O pacto da branquitude

O pacto da branquitude Cida Bento




Resenhas - O pacto da branquitude


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Janaina 12/04/2023

Neste pequeno livro de bolso, a autora propõe estudar a estrutura do racismo através do viés da branquitude. E embora a proposta possa parecer pouco inovadora, me vi estupefata em diversos momentos por não ter conseguido, antes, perceber tantas das obviedades sistematizadas na obra.

Ao invés de tentar analisar a conjuntura atual de nossa sociedade a partir das condições a que foram submetidos os negros africanos, durante e depois da escravidão, e que os relegaram à margem das oportunidades que poderiam ter mudado o rumo da história, a autora nos convida a olhar para o Pacto Narcísico incutido no inconsciente coletivo da branquitude, que mantem os brancos, como seres universais e ?desracializados?, aliados uns aos outros para assegurar a permanência da estrutura de privilégios que se perpetua no tempo escamoteada sob o manto da meritocracia.

?Fala-se muito na herança da escravidão e nos seus impactos negativos para as populações negras, mas quase nunca se fala na herança escravocrata e nos impactos positivos para as pessoas brancas.?

O livro coloca o dedo na ferida e traz dados estarrecedores, que, mesmo não sendo novidade, não costumam ser tratados com a ênfase que deveriam, como a falta de indenização dos negros escravizados depois da abolição, em detrimento de concessão de reparação aos senhores prejudicados pela Lei do Ventre Livre, e nos conduz a uma releitura da História que pretende desmistificar o imaginário vigente para reconstruir uma nova consciência capaz de trazer mudanças efetivas à sociedade brasileira.

É daquelas obras que vale ler e reler para se municiar para o combate ao racismo no País. Muito bom!
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Adriana Naves 27/01/2024

Cida Bento arrasa
"...desfazer sistemas que, durante séculos, promoveram o conforto e a segurança de um grupo de pessoas em detrimento de outro não é uma tarefa para realizar da noite para o dia, nem é uma proposição sem dor, pois envolverá trabalho intenso e duradouro."

Muitas vezes quando falamos da escravidão e do racismo tratamos isso como um problema que afetou profundamente a vivência de pessoas pretas, mas não consideramos como estes acontecimentos também marcaram profundamente a vida de pessoas brancas também. Pois enquanto o primeiro grupo teve sua experiência impactada negativamente o outro foi impactado de forma positiva e nesse livro Cida Bento traz esses e outros pensamentos, que nos faz refletir sobre as estruturas de poder que mantém o mundo atual tal qual o observamos.
A autora comunica-se de forma objetiva e muito didática, a acredito que mesmo quem está começando a ler sobre o tema não encontrará dificuldades nesta leitura. Ao final temos as referências bibliográficas que foram citadas ao longo do livro. Vou buscar ler outras obras da autora.
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juliteraria 22/04/2022

livro sensacional, com ótimas reflexões sobre o racismo no brasil e seus impactos na sociedade

?a branquitude convicta e autoritária permite ao político ser grosseiro, violento, antidemocrático e abertamente racista, machista e homofóbico?
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Gabriel.Henrique 17/03/2024

Este livro nos leva a pensar a forma como pactos entre brancos são feitos durante séculos, claro que não existem reuniões secretas e afins, mas um pacto que os mantém mais longe dos "outros", é uma leitura muito rica e que nos faz pensar sobre como o Brasil é um país racista e que infelizmente isso não está nem perto de acabar...
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Cesar Loyola 07/11/2022

Uma leitura que vale a pena, principalmente para quem quer entender pelhos questões sobre racismo e a ideia de "supremacia" ou superioridade da branquitude, esta que leva a ambliar as desigualdades, preconceitos e violência na sociedade, tanto em relações aos negros como a outras minorias.
Leitura recomendadissima, para quem quer aprender e encontrar seu lugar na luta antirracista, seja branco ou preto!
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Bruno144 22/01/2024

O Pacto da Branquitude: o que é ser branco no Brasil?
Nesta obra, Cida Bento apresenta dados e conceitos relevantes sobre como a branquitude, em uma espécie de pacto, opera no Brasil, perpetuando o racismo em diversas instituições. O livro é um convite às pessoas, especialmente a nós, brancos, para refletirmos sobre nossos privilégios e explorarmos maneiras de enfrentar o racismo no país.
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Kamyla.Maciel 26/12/2023

Leitura obrigatória!
" É evidente que os brancos não promovem reuniões secretas às cinco da manhã para definir como vão manter seus privilégios e excluir os negros''.

