Projeto Nacional

Projeto Nacional Ciro Gomes




Resenhas - Projeto Nacional


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Junior 21/09/2022

Existe um plano
Nesse livro, Ciro Gomes traz um bom diagnóstico de alguns problemas que o País enfrenta; uma análise histórica satisfatória; é manifesto em dizer o que fazer; mas obscuro em indicar COMO o fazer. Não vejo muitas das medidas que ele indicou sendo praticáveis no atual ordenamento das coisas, sem uma ruptura institucional. Porém, não deixa de ser um Plano de Desenvolvimento que, sob devidas circunstâncias, pode servir de um bom norte para a construção de uma nação minimamente soberana e que supere o jugo do pernicioso neoliberalismo.
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Fabio Shiva 20/09/2022

o dever da esperança diante da pandemia do ressentimento
Ler este livro me fez sonhar com dias mais luminosos para o Brasil – e, por extensão, para o mundo. Nesse futuro mais esclarecido (que acredito que não esteja tão distante), o povo elege seus representantes não a partir de identificações pessoais baseadas em emoções primitivas, mas a partir da análise racional de projetos de governo. Nesse futuro de meus sonhos, as pessoas votam em projetos, não em personalidades. E ao final de cada mandato os governantes eleitos devem prestar contas dos projetos que foram apresentados, mostrando ao povo o quanto foi cumprido ou não e porque.

Como produtor cultural, estou acostumado a inscrever projetos em editais públicos. E em todos os projetos que realizei com o dinheiro público tive que prestar contas de tudo o que foi feito. Penso que nossa sociedade será imensamente beneficiada se cada político eleito tiver essa mesma obrigação de qualquer produtor cultural, dando satisfação ao povo de cada promessa feita durante a campanha.

O que nos traz ao conturbado cenário das eleições de 2022. Dois fatores me chamaram mais a atenção em meio ao clima de tensão e hostilidade generalizada:

1) Todos (ou quase todos) estão absolutamente convencidos de que estão “do lado certo”. Independente de que lado seja esse, o lado que cada um escolheu é tido como o único certo – e 100% certo. A isso se chama “monopólio da virtude”, expressão refinada que oculta terríveis perigos: se acredito que estou do lado do Bem e da Verdade absolutos, qualquer pessoa que discorde de mim será não apenas minha inimiga, mas inimiga do Bem e da Verdade e, portanto, deve ser reduzida ao silêncio por quaisquer meios necessários. Isso evoca logo outra expressão tristemente banalizada: “ódio do bem”…

2) Nessa guerra do Bem absoluto contra o Mal absoluto (com cada lado acreditando estar “do lado do Bem”), a primeira vítima a tombar é a verdade. Tenho testemunhado com crescente estarrecimento jornalistas e figuras públicas, amigos e parentes, conhecidos e desconhecidos afirmando, postando e compartilhando coisas que certamente sabem que não são verdadeiras, unicamente porque possuem poder destrutivo para causar um bom estrago “no outro lado”. As Fake News são tão nocivas porque contam com tantos cumplices conscientes em sua propagação. Quando a verdade sai de cena, tudo o que sobra é uma sangrenta batalha de narrativas.

Considerando esses dois fatores em conjunto, detectamos com pesar, no Brasil (e no mundo) de hoje, um acirrado fanatismo de parte a parte, que se torna ainda mais grave pelo progressivo e voluntário descolamento da realidade. Quando pensamos que os políticos refletem e representam os valores do povo, é de dar calafrios imaginar o tamanho do problema em que continuamos nos metendo a cada eleição.

Como costuma acontecer, felizmente, a solução pode estar embutida no próprio problema. E o problema maior, no caso, é que as pessoas estão condicionadas a votar com o fígado e não com o cérebro. O ano de 2022 é apenas o exacerbamento do que acontece desde sempre: as eleições são decididas pelas emoções. E a emoção que mais está presente nos corações e mentes dos brasileiros hoje, ao que tudo indica, é o ressentimento.

