O Continente

O Continente Erico Verissimo




Resenhas - O Tempo e o Vento: O Continente - Vol. 1


302 encontrados | exibindo 61 a 76
5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 |


Rob Guimarães 04/06/2023

Uma obra de puro fascínio!
A obra mistura ficção e realidade, romance e épico, drama e humor, em uma narrativa envolvente e emocionante.
O autor demonstra um grande domínio da linguagem e da técnica literária, criando personagens memoráveis e cenários vívidos. Ele também mostra uma profunda pesquisa histórica e cultural, retratando com fidelidade e sensibilidade os costumes, as tradições e os conflitos da região sul (minha região) do Brasil. O livro é um testemunho da riqueza e da diversidade da literatura brasileira.
O Continente é um clássico da literatura nacional, que merece ser lido e apreciado por todos os que se interessam pela história e pela cultura do Brasil e dos estados do Sul. É uma obra que transcende o tempo e o espaço, e que revela a alma de um povo. Recomendo!
comentários(0)comente



Ana Bellot 01/06/2023

Noite de vento, noite de Érico Veríssimo
A primeira obra da série "O Tempo e o Vento" é espetacular. Sem dúvidas um dos melhores romances nacionais de todos os tempos. Extremamente atual, de leitura fácil e muito instigante. Ana Terra, Rodrigo Cambará, Bibiana, Pedro Missioneiro... todos ganham vida nas páginas desse livro.
comentários(0)comente