Esse trecho me impactou, sabe aquele óbvio que precisa ser dito? pronto, foi o que senti nesse momento. É claro que nós, brancos, não nos reunimos e tramamos sobre a manutenção de privilégios (pelo menos, não na esfera social que vivo), mas Cida Bento deixa claro também que não podemos utilizar esse argumento como justificativa para o não enfrentamento dos problemas gerados pela escravidão, de forma ativa.

Esse livro traz uma perspectiva coletiva, de causa e efeito na sociedade, com muitos dados sobre o racismo, como, por exemplo, o racismo nas instituições privadas e públicas. Ele não tem meias palavras para dizer o que precisa ser dito, que se branco você for, não importa em qual proporção, mas, certamente, você já se beneficiou de algum privilégio que só a nós pertence.

Cida Bento nos ensina que quanto mais tratamos o racismo como um problema da população negra, menos iremos encontrar as soluções, precisa ser uma questão debatida entre brancos também, de forma ativa, possibilitando a mudança de narrativas históricas e de políticas públicas.

É claro que é um livro desconfortável para quem o lê com o intuito de realmente aprender e gerar ações, não é confortável saber que se temos privilégios, há alguém que, necessariamente, está sendo prejudicado nisso; de forma muito pior, não é confortável ser esse alguém nessa sociedade. Mas, apesar de gerar desconforto por jogar na nossa cara a realidade, é um livro MUITO bom para ler, para discutir com amigos, para presentear. Se mais pessoas tivessem acesso/interesse por esse tipo de livro, talvez a discussão sobre o racismo saísse das bolhas e chegasse na sociedade como um todo.

Outro trecho que gostei e que já tinha refletido sobre em algum filme (não me recordo qual agora) foi esse: "ser branco é viver sem se notar racialmente, numa estranha naturalidade. É o outro que é de cor [..]"

Enfim, maravilhoso! Recomendo muito, leitura super fácil.
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Carol 17/07/2023

Livro importante!

Cida Bento expõe um pacto entre os bancos que não necessariamente é falado a todos e como ela mesma fala, o livro trata sobre a necessidade de reconhecer que existe sistemas que são construídos para manter negras e negros inferiorizados, a necropolitica em sua amplitude, a autora nos chama atenção para refletir sobre como esses sistemas são negativos para uns ao mesmo tempo que beneficiam os brancos, Cida coloca exemplos reais que comprovam esse pacto tão forte em nossa sociedade, vale muito a pena ler.
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Ãtila 23/09/2023

Um livro capaz de nos fazer entender a política, cultura e história do Brasil como poucos. Nele nós é apresentada uma visão clara de como historicamente etnias se pretegem em detrimento do desenvolvimento social de outras. Uma leitura reveladora que não te permitirá mais ver a vida como antes.
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Silvana 04/04/2023

Doloroso e necessário
Cida Bento faz uma abordagem incrível com relação a olharmos para o escravizador, pensando: E a herança deste processo para o escravizador? Permance? Existem lugares de privilégios que foram mantidos? Manter lugares de privilégios excluí uma parcela enorme da população? São tantas coisas para revisitarmos e compreendermos que mesmo que seja doloroso, as mudanças só podem ocorrer por estas reflexões e ações.
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marcooscaioo 27/07/2023

Encarar a branquitude, revelar a negritude.
Uma pesquisa que esmiúça os acordos tácitos que acontecem numa raça que se ver como o ?ser humano universal?, assim podemos traçar uma linha sistemática em que a chamada branquitude perpétua uma série de privilégios de raça, uma regalia de cor.

Assim, Cida Bento encara esse arranjo social e retrança os funcionamentos do pacto narcísico da branquitude no Brasil durante as suas pesquisas de mestrado e doutorado em recursos humanos. A autora trabalha com entrevistas, análises históricas e teorias políticas de militantes da negritude, elaborando um trabalho sólido e fundamental para as discursões sobre o racismo no país.

