Luis 21/01/2018Um universo interessante, mas pouco cativanteCarbono Alterado foi meu primeiro livro do Desafio Literário de um grupo que participo no Skoob, onde para o mês de Janeiro estava definido um SCIFI.
O livro inicia-se com a apresentação do personagem principal, Kovachs em um apartamento no Mundo de Harlan com sua companheira (Alguém que pelo que senti, ele tinha um desejo, porém não ficou claro se era um relacionamento mesmo, ou era um amor não declarado ainda) quando são "mortos" em uma ação policial que visava prende-los. Digo mortos entre aspas, pois esta ai um dos pontos interessantes deste romance: a morte não é mais o fim.
A morte real mesmo é definida nele como apagamento, pois diferente disso, certa tecnologia prende a consciência das pessoas em um implante, que depois que a capa(corpo que ele esteja habitado) morra, possa passar para outra capa. Porém essa tecnologia de reencapamento não é algo acessível a toda a população, ou seja, os mais ricos vivem para sempre, enquanto os demais vivem o q seus recursos podem pagar, e as vezes são encapados provisoriamente para eventos em família. Deixo aqui uma colocação do livro que achei interessante sobre a morte
"Pobre Morte, não mais à altura poderosas tecnologias de armazenamento e recuperação de dados que o carbono alterado reuniu contra ela. Antes vivíamos aterrorizados com a sua chegada. Agora flertamos ultrajante com sua dignidade sóbria, e seres assim não vão deixá-la usar a entrada dos empregados"
Mostrando que antes temida, naquele ambiente ela era só um contra tempo, uma alternativa de mudança...
Voltando, A sequencia do livro presenta Kovachs sendo contratado por um grande magnata para investigar sua morte, que a policia local teima em tentar convence-lo que foi suicídio...
Com essa premissa, o desenrolar da trama fica cada vez mais cativante. Com os momentos em que ele esta em busca de pistas para satisfazer a curiosidade e desejo da verdade deste Matusa(Forma que o autor define os magnatas que nunca morrem, e não morrerão).
Até este ponto estava bastante empolgante, a ponto de eu não conseguir largar o livro... Mas então teve o "plot twist"...
Tive muita dificuldade em me prender a algumas coisas, a ponto de ficar perdido em certas partes. Fiquei na esperança de que no fim, essas pontas soltas pela nova perspectiva da trama fizessem valer a pena essa baixa na qualidade do livro.
O fim foi OK, não foi ruim, mas também nada espetacular, com direito a um único Capitulo de 15 paginas no máximo para o climax...
Foi uma boa leitura, mas muito distante da expectativa que criei quando li a sinopse. Porém por ser seu primeiro romance, acredito que outras obras deste autor possam superar e quem sabe, retirar essa má impressão que ficou de que, boas ideias ele tem, sabe como começar, mas se perde no meio do caminho.
PS: Quero destacar esta colocação de cultura feita pelo autor, que me cativou bastante.
"A Cultura é como um nevoeiro de poluição. Para viver dentro dela, você tem respirar um pouco e, inevitavelmente, ser contaminado. E, de qualquer maneira, o que ser livre significa neste contexto?"
Sendo assim, finalizo minha resenha, com o seguinte dizeres: Leia como uma distração, mas não espere uma grande obra.