Ludmilla Silva 07/07/2019“You're not the last of the old Jedi, Luke, you're the first of the new”Acho importante começar dizendo porque eu não dei cinco estrelas para este livro. Bom, porque achei alguns momentos bastante arrastados. Sempre devoro os livros com bastante rapidez, querendo ler rápido para saber logo o que vai acontecer na história e admito que até, mais ou menos, metade do livro não tive esse desespero. A história estava se desenvolvendo bem lentamente, e, apesar, de apresentar detalhes e personagens muito interessantes eu senti a leitura meio maçante em certos pontos, principalmente, quando se tratava dos imperiais. E senti também que o clímax do livro, aquele momento de maior ação e tensão de uma história, demorou para chegar. Enfim, essa foi uma opinião minha, mas entendo também que é o primeiro livro da trilogia, o primeiro que traz uma nova realidade e novos personagens então é compreensível que em vários momentos ele seja mais descritivo.
Mas de forma geral eu gostei bastante mesmo da história, e eu me senti, em vários momentos, como se estivesse vendo a continuação de um Retorno de um Jedi, e devo admitir que muitos aspectos do livro me agradaram bem mais do que O Despertar da Força que é a continuação oficial do episódio VI. É um livro bastante antigo, escrito em 1991, antes mesmo das prequels, por isso é considerado um clássico dentro do fandom e dentro do universo de Star Wars. Há personagens icônicos como a Mara Jade e o Thrawn que eu já tinha ouvido falar bastante, mas tinha pouco conhecimento sobre eles, então foi bastante satisfatório poder conhecer um pouco melhor sobre estes personagens e entender o porquê de eles serem tão relevantes.
A história de Herdeiro do Império se passa cinco anos depois dos acontecimentos da Batalha de Endor e da destruição do Império e mostra os nossos heróis, Luke, Leia, Han e a (antiga) Aliança Rebelde se adaptando e ajudando na criação da Nova República. Infelizmente o Império não morreu definitivamente com o imperador, Darth Sidious, nem com o Darth Vader, reminiscentes do mesmo ainda continuam vivos operando nas sombras e com bem menos poder do que antigamente. Porém, com a nova liderança do Grão-almirante Thrawn, que é um líder nato, estratégico, extremamente inteligente e calculista, o Império tem uma chance de crescer o que representa uma ameaça imediata ao estabelecimento da Nova República e daqueles que lutam pela sua sobrevivência.
A princípio não gostei muito da ideia da Leia grávida porque pensei que restringiriam ela somente ao papel de mãe, sendo que ela desde muito jovem sempre foi bastante engajada com política com a aliança rebelde e com a ideia de lutar pelo que ela acreditava ser o certo, no entanto, depois entendi que a gravidez dela, os gêmeos, teriam bastante relevância para a história e ainda acredito que terão nos próximos livros. E o que mais me agradou, de verdade, quanto a Leia, foi o fato dela estar treinando para se tornar Jedi, sério, fiquei feliz demais. Quando saiu “The Force Awakens” em 2015 eu fiquei muito triste em saber que ela não tinha se tornado Jedi (apesar de achar ela como General mais incrível ainda) e fiquei bem chateada também quando descobri que o Yoda queria, na verdade, treinar a Leia para ser Jedi e não o Luke. Pensei que nunca teria a oportunidade de ver a Leia como Jedi, mas que bom que Timothy Zhan fez essa decisão.
Aqui a Leia já tem seu próprio sabre de luz, há cenas onde ela treina suas habilidades de sabre com o Luke e com o droide, assim como a cena do Luke treinando com o Obi-Wan na Millenium Falcon durante “A New Hope”. Ela usa a força, e tem até cenas onde o Han cobra do Luke que a Leia tenha um melhor treinamento Jedi - amo um casal- enfim, aqui é nítido o quanto ela está se transformando em um Jedi, e espero ver ela abraçando totalmente esta identidade até o fim da trilogia. E quanto ao Han eu gostei de ver que ele não perdeu a sua personalidade bem arrogante e cheio de si que a gente ama, achei a relação dele com a Leia bem condizente também, eles nunca foram do tipo grudentos, mas dá para perceber o quão protetivo ele é com ela em todos os momentos. O interessante do Han também é que ele um herói de guerra, um general da Aliança Rebelde, uma figura importante para a Nova República e mesmo assim ele nega toda a sua importância, preferindo ser visto como aquele contrabandista que fugia constantemente pela galáxia com seu melhor amigo Wookie.
Minha nuance preferida do Luke aqui é ver como aquele se tornou um verdadeiro Cavaleiro Jedi (apesar de eu ter bastante dúvidas sobre como ele conseguiu tanto conhecimento sobre o assunto depois da morte do Yoda) e como ele é tão poderoso com a força, é interessante ver o quanto ele sabe sobre o assunto, o quanto ele está aprendendo, e o quanto de habilidades ele tem. Eu gosto muito do enredo do Luke aqui principalmente dos seus encontros com Mara Jade. E Mara Jade é uma personagem que me intrigou bastante nos primeiros momentos, pois ela nutre um ódio profundo em relação a Luke e foi muito interessante entender o motivo disto e ver a relação dela com ele quando, mais tarde, eles são obrigados a ficar muito tempo juntos.
Adorei a adição dos novos personagens como o Talon Karde, o Thrawn – que é um estrategista nato que não se surpreende com nada – a nova raça alienígena, os Noghri e o C’Baoth. O capitão imperial Pellaeon é totalmente irrelevante para mim, a única necessidade dele na história é para falar de Thrawn e de quão medonho e inteligente o mesmo é, mas o personagem dele em si não tem muita profundidade. C’Baoth é um jedi/clone - o que já me surpreendeu desde o início pois os Jedi foram dizimados a várias décadas atrás - que tem uma obsessão um pouco estranha demais quanto a Luke, a Leia e aos gêmeos. Neste livro só somos apresentados a ele, mas acredito que o personagem tem muito potencial (principalmente para ser vilão) por isso estou ansiosa para saber mais sobre ele. Algo que não gostei foi o fato dele ter sumido DO NADA no livro, em um capítulo ele estava no Destroyer Imperial junto com Thrawn e Palleon e nos outros simplesmente sumiu, sem ser mais citado, não entendi muito o bem o que aconteceu, mais um motivo para as 4 estrelas que eu disse anteriormente.
No geral apesar de alguns incômodos o livro me trouxe mais pontos positivos do que negativos. Eu senti como se fosse uma verdadeira continuação dos filmes, até senti um pouco de nostalgia. Eu acredito que a história e os novos personagens têm um potencial gigantesco que serão mais explorados nos outros dois livros da trilogia, mas que nesse já nos instigaram de forma positiva. É um livro que nos apresenta curiosidades interessantes como Kaskyyyk e os Wookies, a formação da Nova República, as intrigas e muitos outros assuntos do universo de Star Wars. É um livro clássico por boas razões, e eu recomendo fortemente a todos os fãs de Star Wars que amam conhecer cada vez mais sobre o Universo Expandido da saga.