A pesquisadora discorre sobre a colonização europeia, marca histórica que perpétua os lugares de distinção da população branca, em profissões de protagonismo, e do lugar do negro, outrora escravizado, onde seus descendentes sofrem uma série de preconceitos que os marcam em condição de subalternização. Bento também mostra como o capital busca estratégias para aparentar uma sociedade que supera o racismo, porém, a autora salienta através de dados e estatísticas que essas empresas ainda possuem maioria branca em postos de trabalho de destaques, com personagens brancos e masculinos, figuras centrais na perpetuação desse pacto narcísico que impede a ascensão social da população negra rumo a uma sociedade verdadeiramente democrática e equânime.
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Manu 06/08/2022

O pacto da branquitude é um acordo tácito, silencioso que beneficia um segmento (o branco) em detrimento da escravização/exploração do "outro". Tal acordo não é verbalizado e tampouco explicitado por quem se beneficia e se considera o "eu-universal", "não racializado". Afinal, numa relação de poder, dificilmente quem está em posição de privilégio quer abrir mão do mesmo e reconhecer que "os méritos" são fruto, na verdade, de uma herança escravocrata. Por mais que este grupo não tenha responsabilidade pelo ato anti-humanitário dos seus antepassados, que foi a escravização, é importante, que pelo menos, este grupo reconheça que as riquezas que acumulam, não foi fruto de grandes esforços. Mesmo porque, quem permitiu que eles obtivessem riquezas e prestígios foram as escravizadas e os escravizados que perderam suas vidas em razão disso. A Europa, tida como local civilizado e referência de bem estar social, deu início a esse processo de exploração e apropriação das riquezas que não lhe pertencia e ainda hoje, é considerada o berço do Mundo.
A autora, a partir de estudos no mestrado e no doutorado, assim como, diante da sua vivência como psicóloga organizacional pôde observar como o pacto se estabelece sem precisar ser dito. Ele é feito, por exemplo, a partir de seleções para emprego, onde, sob o discurso meritocrático, o que vemos, são pessoas brancas ocupando altos escalões, enquanto as negras, sequer, são selecionadas. Estas pessoas, ainda que reconheçam a necessidade de promover a diversidade no ambiente institucional, possuem um grande medo em serem sucumbidas por pessoas negras altamente competentes. Nestes espaços de poder, figura, principalmente, o homem branco, ocasião em que a autora vem trazer uma discussão sobre a masculinidade branca. Não obstante, não foi surpresa perceber que as mulheres negras permanecem na base da pirâmide, recebendo três vezes menos que as pessoas brancas, ainda que tenham qualificações maiores e melhores. Infelizmente, não nos é suficiente ter diplomas, mestrado, doutorado, pós-doc, especializações, se o pacto da branquitude está sempre imbuído de fortalecer os seus e perpetuar uma herança que não deriva de méritos, mas sim, de exploração. A autora também nos apresenta a branquitude tida como aliada, mas que, infelizmente, em determinados momentos, ela não estará disposta de abrir mão dos seus privilégios para permitir que pessoas negras ocupem seus lugares. A leitura do livro é muito fluída e é possível fazê-la numa sentada. Compreender o pacto como um acordo não dito, mas solidificado, é importante para que possamos ter mudanças significativas se pretendemos, de fato, romper com as barreiras do racismo e das desigualdades sociais.
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Maria 09/06/2023

Para letrar-se sobre raça no Brasil
Cida Bento, num livro bem curto como este, consegue aprofundar questões de grande importância para compreender como o racismo funciona no Brasil atual. Eu sempre vi pessoas citando o termo "pacto da branquitude" e compreendia em até certa medida o conceito, mas é necessário o aprofundamento na questão para que estejamos munidos do conhecimento para conseguirmos reconhecer na prática como essa dinâmica funciona e para irmos contra a ela, ao invés de normaliza-la.
Tem linguagem de fácil entendimento, para diferentes idades, tem exemplos tangíveis para todos e é extremamente informativo, com muitos conteúdos que se entrelaçam e que são citados para enriquecer nosso conhecimento.
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imy@s 26/07/2023

O branco como padrão universal.
livro aborda como a branquitude criou seu espaço e se protege, além de mostrar é importante quebrar esse ciclo.
a branquitude faz com que o branco seja o único padrão bom e razoável a ser seguido e o que fugir disso não é aceito, a autora viaja por diversos temas, assim, sendo possível compreender esse sistema.

leitura 10/10
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