Maira Giosa 05/09/2021Nunca antes tinha lido um livro de Rachel de Queiróz e fiquei muito feliz de ter começado com este As Três Marias. Embora não seja o livro de maior sucesso da autora, sua escrita é de uma leveza e simplicidade brutais. Mas não é por ser simples que deixa de ser extremamente cativante e bonita. É, aliás, justamente por ser tão direta e sem rodeios que o enredo seja tão eficaz. Muito mais difícil do que escrever complicado é escrever de maneira simples e suscinta. Tanto é assim que essa característica foi elogiada por ninguém menos do que Mario de Andrade, que assina uma crítica do livro nesta bela edição da Tag.
Como já dizem os bons escritores, "menos é mais" e aqui é muito mais. Rachel nos transporta ao internato, à vida pacata no interior do Ceará, e à agitação da cidade grande (Rio de Janeiro). E vai além, nos transporta ao corpo e ao coração de uma jovem das décadas de 30 e 40. Pude imaginar minha avó e minha mãe, que moraram em Minas Gerais durante bom tempo.
Simples e bonito, sim. Quem dera eu ser capaz de passar tantos sentimentos e ideias com tão poucas palavras. Um talento, de fato.
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