O bolsonarismo, que tomou de assalto as urnas do país em 2018, é uma força bruta e cega que se alimenta quase que exclusivamente do ressentimento. Quando compreendemos isso, fica um pouco mais fácil elucidar tantas insanidades e absurdos em nome de Deus, pátria, família etc. A grande tragédia de nosso momento atual, ao meu ver, é que esses quase quatro anos sob essa toxicidade bolsonarista acabaram contaminando também os não-bolsonaristas com a aflitiva enfermidade do ressentimento.

Penso se tratar de uma autêntica pandemia, talvez não menos grave que a da Covid. No Brasil, a “Pandemia do Ressentimento” atingiu primeiro as pessoas mais vulneráveis, que sofriam de outras sérias comorbidades como a homofobia, o racismo, o elitismo e o machismo. Com o passar do tempo, contudo, como não foram tomadas as medidas necessárias para a erradicação da doença, o vírus do ressentimento foi se espalhando até nas comunidades mais saudáveis.

Gostaria de estar exagerando. Temo não estar sendo drástico o suficiente. Com muita tristeza, vim observando amigos e familiares queridos, que hoje adotam a religião (só consigo concebê-la nesse sentido) do lulopetismo, adotando as mesmas atitudes de intolerância e arrogância que antes eram o imediato sinal identificador do bolsonarista arraigado.

Bolsonaro é um infortúnio sem limites para o mundo. Dentre outras tantas tragédias, cito que 400 mil brasileiros (no mínimo) morreram sem necessidade, unicamente por conta de seu negacionismo anti-vida. Dizendo isso de outra forma, de cada 11 pessoas que morreram de Covid no Brasil, 8 estariam vivas hoje, se não fosse pelo governo Bolsonaro. Isso é um crime hediondo, no qual têm responsabilidade todos que votaram em Bolsonaro e especialmente aqueles que continuam apoiando seu desgoverno até hoje. Mesmo que consigam escapar da justiça humana, certamente não escaparão de uma justiça mais elevada, essa sim infalível.

Está claro que Bolsonaro é o mal. Contudo será mesmo Lula o bem? Parte do ressentimento que alimenta o bolsonarismo não se deve a motivos espúrios (homofobia, racismo, elitismo etc.), mas à imensa decepção provocada pelos escândalos de corrupção do PT e, sobretudo, com a grave crise financeira que estourou na mão de Dilma, mas foi orquestrada durante o governo de Lula. Se Lula não tivesse errado tanto, e decepcionado tanto, Bolsonaro não teria se fortalecido tanto com o ressentimento nacional e continuaria sendo apenas um inexpressivo deputado do baixo clero.

Entre Lula e Bolsonaro, mil vezes Lula, é claro. Contudo temo por nosso Brasil nos próximos anos, quando (espero de todo coração estar enganado) Lula entregar mais decepção para um povo que já sofreu tanto e que foi levado a acreditar que seu governo será algo como a segunda vinda de Cristo. Sobretudo porque o grande mal do bolsonarismo são os bolsonaristas, e eles continuarão aí, “acumulando raiva e rancor”, e (espero de todo coração estar enganado) mais empoderados do que nunca, pois estarão isentos da penosa obrigação de justificar as barbaridades do governo Bolsonaro, com as duas mãos livres para jogar pedras no telhado dos outros… Temo que só estejamos alimentando o retorno do bolsonarismo em 2026 ao eleger Lula em outubro.

Enquanto isso, em meio a essa lastimável “briga de foice no escuro”, lá estava Ciro Gomes, apresentando um projeto robusto, complexo, bem elaborado, para ser conhecido por todos, para ser debatido e enriquecido pelo debate, para ser posto em prática e aperfeiçoado pela experiência. Se hoje boa parte dos brasileiros ainda não está interessada em um projeto de desenvolvimento, mas em disputas movidas pelo ressentimento, que isso não seja motivo de tristeza, nem de rebeldia, mas de esperança: esse lindo projeto já existe. E um dia, se Deus quiser, será colocado em prática. Para mim, isso basta.

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2022/09/o-dever-da-esperanca-diante-da-pandemia.html



site: https://www.facebook.com/sincronicidio
DANILÃO1505 21/09/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!


Fabio Shiva 21/09/2022minha estante
Valeu, Danilo!




