Perto do coração selvagem

Perto do coração selvagem Clarice Lispector




Resenhas - Perto Do Coração Selvagem


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Arthus.Mehanna 22/03/2024

Tudo, tudo
Arte da escrita excepcional!
A construção e desenvolvimento da personagem principal criou uma conexão e intimidade ampla e múltipla comigo.
Acompanhar Joana, através do fluxo de consciência, é libertador, inquietante e complexo.
A mulher-não-mulher, o tudo tudo que traz a dor e liberdade de sentir intenso, alegria que se confunde com o turbilhão sensorial e ao mesmo tempo frio de Joana. Múltiplas cronologias se sobrepõem na experiência da personagem, unindo cada momento à infância e ao futuro e, como surpresa, ao nada de tempo algum.
A busca pela intensidade de viver internamente de si para si, ou em desconexão e negação de si mesma, intercaladamente em espiral, inunda Joana do bombardeio da própria mente e em seguida esvazia-a. Livre para inventar e também ater-se à sua prática de vida, Joana ganha de Lispector a reflexão primordial de sua criatividade, perturbação e desalinho com a realidade comum.
Sara.Chagas 22/03/2024minha estante
Clarice...


Sara.Chagas 22/03/2024minha estante
Indico o meu preferido dela "Um sopro de vida" é magnânimo como toda a obra dela e ela própria.


Arthus.Mehanna 22/03/2024minha estante
Muito obg!




Rafael1878 22/03/2024

A linguagem do livro achei um pouco complicada. Tinha mais expectativas e acabou se tornando um livro chato pra mim.
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Iaiá 21/03/2024

Primeiro romance de Clarice
Perto do coração selvagem é uma obra prima da literatura brasileira, principalmente contando com o seu teor revolucionário para com a época de escrita da obra. Clarice Lispector é gênia em seu primeiro livro, escrito quando só tinha 22 anos. Em perto do coração selvagem, Clarice usa e abusa do fluxo de consciência, levando o leitor para dentro da cabeça, por vezes confusa, da protagonista do nosso romance de formação, joana, caminhando sobre a linha temporal da vida da personagem, mesclando acontecimentos com lembranças por meio do impecável fluxo de consciência construído pela autora.
No final digo que, perto do coração selvagem, é um livro que te faz refletir, pensar. É uma obra densa e complexa, que, eu, realmente acho não ter compreendido por completo nessa primeira leitura e será preciso de pelo menos mais uma ou duas para ter plena certeza do que é a contrução dessa literatura. Mas, isso não tira o fato da genialidade de Clarice ao escrever, muito pelo contrário, somente edifica o trabalho de uma das maiores autoras da literatura brasileira.
Leia perto do coração selvagem preparado para sentir a emoção e pensar acerca do sentimento, mesmo não sendo fácil.
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Gabi 21/03/2024

Mais um livro que prova que não há ninguém que consegue apresentar uma protagonista de forma tão íntima, intensa e profunda como a Clarice. É como se estivéssemos dentro da cabeça dela, pensando como ela e vendo como ela - o problema é acompanhar, já que ela é a efemeridade em pessoa.
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pedronaosabeler 21/03/2024

Coisas que apenas Clarice consegue fazer
Nem sei se tem como começar a falar sobre esse livro de algum jeito especifico. Tem sentimentos que eu nunca imaginei que alguém poderia descrever e expressa-los na escrita, pois bem, a Clarice conseguiu. É uma obra dotada de uma significação de momentos efêmeros.

É sobre acompanhar essa jornada de Joana, acompanhar ela se afastando aos poucos daquela zona onde as coisas têm forma fixa, onde tudo tem um nome sólido e imutável. Cada vez mais se afundando na região líquida, quieta e insondável.

Joana é uma mulher peculiar, um animal estranho posto no mundo, e suas divagações... são as mais sinceras possíveis.
"Joana sorria, mas não podia evitar que o sofrimento começasse a lhe palpitar em todo corpo. Mais que sofrimento, um desejo de amor crescendo e a dominado-a"

É uma jornada bela, sofrida e poética. Sobre os momentos que também nos fazem eternos, sobre morrer varias fazes de forma simbólica, juventude e velhice, ciclos, a vida.

