Larissa 26/08/2023
Um livro necessário
Cida Bento traz, de maneira mais didática impossível, a falácia da meritocracia, fomentada por esse ?cistema? (aqui incluindo pessoas trans e travestis), no qual vige a supremacia branca.
O pacto mostra-se presente em organizações públicas e privadas, em que, apesar da superioridade numérica da população negra brasileira, não se identifica tal proporção em altos cargos, posições de destaque ou mesmo nos trabalhadores ligados à área fim, ainda que brancos e negros tenham currículos equivalentes, ou, no último caso, até superiores.
Ao contrário, nas funções tidas como inferiores, que não demandam qualificação, mas que servem de base para o funcionamento de qualquer organização, como serviço de limpeza e copa, os negros são maioria.
Nós, pessoas brancas, precisamos reconhecer nossos privilégios e o pacto mantido, ainda que silenciosamente, que perpetua uma herança escravocrata, sobre a qual devemos enxergar não a inferioridade negra, mas sim a nossa, a partir do momento que nos colocamos em posição universal e de merecimento, apenas pelo tom da pele.
É necessário reconhecer o outro em sua completude, desnudado de qualquer pré julgamento, e com disposição para enxergar o quanto continuamos errando.