Thiago Toscano Ferrari 20/09/2022

Um plano de governo consistente e profundo!
Às portas da eleição de 2022, ter o privilégio de ler esta obra que nos entrega o que tem de melhor como proposta de um novo rumo ao Brasil é reconfortante, pois nos dá a certeza de que o nosso país tem políticos dedicados à melhora de nossa nação em todos os aspectos, tal qual apresenta Ciro Gomes que possui uma vasta experiência política, nos brindando com propostas consistentes e profundas que visam melhorar o índice de desenvolvimento humano de nosso país e a retomada do crescimento econômico, bem como o redescobrimento do verdadeiro nacionalismo, sem nos curvar ao imperialismo de nações voltadas ao interesse próprio. Recomendo a todo aquele que busca uma orientação política, dentro de propostas factíveis e justas a nossa nação conhecer essa obra e meditarem em sua decisão, levando-se em conta não a polarização, mas a verdadeira opção justa e única que o Brasil pode ter de melhor, este é o nosso dever! Essa deve ser a nossa esperança!
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ROSA 11/08/2022

A diferença entre Sonho e Meta é ter Projeto
Não basta querer sair da crise.
É preciso saber POR QUE o Brasil entrou nela, COMO reformar suas estruturas pra dela sair, por ONDE começar as mudanças e QUAL fonte de financiamento pra tudo isso.
O livro responde essas e muitas outras questões capazes de fundar o Brasil que os Brasileiros querem e merecem ter pra viver.
Dito isto sobre a riqueza do conteúdo, resta ainda o deleite da escrita, direta e precisa.
Daí se entende por que o livro já vendeu 300 mil cópias e entre leitores figuram até os adversários políticos.?
Como o subtítulo diz, a esperança é um Dever. Eu acrescento: dever que cabe ao todos nós, do Presidente ao eleitor a partir dos 16 anos.
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Heber 04/08/2022

Progressismo X Liberalismo
Em Resumo, o livro de Ciro Gomes nada mais é que um contraponto ao Liberalismo econômico e como ele mesmo diz "Neoliberalismo".

Ideias de governo são colocadas como "solução" por ele, mas, até então, não passam de um discurso progressista, que de fato não vimos dar certo em muitos lugares.

Uma coisa a de se convir, que pelo menos há um projeto aqui. ( Não vimos muitos por aí ) Se vc se interessa por um bom debate político, vá em frente! Leitura muito válida.
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Jorge 26/07/2022

Uma Leitura Necessária
Ciro Gomes é a melhor opção já faz algum tempo, mas segue não sendo merecido pelo povo brasileiro.
Nesse livro ele oferece um tanto de sua colossal inteligência, sua capacidade analítica rara, seu admirável conhecimento do país e esboça suas ideias muito bem fundamentadas. Infelizmente o brasileiro segue preferindo outras coisas...
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Cléia 24/07/2022

Nesta obra, Ciro Gomes apresenta sua visão clara a respeito da condição do Brasil e sobre o que precisa e pode ser feito, expondo feridas abertas que não estão se curando. O autor aborda o prisma histórico e demonstra o cenário internacional de forma a enxergarmos melhor a situação do Brasil.
A obra é, ainda, uma sutil proposta política que traceja a intenção de Ciro na disputa à presidência da República. Isso é importante: o autor deixa bem delineada a sua real intenção.
E, sinceramente, eu gostaria muito de ter à frente dos interesses da nação um homem cuja abordagem eleitoral é, não um conjunto de Fake News ou pseudo-milagres, mas um instrumento singelo que por anos vem provocado transformações: um livro!
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Lilian 21/07/2022

Projeto nacional
Sim, é uma boa leitura. Acima de tudo uma leitura de esperança. Não é um texto chato nem ruim de leitura. Mais sinto que tem muita expectativa em situações que o querer do outro é necessário. Temos um congresso que representa muito pouco a população e enquanto essa situação não for alterada o projeto do Ciro.... realmente complicado. Depois do impeachment da Dilma, percebemos que o que tira um presidente não são seus crimes mas suas ideias não condizentes com aquilo que está lá e posto, em outras palavras, o bem está do mercado.
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Tuts 28/06/2022

Um projeto para o Brasil
Vivemos um momento nefasto e sombrio da política brasileira,em que o presidente Jair Bolsonaro é simplesmente uma aberração,além de ser um completo ignorante,preconceituoso,limitado,é um incapaz de governar o Brasil.