"Agora a certeza de imortalidade se desvanecera para sempre. Mais uma vez ou duas na vida - talvez num fim de tarde, num instante de amor, no momento de morrer - teria a sublime inconsciência criadora, a intuição aguda e cega de que era realmente imortal para todo sempre".
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pietra 19/03/2024

Apenas Clarice
Fluxos de consciência e frases fortes. Não importa o que está acontecendo em si, mas sim o que está sendo dito, para explicar Clarice me faltam palavras.
É tudo tão ambíguo mas ao mesmo tempo profundo e verdadeiro. É como uma libertação de seu eu que nada sabe, que nada pode.
?Era uma mulher fraca em relação às coisas. Tudo lhe parecia às vezes precioso demais, impossível de ser tocado. E, às vezes, o que usavam como ar de respirar, era peso e morte para ela.?
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Sofidajaca 19/03/2024

Nem o prazer me daria tanto prazer quanto o mal
Esse é meu segundo livro da autora e não me canso de dizer q agradeço a professora de literatura por ter me apresentado essa escritora maravilhosa. Diferente de "laços de família", "Perto do coração selvagem" traz uma narrativa mais profunda selada por questionamentos e reflexões.
Confesso que nessa estruturação encontrei mais dificuldade para ler e fluir, por conta de parágrafos compridos e períodos longo, mas ainda assim valeu muito a pena. Joana é a protagonista da história e o centro dos pensamentos, há muitas vezes inversões de tempo o que salve engano, se chama in ultimas res, a narrativa tbm é mt interessante e envolvente.
Sim, Joana também sinto q me transformo em ondas ?
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Francisco 18/03/2024

Ela tinha só uns 18 anos quando publicou esse livro
Fiquei impressionado com essa idade, parece um livro duma perspectiva de alguém que realmente já viveu tudo

me causou uma nova impressão de amor e escrita, inspirou uma "crônica"

no final teve várias coisas muito interessantes, tirei fotos pra revisitar daqui muitos tempos
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Mila105 16/03/2024

Tudo é vago, leve e mudo
Um leitura em que temos acesso a ir entendendo a Joana criança pra aceitar a Joana adulta.

A gente acompanha a dificuldade dela com o mundo exterior, os traumas, a formação da identidade, sonhos.

E ao mesmo tempo vislumbrando suas reflexões e frases tão famosas de Clarice.
"Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome".

Foi minha primeira leitura dela, fiquei intrigada em alguns momentos com tanto mistério, de por exemplo, do nada Joana aparecer na praia sem avisar e nem nada ao leitor. Mas bem depois explica o porquê.

Porém em outros momentos tal peculiaridade da escrita de Clarice deixou a leitura muito interessante.
Guardei frases no meu coração.

"Nunca sofra por não ser uma coisa ou por sê-la".

"Há impossibilidade de ser além do que se é ? no entanto eu me ultrapasso".

?A personalidade que ignora a si mesma realiza-se mais completamente.?
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Jasmimcafé 14/03/2024

Um dos melhores livros já publicados
"Perto do Coração Selvagem" é uma obra única que desafia as convenções narrativas tradicionais, mergulhando profundamente na mente de sua protagonista, Joana. Clarice Lispector cria uma experiência literária sonora e não linear, alternando entre momentos da infância e da vida adulta de Joana de forma fluida e intrigante.

Joana é retratada como uma mulher introspectiva e complexa, em constante busca por compreender a si mesma e o mundo ao seu redor. Sua profunda conexão com suas emoções e sua capacidade de reflexão a tornam uma personagem fascinante, cuja jornada de autodescoberta ressoa com o leitor.

A fusão entre Clarice e sua personagem é notável, criando momentos em que as fronteiras entre autora e protagonista se tornam difusas. Essa interseção entre realidade e ficção adiciona uma camada extra de complexidade à narrativa, tornando-a ainda mais cativante e genial.