Mr. Jonas 22/05/2023

Um romance para todos os tempos
O Continente foi publicado em 1949, abrindo a trilogia que Erico Verissimo denominou O tempo e o vento. Quando lançou o romance, talvez o escritor não soubesse que seriam necessárias três obras diferentes para dar conta do tema que escolhera, mas, quando termina o primeiro deles, já anuncia sua continuação, O retrato, editado em 1951. Apesar de pertencer ao conjunto completado apenas em 1962, quando aparece o terceiro volume de O arquipélago, O Continente têm unidade própria e pode ser lido como livro independente.
A obra divide-se em sete segmentos, sendo que um deles, ?O Sobrado?, emoldura todos os outros. É também o trecho que se apresenta fragmentado, porque a ação narrada não se oferece toda de uma vez, e sim aos pedaços, à medida que o leitor vai avançando no conhecimento da história da família Cambará. ?O Sobrado? corresponde à parte final dessa história, mas tomamos contato com ela em primeiro lugar, a sequência sendo interrompida para o narrador dar ciência do que se passou antes, desde os tempos mais remotos até a atualidade, representada pelo cerco da casa de Licurgo, assunto da moldura em questão.
Os demais segmentos têm teor retrospectivo: ?A fonte? narra a infância de Pedro, o menino que vive numa das missões jesuíticas e assiste à derrota de seu povo; ?Ana Terra? centra-se na vida dessa personagem, desde o encontro com Pedro, agora adulto, até a fundação de Santa Fé, cidade onde ela se radica; ?Um certo capitão Rodrigo? introduz a figura do soldado aventureiro que, com Bibiana, dá início ao clã Terra Cambará; ?A teiniaguá? é protagonizada por Bolívar, filho de Rodrigo e Bibiana, dividido entre o amor por Luzia, que o fascina e deseja sair de Santa Fé, e a obediência à mãe, que quer retê-lo junto às propriedades recentemente conquistadas; ?A guerra? dá conta da juventude de Licurgo, cuja educação é disputada entre a mãe, agora doente, e a avó, dominadora e autoritária; ?Ismália Caré? consagra Licurgo como chefe de família e político emergente, tomando parte nos movimentos abolicionista e republicano. O retrospecto desemboca na situação retratada em ?O Sobrado?, residência dos Cambará, acossada por ocasião da Revolução Federalista, que confronta liberais e republicanos, e confirma a liderança política de Licurgo.
O Continente funde a história de uma família e a história de uma região, o Rio Grande do Sul.
As ações mais antigas passam-se em 1745, quando os Sete Povos das Missões estão sendo ameaçados pela execução do Tratado de Madri, acordo assinado entre Portugal e Espanha que entrega à Coroa castelhana a região colonizada pelos jesuítas. Estes, liderando os guaranis, a quem tinham catequizado e civilizado, recusam-se a cumprir o acordo, de que resulta a guerra.
Em meio a esses eventos, nasce Pedro, que testemunha, ainda criança, a destruição e genocídio de seu povo. As ações mais recentes desenrolam-se em 1895, quando o Rio Grande reparte-se entre os adeptos de Júlio de Castilhos e os de Gaspar Silveira Martins, ocasionando a Revolução Federalista, vencida pelos primeiros.
Entre uma guerra e outra, faz-se a história do Sul; no mesmo período de tempo, Pedro conhece Ana Terra, tem com ela um filho, cuja filha, Bibiana, desposa Rodrigo Cambará. A família Cambará se constitui, cresce, gera descendência e acaba conquistando o poder político e econômico da região. Combinam-se, ao final, as duas trajetórias, sendo ?O Sobrado? o ponto de chegada, conforme uma exposição que se oferece aos poucos, porque entrecortada pelas tramas intermediárias que revelam o percurso histórico.
O cotejo entre presente e passado não resume a construção integral de O Continente.
Entremeando a passagem dos episódios parciais que compõem ?O Sobrado? e cada uma das tramas que relatam períodos da história dos Cambará, Erico Verissimo introduziu trechos narrativos em que o narrador se afasta de suas personagens e conta os eventos históricos. Esses trechos distinguem-se dos demais não apenas por sua forma narrativa, mas também pela aparência gráfica, pois estão impressos em itálico. Sua função é variada: resumem os principais acontecimentos ocorridos entre um segmento e outro; oportunizam a emergência de uma personagem coletiva, que reage, às vezes lírica, às vezes dramaticamente, aos fatos mais importantes, não calando perante os efeitos devastadores das inúmeras guerras e conflitos armados por que passou a Província e que vitimaram sua população; e narram a trajetória de uma outra família, a dos Carés, que responde pelo ângulo popular da formação social do Rio Grande do Sul e que, assim como detém papel periférico na luta pelo poder, ocupa um lugar até certo ponto marginal na estrutura do romance.
O Continente constrói-se a partir da costura de todas essas linhas, segundo um desenho altamente elaborado. Sua estrutura refinada não impede, contudo, a compreensão dos fatos narrados, porque o escritor nunca perde o controle sobre a composição do romance. Graças à maestria com que o elabora, possibilita maneiras diversificadas de entendê-lo, multiplicando as possibilidades de dialogar com ele e apreciá-lo.
Uma primeira maneira diz respeito à abordagem da história do Rio Grande do Sul. Guerras abrem e fecham a obra, narrando as façanhas da conquista do Sul, bem como o processo de ocupação do território e de instalação de uma sociedade civil. As guerras supõem heróis, indivíduos capazes de se sobrepor aos demais e de lutar por causas coletivas. O primeiro deles é Sepé Tiaraju, admirado pelo pequeno Pedro; o último é Licurgo, que resiste à investida dos federalistas e impõe a nova ordem republicana em Santa Fé, cidade onde é prefeito. Entre esses dois pontos, aparecem outras figuras de grande nobreza, como o capitão Rodrigo Cambará, militar audacioso e campeão da causa dos mais fracos.
O Continente, porém, não é obra belicista. Pelo contrário, sublinha o que essas lutas tiveram de sacrifício, de que é sintomática a vida breve de quase todas as figuras masculinas, tais como Sepé Tiaraju, Pedro Missioneiro, Rodrigo e Bolívar Cambará. O teor pacifista da obra manifesta-se a cada passo, seja por mostrar, em ?A fonte?, o genocídio dos guaranis, seja por apresentar conflitos como a Revolução Farroupilha, a guerra contra o Paraguai ou a Revolução Federalista sob o prisma das mulheres, que perderam maridos e filhos, e viram abortar sua felicidade familiar.
Entendendo a história como uma sequência de lutas, Erico Verissimo deseja a paz, mas compreende seu preço. Por isso, o livro conclui com a vitória de Licurgo sobre os adversários, mas o sucesso custa caro, por trazer consigo as perdas contabilizadas nas últimas páginas do romance.
Uma segunda maneira de entender O Continente diz respeito à formação da classe dominante no Rio Grande do Sul. Erico Verissimo atribui-lhe uma origem entre os primeiros habitantes da região, os índios guaranis dos quais descende Pedro, o antepassado mítico capaz de visões premonitórias e que diz conversar com Nossa Senhora; atribui-lhe igualmente um começo histórico, situado em experiência anterior à ocupação portuguesa: os Sete Povos das Missões, pela qual nutre simpatia, dado o caráter cultural e civilizatório dos objetivos catequéticos dos jesuítas.
E fixa para ela um percurso, vinculado primeiramente a atividades nômades e guerreiras, de que são exemplo as ações de Rodrigo Cambará, depois associadas à apropriação da terra, como mostra a história de Bolívar, culminando na tomada do governo, representada pelo trajeto de Licurgo.
Em O Continente, acompanha-se, assim, a ascensão de uma camada social que se formou durante o período colonial, definiu suas atividades econômicas principais durante o período monárquico, mas chegou ao poder somente com a substituição do regime político, que quis republicano. Nas partes iniciais do livro, os seres humanos que constituirão a camada social retratada pertencem aos grupos dominados; mas triunfam no final, ao derrotarem seus opositores e firmarem-se no comando do Estado.
Tal como ocorrera em relação à representação da guerra, Erico Verissimo não se rejubila com essa conquista. Pelo contrário, à medida que os Terra Cambará avançam politicamente, regridem afetivamente. O capitão Rodrigo é o romântico conquistador, que seduz não apenas a jovem Bibiana, mas também o leitor que acompanha suas aventuras; Licurgo, seu neto, é o realista que não comove nem se perturba, caracterizando-se pela frieza das emoções, a mesma que recebe de seu público. Habilmente, Erico Verissimo não criminaliza a personagem, porque seus heróis são conquistadores; mas congela a simpatia, evitando que o leitor se identifique com Licurgo e abrace seus ideais.
As duas histórias que embasam a trama de O Continente são lideradas por homens que lutam nas guerras e combatem o poder até se tornarem parte dele. Suas ações, contudo, não detêm o comando sobre o enredo do livro, dominado pelas mulheres, destacando-se três delas: Ana Terra, Bibiana Cambará e Luzia Silva. Por trás dessas senhoras estão várias outras, enlutadas por efeito das guerras que devastam a região e devoram seus homens, sendo que as vozes delas se manifestam principalmente nos trechos intermediários.
Já se afirmou várias vezes que, em O Continente, a perspectiva dominante é a das mulheres.
Todos os que fizeram essa observação estão provavelmente corretos: não se trata apenas de fortalecer a voz feminina, mas de narrar um romance de conquistas e instalação de uma sociedade machista do ângulo dos perdedores, as mulheres que veem seus filhos e maridos partirem para a luta que os consumirá; que se dobram aos desígnios dos mais fortes; que, apesar de fracas, resistem e garantem a subsistência e o futuro de seus descendentes. Ana e Bibiana simbolizam a persistência feminina, razão por que se convertem não apenas em ícones da história narrada, mas também em alegoria da visão de mundo adotada por Erico Verissimo.
Pacifista e desiludido diante da trajetória dos grupos dominantes que fizeram a história do Rio Grande do Sul e do Brasil, o escritor confere às mulheres a função de representar seu posicionamento. Por ter sido capaz de traduzir a perspectiva da alteridade, que toma forma feminina, Erico criou um romance que ultrapassa o contexto histórico que retrata, mantendo-se permanentemente vivo na imaginação de quem o lê.
PREFÁCIO:
Regina Zilberman
Doutora em Letras pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha, e professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
comentários(0)comente



