thai 29/05/2023
Jovem de espírito
Ainda, ouso dizer, sem a formação de alma sugerida pela autora aos escritores, embarco na paixão, adentro na G.H e mergulho em Clarice desnuda de muitas coisas.
Perdendo-me de modo existencial ou de modo literal, visto as divagações extremamente complexas propostas por uma alma atormentada pelo vazio de si mesma, leio G.H como uma criança juntando suas primeiras sílabas. Com partes que me tocam, me interessam e me fazem sentir, porém, também, com aquela sensação interna de que nem tudo faz total sentido algumas vezes.
A sensação de precisar ler e reler uma obra para entendê-la melhor, desde pequena, me traz um desgosto necessário no âmago. Ainda que necessário, minha ansiedade emocional me transporta para locais sombrios em que penso ser a minha insensatez causa primordial para a confusão. O tempo, Clarice e a vida em si, no entanto, melhores remédios para cabeças e corações feridos, me dizem com todas as palavras: Espera, criança, que a lucidez vem com a experiência.
Eu, bebê, espero.