Eu me identifiquei bastante com Joana e com as reflexões de Clarice sobre a vida, a identidade e a busca pelo significado é palpável. As frases impactantes do livro, como as citadas, capturam a essência da experiência humana e ressoam profundamente com quem as lê.

Algumas frases marcantes:

"Olho por essa janela e a única verdade, a verdade que eu não poderia dizer àquele homem, abordando-o, sem que ele fugisse de mim, a única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais."

"Até que encostando a testa no vidro da janela ? rua quieta, a tarde caindo, o mundo lá fora ?, sentiu o rosto molhado. Chorou livremente, como se esta fosse a solução. As lágrimas corriam grossas, sem que ela contraísse um só músculo da face. Chorou tanto que não soube contar. Sentiu-se depois como se tivesse voltado às suas verdadeiras proporções, miúda, murcha, humilde. Serenamente vazia. Estava pronta."
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Gabriela 14/03/2024

Esse romance foi o meu primeiro da Clarice. O fluxo de consciência é realmente desenhado com maestria, ainda que antes de me acostumar tenha me cansado um pouco. Não raro sentia que a enxurrada era tão pessoal que desinteressava, quando de repente me vinha uma frase da mais pura conexão à experiência humana. Que lindo que era marcar os trechos que me soavam tão especiais quanto joias, momentos que me fizeram suspirar em tom de "uau, vivemos todos a mesma vida, temos os mesmos medos".

O cinismo de Joana era tão vívido que conseguiu não afastar e sim aproximar, afinal uma forma de existir sem rodeios, de abrir o jogo da enfermidade que carrega o peso da mente hiperconsciente e vigilante a tudo e a todos, afogada em si.

Meus trechos adorados:

"Não é saudade, porque eu tenho agora a minha infância mais do que enquanto ela decorria"

"Não gosto tanto de mim a ponto de gostar das coisas de que eu gosto."

"Desejava falar-lhe de sua alegria. Mas vagamente temia feri-lo, como se lhe contasse uma traição com outro homem."

"E ser uma mulher casada, quer dizer, uma pessoa com destino traçado. Daí em diante é só esperar pela morte. Eu pensava: nem a liberdade de ser infeliz se conservava porque se arrasta consigo outra pessoa. Há alguém que sempre a observa, que a perscruta, que acompanha todos seus movimentos."

"Mas eu nunca sei o que fazer das pessoas ou das coisas que gosto, elas chegam a me pesar, desde pequena"

"Ele moveu-se, ajeitou a cabeça na sua carne como... como uma ameba, um protozoário procurando cegamente o núcleo, o centro vivo. Ou como uma criança."

"(...)em breve se tornaria pesada a ele com seu excesso de milagre."

"Onde se guarda a música enquanto não soa?""

"E rendida respondia: que façam harpa de meus nervos quando eu morrer."

"Os momentos vão pingando maduros e mal tomba um ergue-se outro"

"nada desejo da tua vida que passou, nem teu nome, nem teus sonhos, nem a história do teu sofrimento; o mistério explica mais que a claridade"

"Deus por que não existes dentro de mim? por que me fizeste separada de ti?""

"sou só no mundo, quem me quer não me conhece, quem me conhece me teme e eu sou pequena e pobre, não saberei que existi daqui a poucos anos"

Obrigada, Clarice. Que seja o primeiro de muitos.
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Jóice 12/03/2024

Lindo e complexo. Trás muitas reflexões e pensamentos sobre a vida.

"Era sempre inútil ter sido feliz ou infeliz. E mesmo ter amado. Nenhuma felicidade ou infelicidade tinha sido tão forte que tivesse transformado os elementos de sua matéria, dando-lhe um caminho único, como deve ser o verdadeiro caminho. Continuo sempre me inaugurando, abrindo e fechando círculos de vida, jogando-os de lado, murchos, cheios de passado."
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