Mateus 16/10/2022
Maple White Land
Esse livro vai ficar bem gravado em minha memória, seja pelo fato de ter sido o primeiro que li no Kindle ou mais importante, o primeiro livro de Sir Arthur Conan Doyle que eu li, sempre jurei de pé junto que seria uma das histórias de Sherlock, me enganei miseravelmente.
A respeito da história, houve muitas coisas que me incomodaram e a grande maioria das coisas boas conseguiam suplementar o resto de alguma forma, hoje, se olharmos para o arquétipo da história, muitos diriam que é clichê, mas devo lembrá-los de não cometer a tão corriqueira noção de anacronismo, tendo reforçado isso, a escrita de Doyle é magnífica, e nos leva rumo ao desconhecido de forma esplêndida. Destaque para as personagens, que como eu disse, para muitos podem ser anacronicamente clichês, mas sem dúvida, isso não apaga como são cativantes.
Apesar do nosso querido Malone me irritar muitas vezes, e aqui aponto uma falha que me incomodou, parte em minha opinião, mas parte em estrutura narrativa, foram muitas as vezes que nosso personagem, enfaticamente e desnecessariamente, arrisco a dizer, recorria em seu relato a reafirmação do perigo constante, isso atrapalhava na fluidez da leitura, ao invés de deixar o leitor curioso, teve o efeito contrário, o que na primeira vez ou segunda vez funcionam, depois perde sua importância pela constância do uso desse artifício.
O livro peca também na aprofundação das temáticas trabalhadas, são exploradas várias questões filosóficas, como a clássica "homem vs Natureza" ou a noção do "homem civilizado Vs homem rudimentar", mas nem de longe são elaboradas de forma majestosa, posso citar exemplos que trabalham as mesmas ideias de forma magistral, como Conrad com seu "Coração das Trevas" ou Melville em "Moby Dick".
Ponto para Doyle pela ambientação e pela criatividade, o que explica sua legião de leitores devotados, mas creio que o autor realmente se dê melhor com o detetive do que com o nosso jornalista Malone na hora de contar suas histórias.