angel lita 10/07/2023
O fogo realmente é lento
Esse é o tipo de livro para ler e mergulhar dentro das palavras. É tão viciante que eu queria estar o tempo todo o lendo, e quando não estava, ele aparecia pelo menos nos meus pensamentos – e não saia. E pensar em sua narrativa, em seus personagens, tentar descobrir o que aconteceu, desvendar o mistério do assassinato, tudo isso foi tão... emocionante. Senti tantas coisas ao mesmo tempo, quis rir, quis chorar, quis gritar, tudo ao mesmo tempo. Me senti aflita, me senti com raiva, me senti vingada, quis xingar.
Alguns personagens são bem mais queridos que outros. Alguns você pode até começar gostando, mas vai terminar odiando, já outros seria impossível não sentir certo carinho ou afeição, como a Irene por exemplo. Começar odiando e terminar amando também poderá ser comum, ou até mesmo odiar e amar ao mesmo tempo, porque a profundidade de cada um deles é tão factual. Qualquer um poderá ter certos problemas, tal qual os personagens dessa história. Nenhuma adversidade era irreal, muito pelo contrário.
O fato de todos eles sofrerem por algum motivo (ou por vários) humaniza o que foi escrito, e, mesmo que você não pegue simpatia por alguns, você vai pelo menos entender o lado deles, o porquê tomou certas atitudes, principalmente por todos os pontos serem tangíveis e relacionáveis.
Porém, é claro, essa história tem alguns pontos negativos, como a relação mal explicada entre Daniel e Carla, o divórcio mal resolvido de Carla e Theo, a resolução de todo o crime sendo bem corrida, senti falta de não mostrarem direito a investigação, como encontraram a arma do crime e como que ninguém na cidade se lembrava do que aconteceu com Miriam ao ponto de não associarem com o livro de Theo. Mas, apesar desses pontos, não chega no nível incomodarem tanto ao estado de estragar a leitura.