Em oposição a isso,temos um petismo adoecido e que sofre uma espécie de amnésia diante do assalto que a quadrilha petista provocou em nosso país,e que agora se une com as mesmas lideranças políticas com histórico de corrupção.

Essas duas forças antagônicas não se propõem a debater de fato os problemas do Brasil,não se propõem a efetivar mudanças reais no sistema político e econômico. E o que prevalece é um embate entre ?comunistas? e ?fascistas?,regado a ataques pessoais,fake news,generalizações,slogans,jingles e gestos com as mãos.

Em contraste a tudo isso,Ciro Gomes apresenta uma visão racional,inteligente,realista,desvirtuada da cegueira ideológica que se estabeleceu no país. E aqui nesse livro Ciro demonstra suas ideias em vários aspectos,como as reformas que ele propõe ao Brasil(reforma política,econômica,da saúde,previdência social,etc) e traça também as medidas que ele julga necessárias para que o Brasil retome o crescimento econômico,sua industrialização e uma educação de qualidade,dentre muitos outros pontos.

Apesar do conteúdo ser um pouco complexo e às vezes até um pouco cansativo,é necessário de se ler. No final do livro há um índice remissivo para consultar temas específicos abordados na obra.

De forma geral,é uma leitura que vale muito a pena,que se dedica a propostas,e não a promessas vagas e delírios que Lula e Bolsonaro fazem constantemente. Independentemente se Ciro conseguir ser eleito ou não,suas ideias são importantes de serem conhecidas e levadas em consideração.

?Então o Brasil vai começar a dar certo.
Se eu estarei aqui para ver, não sei.
O que sei é que não serei eu que salvarei o Brasil.
Porque o que o salvará um dia é seu próprio povo munido de um
projeto e da determinação de executá-lo.
E para ajudar nosso povo a entender isso dedicarei até o último dia
de minha vida(Ciro Gomes)?
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Kardec 25/06/2022

Debate Necessário!
Achei muito interessante toda a análise e propostas trazidas aqui por Ciro Gomes. Ciro tem um projeto para o Brasil, isso é fato, a leitura é bastante válida, e para mim, ele mereceria uma chance de provar que poderia ser um bom presidente e conquistar tudo o que almeja para o Brasil, pois de longe é melhor que o molusco e que o bozo... Seja em questão de ficha limpa, seja em questão de repertório intelectual.
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Lukky 21/06/2022

Uma análise distorcida sobre Brasil, com projeto debativel
Ciro busca realizar um debate sobre o cenário político atual do Brasil, seguindo ao longo dos capítulos uma estrutura bastante clara: diagnóstico -> avaliação -> proposta de resolução.

Dito isso, ele não esconde em momento algum seu posicionamento dentro do espectro político, declarando-se como alguém de centro-esquerda. Isso é fundamental para que o leitor entenda qual o viés de suas críticas e propostas.

Apresentando um claro projeto social-democrata para o país, Ciro argumenta a favor de um estado nacionalista e desenvolvimentista, apresentando, sob o ponto de vista dele, caminhos para colocar esse projeto em prática.

O livro corresponde bem ao que diz respeito a um projeto social-democrata, onde ele argumenta que o trabalhismo(dentro do que é a concepção de trabalhismo para ele) é o caminho para o país, visando a melhoria do padrão de vida da classe trabalhadora, mas sem atacar o capitalismo como sistema. O foco de suas críticas direcionam-se ao neoliberalismo, mas sem atacar sua origem.

Ciro defende a ideia de uma "revolução da burguesia", aos moldes de Getúlio Vargas e Jucelino Kubitschek, não atacando-a diretamente, mas visando a reformar em prol da classe trabalhadora, através de um desenvolvimento industrial baseado no que houve entre 1930-1980 no Brasil.

Ele também faz críticas à esquerda marxista, todavia, de forma extremamente superficial, não fazendo a análise dela de maneira precisa ou estatística, o famoso "anticomunismo barato".