Iza 16/05/2023

Foi uma looonga jornada pra terminar esse livro mas ao terminar fica aquela sensação de conhecer tão bem os personagens, o lugar, a história... A escrita é sensacional! O modo como o autor passa os sentimentos e pensamentos das pessoas cria uma aproximação no leitor. Uma das coisas mais legais é a maneira tão clara como conhecemos a história da formação do Rio Grande do Sul, como se fosse uma aula de história bem interessante. Posso dizer que essa é uma das obras que reafirma o gênero de ficção histórica como meu favorito!
comentários(0)comente



dudis 09/05/2023

Noite dos ventos.. noite dos mortos
Leitura muito tensa e pesada!! Mas é maravilhoso entender a guerra do meu povo chamado Viamão. O final fiquei um pouco sem entender quem é fandango e aquela mulher que glorifica o bento.
Ana Terra eu te amo mulher!!
comentários(0)comente



Bi 01/05/2023

Muito bom, vou ler os próximos. Érico meu autor brasileiro favorito.Bastante personagens, mas leitura fácil
comentários(0)comente



Vini 29/04/2023

O Continente Vol 1
Por que nunca li Erico Verissimo antes?? Comecei a me perguntar isso já em meio à leitura desse capítulo marcante de ?O Tempo e o Vento?, principal obra desse autor tão renomado. As histórias presentes nesse livro fizeram parte da minha educação literária, de forma que foi uma agradável surpresa retornar à essa ambientação.
Adorei acompanhar as histórias de personagens tão marcantes como Ana Terra, Capitão Rodrigo e Bibiana. Ansioso por acompanhar a história completa dos Terra Cambará por todos os tomos dessa deliciosa trajetória.
Livro favorito da vida, com certeza!
Cadmo 29/04/2023minha estante
Maravilhoso demais e como ja comentei contigo tbm um favorito da vida????




