Resenhas - Sertãopunk

Léo 04/11/2022

Promissor, muito promissor!
É um pequeno ensaio sobre um novo gênero que nasce da vontade de colocar o nordeste no protagonismo da literatura distópica, mas com o tempero e a localização regionalista.

Na primeira parte vemos um preâmbulo que mostra as inspirações e a que se propõe Sertãopunk. Coronelismo, religião, o próprio clima e o bioma, aqui, são como elementos extras de cenário que dão profundidade ao mundo.

Na apresentação, temos dois contos; Um clássico noir (com tempero Sertãopunk) trazendo as camadas de poder regional do coronelismo. Já o segundo, bastante psicodélico, narra alucinações de um homem que vê as mudanças na sociedade ocorrendo por conta da tecnologia, misturadas com tensões políticas e independência de estados do nordeste, com moedas e cotações independentes. Aqui vemos uma referência da religião e um "elogio da loucura" singelo, mas genuíno.

Fiquei com vontade de ler mais.

Definitivamente vale a pena.

Millene 05/05/2021

Foco no Nordeste
Eu já tinha ouvido falar nesse gênero literário mas é a primeira vez que leio. Me impressionou bastante pela criatividade.

O livro é separado em 2 partes. A primeira são artigos explicando sobre o Nordeste e como foi a origem do gênero Sertãopunk e a relação com afrofuturismo e vários fatores históricos e religiosos. Mas é o básico mesmo, é tanta coisa que até fiquei meio perdida. Mas ai se o leitor quiser saber mais, pesquisa.

Eu fiquei meio decepcionada porque só foram 2 contos. Um totalmente diferente do outro e igualmente criativos

O primeiro é mais policial. Existe um assassinato em uma faculdade de Ciências, existe até tecnologia pra falar com planta e eu achei isso incrível! Ai a história toma outro rumo quando conhecemos a vítima.

O segundo é bem estilo sonhos malucos, você ta acordado? Você ta sonhando? E o final surpreende.

Por serem contos não da pra falar mais sem dizer spoilers. Vale muito a pena ler.
Eu não me importaria se tivessem mais páginas pra incluir mais contos

Lethycia Dias 10/05/2021

Outra forma de ver o futuro
Desde que soube da criação do Sertãpunk enquanto movimento literário, fiquei curiosa para ler este livro e entender o que seus autores propõem para a literatura brasileira com suas histórias. No mês passado, reservei um tempo para ler este livro, e, apesar de já saber um pouco do que esperar, fui surpreendida pelo que encontrei.
O livro é composto por artigos que fundamentam o movimento Sertãpunk, definindo suas características, além de dois contos escritos por Alan de Sá e G. G. Diniz que apresentam a quem lê o futuro projetado por seus autores.
A proposta desse movimento é a de escrita e publicação de histórias que imaginam um Nordeste do futuro, com um olhar bastante crítico sobre as desigualdades sociais e estruturas de opressão que existem no Brasil e no Nordeste, respeitando a pluralidade cultural, étnica e religiosa da região e sem dar espaço aos estereótipos xenofóbicos que predominam em outros subgêneros de ficção especulativa que também imaginam o futuro do nosso país ou de partes dele. Gostei muito de como os artigos expõem essa visão e a necessidade de que escritores nordestinos sejam os protagonistas desse movimento.
Os contos que fazem parte do livro, chamados "Os olhos dos cajueiros" e "SCHIZOPHRENIA", dão uma ótima amostra do que é o Sertãpunk. Para mim, que não estou habituada a ler ficção científica ou histórias futuristas, foi uma descoberta muito boa e interessante, e com certeza lerei mais histórias de seus autores no mesmo estilo.

site: https://amzn.to/3bjeQgF

Vilamarc 02/05/2022

Bom...
Gostei mais dos contos do que do manifesto literário.
Os dois contos são inteligentes e surpreendentes. Me fizeram viajar legal. E têm uma aura muito positiva, como bem dito que se pretendem utopias e não distopias.

luiza lima 29/12/2020

É um livro curtinho e rápido de ler. Os manifestos são bem interessantes, e é importantíssimo ouvir as vozes de pessoas nordestinas sobre o tema e como elas se sentem com obras que abordam sua região e costumes contadas por pessoas que não estão inseridas no contexto sociocultural nordestino.

Os manifestos são bem explicados e estruturados, mas acabaram se tornando um pouquinho repetitivos pois são os três autores falando basicamente as mesmas coisas. Me pergunto um único texto de manifesto assinado pelos três não teria sido uma solução melhor.

Os dois contos são bem legais e deixaram um gostinho de quero mais!

Leticia.Machado 22/01/2022

Um livro curto que nos apresenta o movimento literário sertãopunk e suas caracteristicas. Achei o solarpunk e suas possibilidades narrativas em uma utopia o mais interessantes, assim como o conto de G. G. Diniz me pareceu mais legal e uma ótima premissa para um livro onde o mistério do conto tivesse um desfecho.
Já o conto de Alan de Sá, mesmo sendo um ótimo conto que também apresentou uma ótima possibilidade que poderia ser explorada em um novo livro, me deu uma certa agonia.
No geral o sertãopunk com seu solarpunk prometem grandes e ótimas produção literárias.

