:: Sofia 24/07/2020Matafísico até demaisNão vou pretender nesta resenha que compreendi o livro. Fiz errado, li Claro Enigma na marra. De começo, poema não é meu gênero textual preferido; também, o eu lírico e eu temos 19 anos de diferença, de experiências não vividas, de maturidade não conquistada, de destreza na poesia.
No entanto, não sou capaz de negar que Carlos Drummond de Andrade é um artista. Suas palavras são lindas, o ritmo dos versos é muito bem pensado e muitos dos poemas te permitem construir belas ilustrações na mente. É necessário, porém, muita maturidade para compreender todas essas páginas. E eu não tenho. Além disso, não sou fã de textos puramente metafísicos. Entendo que a metafísica é responsável por "poetizar" as obras, mas, para mim, faltou concreticidade.
Da leitura, tirei o seguinte: a poesia é o modo de se expressar, com palavras, a alma. Todas as poesias que gostei em minha vida devem-se à capacidade de imprimir minhas próprias sensações e vivências nas palavras do autor. Não gostar de determinados versos (aqui me refiro aos bem escritos) justifica-se pela falta de empatia à alma de quem escreve, pela não compreensão. Então, é certo que poesias/poemas e minha eu leitora sempre travarão uma batalha árdua. Mas não vou desistir. Quem sabe, no futuro, eu não tenha sucesso em ler Drummond?
Meus poemas preferidos estão nas páginas: 26; 44; 48; 87; 90; 93.