Apesar de analisar superficialmente as correntes de pensamento de esquerda que o contestam, ele faz uma análise mediana sobre a atual crise política brasileira e apresenta um projeto palpável e com valor para o momento atual.

Todavia, suas reformas não mexem na estrutura capitalista, o que afeta fortemente suas reformas no longo prazo, vide exemplos ao redor do mundo.
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Yvan 16/06/2022

Para conhecimento
Quem dera se todo candidato tivesse um projeto / livro para apresentar. O país só ganharia com isso.
Tuts 28/06/2022minha estante
Lula e Bolsonaro vendem toalhas,Ciro livros




Irineu.Dias 13/06/2022

Ok
Traça uma linha geral dos eventos históricos que aconteceram em 2014 e de como solucionalos.
.......
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Lista de Livros 10/06/2022

Lista de Livros: Projeto Nacional: o dever da esperança, de Ciro Gomes
Parte I:

“Ao contrário do que a propaganda do regime militar alegava, o governo Jango e seu projeto nacional contavam com amplo apoio popular. Pesquisa Ibope de março de 1964 revela que, se pudesse se candidatar no ano seguinte, Jango teria mais da metade das intenções de voto na maioria das capitais pesquisadas. Mesmo em São Paulo, tradicional reduto antigetulista, o governo Jango contava com 45% de avaliações de bom e ótimo. Só 16% o consideravam ruim ou péssimo. Havia amplo apoio nas capitais às medidas anunciadas no comício da Central do Brasil, às “reformas de base”, como reforma agrária, reforma urbana, o voto dos analfabetos, a aposentadoria rural, a função social da propriedade, o dispositivo legal da medida provisória e o monopólio do Estado em setores estratégicos da economia, que começaria com a encampação de refinarias estrangeiras.
Mas mais uma vez os interesses dos norte-americanos, inconformados com a Lei da Remessa de Lucros e a encampação de refinarias, em conluio com a direita brasileira e com parte das Forças Armadas, montaram um golpe de Estado no país com farto investimento em propaganda, apoio militar e subornos generalizados. E o país perdeu sua cambaleante e incipiente democracia. Vinte e quatro anos depois, com o fim do regime militar e a promulgação da Constituição de 1988, praticamente toda a agenda das reformas de base se tornaria parte de nossa Carta Magna. Embora algumas dessas reformas nunca tenham saído do papel, como a agrária, fica ridículo hoje pensar que o voto do analfabeto ou a aposentadoria rural pudessem ter sido consideradas parte de uma agenda comunista, como alegado na propaganda do golpe de 1964.”
*
Mais do blog Lista de Livros em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2022/05/projeto-nacional-o-dever-da-esperanca.html

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Parte II:

“Ainda gostaria de lembrar que a destruição econômica do país não é causada por esses desvios éticos, mas sim por nossa desindustrialização e escoamento de nossos recursos para os juros da dívida interna. Apesar do terrível impacto moral na sociedade, razão pela qual o combate à corrupção não deve ter tréguas, seu impacto no orçamento nacional é extremamente limitado, ao contrário do que a imprensa faz parecer. Mesmo porque a corrupção leva predominantemente um percentual dos recursos para investimento do Estado, e em 2017 os investimentos federais foram previstos em 1,4% do orçamento. Enquanto isso, perdemos quase 10% deles no pagamento de uma das taxas de juros mais altas do mundo. A corrupção, sendo uma distorção gravíssima porque destrói a confiança da população no sistema, não é a causa de nosso atraso econômico. Essa é uma narrativa falsa imposta por aqueles que não querem mudar o modelo que fracassa inapelavelmente desde os anos 1980, e que poderia ser perfeitamente chamado de corrupção institucionalizada, pois é o sequestro do Estado e de suas energias por uma minoria de poderosos barões do sistema financeiro. O aumento da corrupção é só mais um sintoma de nossa degradação como sociedade e da percepção generalizada de injustiça e impunidade.”
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Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2022/05/projeto-nacional-o-dever-da-esperanca_22.html

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Parte III:

“(...) Todas essas políticas aqui esboçadas não darão certo sem a estrutura geral que abordei em itens anteriores: uma taxa de juros reais mais baixa que a rentabilidade média dos negócios, a recuperação da capacidade de investimento do Estado, a manutenção de uma taxa de câmbio realista, que evite o populismo fácil do consumo de importados e dê segurança para os novos investimentos e, finalmente, uma forte coordenação entre governo, empreendedores e uma academia dedicada a produzir os avanços tecnológicos necessários para a criação de novos setores industriais nacionais.”
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“Defendo convictamente que a principal habilidade a ser desenvolvida pela educação no mundo atual é a capacidade de aprender a aprender e de lidar criticamente com o excesso de informações. Num mundo com tecnologias em permanente mudança, o brasileiro do presente e do futuro precisa ter uma capacidade adaptativa que só o pensamento crítico genuíno, fonte de todo o conhecimento humano, pode dar. Não existe mais lugar no mundo para o professor reprodutor de fórmulas e informações, simplesmente porque um volume incomensurável de informações está à distância de um clique. O professor, no entanto, retém seu papel fundamental de tutor de um aluno perdido num mar de dados sem saber como avaliá-los ou relacioná-los, de interlocutor individual capaz de identificar e intervir em dificuldades particulares de aprendizado, mostrando ao aluno a falha particular de pensamento que o impede de dominar determinado conteúdo ou habilidade. Enfim, cabe ao professor sempre ajudar a desenvolver no aluno o genuíno espírito crítico que, bem longe de ser a doutrinação ideológica que muitas vezes o termo esconde, é exatamente seu inverso: ensinar a abordar o mesmo problema ou conteúdo de pontos de vista diferentes.”
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Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2022/05/projeto-nacional-o-dever-da-esperanca_34.html

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Parte IV:

“A CRISE DA ESQUERDA CONTEMPORÂNEA

Vivemos hoje um quadro de profunda crise capitalista em que o neoliberalismo fracassou rotundamente e a desigualdade volta a avançar no Ocidente. Diante dessa crise cultural profunda, a esquerda ocidental patina e vê parte de seus espaços perdida para a extrema direita.

Diante do imenso fracasso das políticas que têm diminuído o papel do Estado sem planejamento estratégico algum, esperando que o espontaneísmo do mercado seja o motor do desenvolvimento enquanto paga taxas de juros mais altas que o rendimento médio dos negócios, a retórica neoliberal sempre rejeita a responsabilidade pelas consequências nefastas de suas políticas (veja o colapso que aconteceu na Argentina neoliberal de Mauricio Macri) dizendo que não deixaram dar a dose suficiente de seu remédio. Ou seja, eles sempre alegam que tudo deu errado porque não destruíram o Estado o bastante. Durante os governos neoliberais só a estagnação ou a catástrofe tem vez. A culpa, o neoliberalismo coloca na suposta “gastança” dos governos anteriores, e quando finalmente sai do poder e o país volta a se desenvolver, ele diz que o crescimento foi por causa de seu “ajuste” ou “modernização”.

Mas se o remédio é bom, ou a situação melhora ou o ritmo da piora tem que diminuir. A crença de que tudo tem que piorar muito antes de melhorar não é nada senão misticismo importado para a economia.

Este é o grande paradoxo do liberalismo econômico que precisamos expor: a suposta liberdade individual irrestrita afeta severamente a liberdade da maioria dos indivíduos. A médio prazo, o liberalismo econômico colapsa o liberalismo político, porque ele tira da maior parte da sociedade as condições materiais necessárias para exercer a liberdade. Liberdade absoluta é a lei da selva, portanto, a lei do mais forte. E o ideal do liberalismo político clássico nunca foi garantir a liberdade absoluta, porque isso é o oposto da vida em sociedade, e sim a maior quantidade de liberdade possível para todos os cidadãos igualmente. Deixo a você, caro leitor, a conclusão dessa reflexão.”
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Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2022/05/projeto-nacional-o-dever-da-esperanca_62.html
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Peter23 26/05/2022

Se tirarmos o cunho político que isso aqui tem, certamente temos uma boa obra em termos de conhecimento histórico.

Fatos que ocorreram no Brasil narrados em uma linha até os dias atuais, com comentários de quem, em teoria e com todas as ressalvas políticas feitas, entende do assunto.
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