Gio 24/04/2023

Emocionante
A escrita de Erico Veríssimo é avassaladora, te prende do início ao fim. Que maneira incrível de conhecer a história de uma região do Brasil, com sua colonização, povoamento, revoltas e guerras!
Quanta riqueza, tristeza, beleza em 400 páginas de história!
Ana Terra é talvez uma das maiores personagens femininas da literatura brasileira. Uma mulher que sofreu o pior da vida, mas que lutou pra sobreviver e criar o filho. A história da Ana foi a que mais me emocionou.
Gostei muito também de como o livro intercala entre passado e "presente", você fica ansioso pra saber o que vai acontecer com as pessoas do Sobrado ao mesmo tempo que quer entender o passado dessa família.
Ansiosa pra pegar o próximo volume.
comentários(0)comente



Anna Paixão 22/04/2023

Há algum tempo desejei fazer a leitura dessa saga brasileira. E o dia de iniciá-la finalmente chegou.
Eu esperava gostar da narrativa mas não imaginei que seria tanto! As personagens femininas são maravilhosas em suas trajetórias , Ana Terra e Bibiana ganharam meu coração.
A obra foi muito bem escrita, com riqueza de detalhes históricos, personagens bem construídos e nem de longe rasos. Estou ansiosa pela continuação.

?Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando?.
comentários(0)comente



Yandra.Ribeiro 21/04/2023

Amor ? Sofrimento
Todo mundo desse livro que se apaixona sofre, não é possível, se dá certo o cara morre ou acontece alguma coisa. A história da Ana Terra é muito triste de vdd, muito sofrida, quase chorei. Esse livro curou minha ressaca literária, por mais que eu tenha reclamado para ler.
comentários(0)comente



Andreia.Britez 21/04/2023

Emocionante do início ao fim
Quando criança lembro de ver pelas chamadas da TV a história de "Um certo Capitão Rodrigo" mas depois cresci e nunca havia pensado em ler a saga de Érico Veríssimo.

Para minha alegria, meu caminho cruzou com o da @falafernanda e, por sua curadoria, fui levada para esse universo fabuloso.

A primeira parte do Continente é absolutamente emocionante e não vejo a hora de continuar essa história.

Leitura obrigatória ??????????
comentários(0)comente



FláRocha 16/04/2023

Que história!!
Foi a literatura que me fez gostar de História. E que forma magistral Érico Veríssimo usou para contar a história de formação do Rio Grande do Sul. Impossível não ficar completamente obcecada pela família Terra Cambará. Esta foi apenas a primeira parte da saga de 200 anos desta família, contada em O Tempo e o Vento. Não vejo a hora de começar a parte 2!!
Apenas leiam!
comentários(0)comente



arlete.augusto.1 01/04/2023

Magistral
Já tinha lido outras obras de Érico Veríssimo e gostado muito, em especial de Incidente em Antares, uma história bem irônica e incrivelmente atual (este país que caça o próprio rabo, rs). O Continente, que contém os dois primeiros livros da saga de O Tempo e o Vento, é muito diferente, uma leitura seca, dura, com personagens fortes, marcantes, como a vida difícil que levam num ambiente hostil, marcado pela violência, pelas muitas batalhas, batalhas pela vida, pela terra, pelas ideias, pelo próprio direito de existir, fora as guerras propriamente ditas, que me fez pensar sobre como a própria geografia influencia diretamente a história de um povo. Não posso dizer que gostei das personagens, mesmo o Capitão Rodrigo, é uma personagem que você ama e odeia, mas a história é contada de forma magistral, impossível não ler até a última página e ansiar pela continuação; fora o muito que aprendemos sobre o gaúcho, sobre o RS e sobre o Brasil, esse país tão grande e tão diverso, como se fôssemos nações completamente diferentes, obrigadas a conviver num conjunto.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
Lelouch_ph 26/03/2023minha estante
Amo demais Continente um e dois são obras primas brasileiras. O problema é o resto.




Juliana 23/03/2023

Eu lembro de uma época que eu era muito nova e encontrei um livro chamado "arquipélago" e li ele todinho na biblioteca e no fim eu descobri que tinha muito mais antes daquela história. Hoje, depois de anos, eu finalmente conheci e pude ler a história de onde tudo começou.
E é maravilhosa, não vejo a hora de ler a segunda parte!
comentários(0)comente



302 encontrados | exibindo 61 a 76
5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR