A paixão segundo G. H.

A paixão segundo G. H. Clarice Lispector




Resenhas - A Paixão Segundo G.H.


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nxcecvx 29/09/2023

Vi uma barata e escrevi um clássico
Eu vi. Sei que vi porque não dei ao que vi o meu sentido. Sei que vi - porque não entendo. Sei que vi - porque para nada serve o que vi. Escuta, vou ter que falar porque não sei o que fazer de ter vivido. Pior: não quero o que vi. O que vi arrebenta minha vida diária. Desculpa eu te dar isso, eu bem queria ter visto coisa melhor. Toma o que vi, livra-me da minha inútil visão, e de meu pecado inútil.
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Fuzue 29/09/2023

A coisa neutra de G.H.
O estranhamento. O vazio. O neutro. O transcender.
Clarice Lispector consegue encaminhar o leitor para algo além de uma leitura, uma experiência epifânica. G.H., protagonista e única personagem do livro, pode ser ou tornar-se quem lê.
O fluxo de consciência de G.H. é o fluxo de consciência em que Clarice guia o leitor. O estado em que G.H. termina sua carta é o estado em que o leitor termina sua leitura. Ambos encontram-se em igual atualidade.
Não é ambíguo, é neutro.
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Paulina2 28/09/2023

Consciência profunda
Essa foi minha primeira leitura da Clarice, e também a primeira leitura que o livro se passa somente nos pensamentos do protagonista.
Achei um pouco confuso mas gostei muito da vibe que esse livro passa, conseguimos ficar exatamente na mesma situação que a GH está!
Me identifiquei em alguns trechos e gostei de muitas reflexões que ele me proporcionou. Já quero conhecer mais obras dela!!
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Renata1004 28/09/2023

Ambíguo. Reflexivo.
Eu não sei dizer muito bem o que achei do livro. Fazia muito tempo que não lia Clarice e até entrar no ritmo e começar a entender melhor todo aquele flow de pensamentos demorou?

Uma coisa incrível e inegável em ?A paixão segundo G.H.? é o poder da escrita e a forma de se expressar de Clarice Lispector. Seu apartamento se torna um portal para muitos questionamentos ficando em aberto a quem seria, se a ela mesma, a sociedade, aos amigos, a natureza, a algum amor ou ao simples fato de existir e sentir. Ou tudo isso junto e mais um pouco.
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Bernardo111 28/09/2023

?
Certeza que é um daqueles livros que vc ama ou odeia!
O que a Clarice faz aqui é mágico, é intenso é desconcertante, te faz sentir na mente da protagonista o tempo todo.
Profundo, definitivamente não é uma leitura leve. Como Clarice disse, leia se for uma ?pessoa de alma já formada?.
Não sei se tenho uma alma já formada, mas gosto de pensar. E gosto de me aventurar nas complexidades da mente humana.
Sinto que quanto mais reler esse livro, mais ele vai ser significante e proveitoso
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Pedro3906 26/09/2023

"[...] não sei ainda como me consolar da verdade."
Com todo respeito não entendi esse livro, emprestando termos que Clarice usou em Uma aprendizagem, humildemente tentei lê-lo e de início cogitei soberbo ser eu criatura de alma formada. Eu, que me espanto com qualquer coisa, com a mediocridade. A impressão que me dá é de necessidade sincopada ao ritmo e somente se absorve quando mergulhamos no livro, e não ao ler. Só que o fim sempre justifica os meios e como todo fim de Clarice ? que é nada mais do que renascimento ao invés da pós-morte ? despenquei na linguagem crua e alguns parágrafos tocaram feridas abertas, chagas estas de tratamento reconhecível e no entanto ilusório, desconhecido.

Ainda iniciante e primário na obra da autora, consigo perceber meandros de suas fases e este sendo dos anos 1960 diz mudamente por de lá ser. Não sei, acho que ela descobriu a vida na natureza sólida de Uma aprendizagem, A paixão e creio outros trabalhos e, mesmo vívida, é desconexa dos demais trabalhos. Se algum desafortunado ler as minhas palavras e puder relatar se Um sopro de vida possuo traços similares com Uma paixão, ficarei tocado (de nada lembro). Porque ela me ensinou o sujo e agora me cobra o limpo, tive de assustar-me com Macabéa e ser invadido e nunca mais desocupado, e mesmo que faça sentido o coração neutro da coisa, o estado de graça e a paixão furtivamente se encaixam na vivência dos inquietos. Me falta coragem e determinação humana com algum leve despudor em troca do segredo da vida, da junção (se é que ela existe, pois desconfio que não) siamesa de diferentes escritos de Clarice. Nada mais posso dizer, deixarei fragmento de anotações que fiz durante a leitura. Amém para nós todos.

"Começo a sentir desconforto sobre citações do livro, parece-me que ele me atinge e eu não vejo, que ele toca as atitudes insossas que levo como verdade absoluta. Não posso admitir por enquanto porque significaria abrir-me ao mundo visceral e não aguento, estou ocupado demais para aguentar.

Talvez me assustasse com o livro se Clarice fosse direto ao ponto ao invés dos rodeios e metáforas que de nada captei, mas se me contentasse do caminho, o qual eu tenho filosofia própria de perdição absoluta ao invés da linearidade ensopada de tirar carta por carta e revelar-lhe, mantivesse o corpo e a filosofia na antiga perdição, na mentira que acreditei."
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Maria14065 22/09/2023

Quando eu li A Paixão segundo G.H. pela primeira vez, eu estava no ensino fundamental ainda. Era uma menina de 13 ou 14 anos. Li logo após ler A Hora da Estrela e me lembro de ter ficado um pouco confusa por conta do formato diferente de romance.

Li novamente esse ano e considero essa a leitura de verdade. Continua o mesmo livro, a mesma leitura de epifanias e você imerge dentro do dom da escrita introspectiva de Clarice Lispector. Eu já não sou mais a mesma desde a primeira vez que li, e acho que os livros de Clarice se encontram de fato aí. De serem reflexivos e presentes para toda etapa da vida. Hoje, entendo bem mais os pensamentos confusos de G.H. e até mesmo os de Clarice quando escreveu essa obra.
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Lorenzo9 22/09/2023

Sensacional!!!
Pra mim o melhor da Clarice junto com uma aprendizagem ou o livros dos prazeres,nesses ela foi perspicaz não vou adentrar na sinopse do livro que aparenta ser bem simples mais não fiquei impressionado como cenas tão banais se transformam em coisas grandiosas ( a exemplo a situação da barata)eu achei muito profundo e intenso levei uma surra que não esperava levar!!!primoroso!!!!
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Gabriela2500 19/09/2023

Tudo e nada ao mesmo tempo?
Fico perplexa em como a Clarice pode abordar assuntos de uma profundidade tamanha, em temas sem nexo algum, como uma barata. Nesse livro ela trouxe pensamentos que eu jamais teria se não tivesse os lido, ela trouxe sentimentos que eu jamais sentiria se não tivesse me aprofundado na leitura. Esse livro foi surpreendentemente bom, foi cativante! Para aqueles que gostam de uma leitora profunda e poética, esse livro é perfeito!
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Bernardo.Esmanhott 18/09/2023

Amei?
Eu não sei o que dizer sobre... até então eu só tinha lido "A hora da estrela" da Clarice, cujo é um livro perfeito, mas sendo sincero, não senti um ânimo para ler o Paixão segundo G.H
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simplesane 18/09/2023

Eu acho tão belo a forma poética em que a Clarice desenvolve em todos os seus trabalhos, realmente fiquei contente e fixada em seus versos. Me senti apaixonada novamente pela escrita dela, e sinceramente ter me aprofundado nela só me faz feliz.
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TamirisCrepalde 18/09/2023

Abrir mão de quem e do que se é
Demorei muito mais do que esperava para terminar este livro, e nem por isso poderia negar tua profundidade, pelo contrário. Precisei de calma e tempo de qualidade, pois Clarisse nos desafia a ver além das linhas escritas. Nada é óbvio, tudo é subjetivo e com o tempo toda subjetividade se completa.

Os conflitos a que se colocou G.H. ao refletir sobre uma vida vivida de aparências a ponto de se esquecer sua própria essência chega a ser paupável e é atemporal. Seja em amor romântico, seja em vida social e familiar, estamos sempre sendo compelidos a modificar nosso jeito de ser para nos encaixarmos. Perdendo aos poucos o que nos faz nós mesmos para ser parte de um todo. Inclusive nos tornando parte de construções sociais que vão contra nosso próprio entendimento do que seria correto.

Ao mesmo tempo, confesso que, com minha base espiritualista, não pude não associar os conflitos internos de G.H. com a busca pela evolução espiritual em direção ao amor definitivo. A não-pessoalidade, a despersonalização é, segundo a Doutrina Espírita, a chegada da vida em si. Por meio de reencarnações sucessivas enfrentamos desafios sem ter consciência que nós próprios os escolhemos. Vamos construindo uma pessoalidade por meio de trajetórias infindáveis para, no final, desistirmos de quem nos tornamos e tornarmos parte do todo que é Deus.

Seja na vida terrestre, seja na vida espiritual, estamos sempre nessa busca de pertencer, de ser parte, de ser aceito e de ser amado. De ser necessário. E nos dois casos precisamos desistir do que somos.
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Nicole.Avancini 13/09/2023

Um livro sobre? nada?
é incrível a habilidade de Clarice para escrever livros sobre? nada? e ao mesmo tempo sobre tudo. é difícil delimitar o tema específico desta obra, resumir em uma frase o que ela explora nessas mais de 200 páginas, mas é mesmo necessário que a literatura tenha um objeto único? só romances são válidos? pode-se dizer que o objeto de análise melhor identificável nessas páginas é uma barata, que a narradora personagem mata e depois se arrepende. e depois pensa em comê-la. mas entre todas essas atitudes, há longas reflexões sobre a existência, suas dores e seus prazeres, descritos com a mais bela maestria de uma artífice da linguagem. é uma obra que se assemelha a produções de autores existencialistas, como Sartre, por conta do modo de tratar e relatar o tédio e a náusea. mas ela se diferencia pelo fato essencial e indiscutível de que Clarice devota-se unicamente à literatura. à arte da palavra. sem argumentações lógicas, sem explicações minuciosas de suas máximas, apenas o delicioso fluir das descobertas mais poéticas acerca da vida, em forma de prosa.
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Gisa 11/09/2023

Paixão segundo G.H
A paixão segundo G.H é um livro complexo e genial. O livro começa com a personagem G.H entrando no quarto onde sua antiga empregada ficava, com o objetivo de arruma-lo. Ao entrar ela se depara com uma barata e a partir daí o livro continua com a G.H tendo várias reflexões e descobertas sobre si mesma. O livro é ótimo, porém eu terminei ele com um pouco de tristeza, pois sinto que deixei de compreender muitas coisas.
Lane 11/09/2023minha estante
Nunca li esse, mas, se tiver interesse, Isabela Lubrano do canal "Ler antes de morrer" tem lives e resenha sobre este livro. Ela costuma explicar termos e contextos em seus vídeos.


Gisa 11/09/2023minha estante
Obrigada pela recomendação, eu vou visitar o canal dela. ?




Pêssego 10/09/2023

?O mundo independia de mim ? esta era a confiança a que eu tinha chegado: o mundo independia de mim, e não estou entendendo o que estou dizendo, nunca! nunca mais compreenderei o que eu disser. Pois como poderia eu dizer sem que a palavra mentisse por mim? como poderei dizer senão timidamente assim: a vida se me é. A vida se me é, e eu não entendo o que digo. E então adoro?

Eu gostei do livro, mas o final foi bem nojento e inexpressivo, do que o livro se fala
Uma carta de amor?
Uma carta de despedida do mundo?
Toda paixão é uma cerimônia de adeus
O fim do romance.
O fim de uma paixão.
O fim da literatura. O fim do próprio fim.
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