Inês Montenegro 08/08/2020

"Já não é informação nova a falta de representação, ou a representação mal conseguida, que ocorre na literatura (e na arte em geral) de determinados grupos, usualmente mais marginalizados. Não é também de agora que esses mesmos grupos têm agido de modo a contrariar essa tendência; no entanto, a aceitação em ouvir o que dizem é-o. O movimento Sertãopunk nasce dessas turbulências: uma reacção à representação estereotipada da região do Nordeste na literatura e na arte brasileiras. Concebido e trabalhado por nordestinos, o (sub)género pretende-se mais ajustado à realidade que vivenciam e vêem vivenciar, ao mesmo tempo que se abre a futuros contributos. Sertãopunk: Histórias de um Nordeste de Amanhã pretende-se não como uma tábua de mandamentos, mas como uma pedra basilar, apresentando os elementos, as intersecções, e as influências do género em quatro artigos desenvolvidos por G. G. Diniz e Alan de Sá, e na introdução do organizador Alec Silva. É, portanto, um movimento literário propositado, nascendo já de um objectivo específico.
A obra não é apenas teórica, sendo ainda composta por dois contos, os quais estreiam o género. Seguem, deste modo, as opiniões a cada: (...)"

Resenha completa em:

site: https://booktalesblog.wordpress.com/2020/08/08/sertaopunk-historias-de-um-nordeste-do-amanha-vvaa/

Sue 25/07/2021

Expande nossos conceitos!
É comum vermos a associação de secas e sofrimento em relação à nossa região nordeste. O que não é uma mentira, mas não é uma verdade inquestionável. Para nós que vivemos aqui, sabemos que somos bem mais que sofredores de pele queimada pelo sol. Temos uma cultura rica, vários sotaques e cores diferentes.

Em Sertãopunk, os autores trazem pra gente em artigos uma crítica a essa forma esteriotipada que sempre pintam de nós nordestinos em várias obras. E não só o fazem bem, como trazem também novas ideias e perspectivas de enredos com representatividade e uma ambientação mais verídica em relação a nossa região.

Ao final, dois contos exemplificam todo o conteúdo informativo inicial e nos mostram como é possível uma visão futurista do nordeste, sem cair no esteriótipo que as mídias sudestinas e sulistas criaram pra nós. Relembrando nossas raízes e questionando nossos problemas sociais, finalmente condizentes com nossa realidade e vivências de nordestinos de verdade.

Em relação aos contos, acredito que podiam ter sido mais aprofundados em certos pontos, mas compreendo a proposta. Que mais autores nordestinos possam criar obras e explorar essa temática tão incrível! ?

Rani 15/09/2020

Grande feito nordestino
O livro traz alguns pequenos artigos sobre o movimento sertãopunk e reflexivos sobre como o nordeste é percebido e retratado quase sempre por sudestinos e de forma inverídica. Num segundo momento temos dois contos maravilhosos com muita ficção científica, confesso que o segundo me deixou mais curiosa que o primeiro mas ambos são muito bons

Matheus 26/09/2020

Pensar em Nordestes
Encontrei o livro por acaso, o li, também, por acaso. A proposta de um Nordeste futurista, construído pelo próprio Nordeste, é necessária e demonstra que estamos pensando em amanhãs no lado de cá do Brasil. Os primeiros textos, pelos quais os autores apresentam o gênero literário Sertãopunk me chamam atenção pela ousadia e pelos caminhos que são abertos. Por fim, o que mais me fascinou é que o livro é um manifesto, um manifesto para pensarmos Nordestes, e não um Nordeste único, feito de seca e cangaço somente.

may 10/06/2021

"Ele se adaptou ao medo. E gostou."
Os artigos sobre o movimento são interessantes e muito informativos, dando uma boa ideia da motivação e das inspirações para o movimento sertãopunk, principalmente se você pensa em escrever algo com esse cenário de pano de fundo.

Sobre os contos: Eu fiquei meio decepcionada porque só foram dois. O conto de G. G. Diniz tem um final muito abrupto, e apesar de entender que alguns contos foram feitos para serem apenas contos, acho não é o caso desse, que de distópico mesmo só tem a ambientação. O segundo conto me interessou um pouco mais, mas não entendi muito bem o que se passava com o protagonista - se algumas coisas que ele via era fruto do seu transtorno mental ou uma invenção futurística. Também não sei se a representação meio "cinematográfica" é bem vista, mas prefiro não comentar por ser leiga no assunto.

Arminda 08/01/2022

Leitura bem interessante. É curtinho e traz uma nova visão sobre o Nordeste, não é mais do mesmo, é uma proposta de abordar a pluralidade e diversidade que aqui encontramos. Além disso, traz possibilidades, futurismo, otimismo, suspense, tudo de forma a proporcionar abrangência e representar, de fato, a não uniformidade que o Nordeste é, mas por muito foi a única faceta representada e vista.

Carla 04/07/2021

Cara, esse livro tinha tudo pra ser incrível. Eu gostei muito da forma que explicaram a temática e tudo mais. Mas na hora de ler os contos, parece que não conseguiram executar bem as ideias. O primeiro, na minha opinião foi bastante bom. Mas fiquei bem decepcionada com o segundo.

Ana Paula 14/01/2021

Gostaria de que tivesse mais contos
O livro apresenta de forma rápida e eficaz o movimento. Achei os artigos muito bons e suficientes, apesar de haver críticas relativas a isso, na minha opinião eles cumprem bem o seu papel. Em relação aos contos, gostaria de ter uma maior variedade para ilustrar realmente o gênero, sem deixar brechas para mal-entendido. Mas mesmo assim, recomendo a todos que queriam conhecer o Setãopunk.

Arsantes 11/01/2021

Interessante
Achei a proposta interessante, mas os contos não me atraíram.