que estou acompanhando uma narrativa entre personagens, só parece que estou vendo-os reclamar de tudo enquanto a autora joga opiniões políticas e sociais fora em páginas vazias que não adicionam nem conhecimento e nem desenvolvimento dos personagens.

só não estou dando 1 estrela pq ainda gosto muito da escrita da sally.
leetitavares 15/03/2022minha estante
NOSSA SIM!!!!!


bioloisa 17/01/2023minha estante
EXATOOOO QUE GENTE CHATAAA




Clara 24/07/2022

onde está o meu belo mundo?
última vez que um livro foi tão pessoal pra mim foi em 2020 com pessoas normais, de mesma autoria. demorei pra ler belo mundo, onde você está porque nunca parecia o momento certo. e aí sem saber nem a premissa, comecei essa semana e só não li de uma vez porque 1) tenho outras coisas para fazer e 2) não queria acabar nunca. mas acabei agorinha e tenho certeza que a sally rooney conhece a minha vida inteira e escreveu a Eileen para mim; muito dela eu vi acontecer em mim essa semana, antes mesmo de começar o livro. ????
não posso deixar de mencionar a escrita magnífica da sally, o que já tinha me feito perceber que ela é uma das minhas autoras favoritas, mas não restaram dúvidas depois desse livro. a conclusão me fez compreender as pessoas que não gostaram tanto quanto os outros dois dela, pois imagino o que elas estavam esperando, mas para mim foi totalmente coerente com a construção da história e das personagens, que já começa no nome do livro.
Julia 25/07/2022minha estante
Nossa, é exatamente como eu me sinto com a Sally!!


Julia 25/07/2022minha estante
É como se ela lesse meus pensamentos e colocasse em papel kkkk até os personagens mais diferentes de mim, tem pensamentos muito parecidos com os meus!!




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