O estrangeiro

O estrangeiro Albert Camus




Resenhas - O Estrangeiro


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Annelidea 05/01/2024

Absurdo de bom, talvez ainda melhor pelo fato de ter relido O Mito de Sisifo, também de Camus, a pouco tempo. Apesar dos estilos diferentes, as duas obras servem muito bem a discussão do significado de uma vida completamente alheia, sem busca de um significado, e o desespero que vem de se tentar achar um significado na vida. Desde a primeira página você fica preso na forma que o narrador enxerga tudo, melancólico sem nem perceber, sendo julgado e prejudicado por levar tudo de um modo que, de uma maneira ou de outra, todos ali levam. Nos momentos finais o narrador parece perceber isso, e perceber a importância de "sentir alguma coisa", mesmo que se ache incapaz de fazê-lo, seja por sua mãe, por Maria, ou por si mesmo. Uma leitura rápida e surreal de boa

"disse-lhe para não rezar e que, mesmo que houvesse um Inferno não me importava, pois era melhor ser queimado no fogo do que desaparecer"
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celithma 05/01/2024

Neurônios muito bem gastos
Sendo a primeira leitura de 2024 fui me deixando levar pelo livro sem levantar muitas hipóteses durante a leitura, preferi ler tudo e depois pensar, cheguei até a me questionar sobre o título não ter relação explícita com o livro. Quando acabei, tudo fez sentido.

O personagem é alheio a tudo na vida dele, não se envolve sentimentalmente com absolutamente nada. Tão alheio a ponto de ver sua vida virando de cabeça para baixo e ainda assim deixar outras pessoas ditarem o rumo de sua ele.

É curioso porque parece que tudo o que faz ele ?reagir? de alguma forma, tem a ver com fisiologia. O calor externo (do verão) é muito presente no livro e conduz o personagem para várias situações no desenrolar do livro. Talvez o mesmíssimo calor que falte dentro dele mesmo, o personagem. Talvez não seja à toa que o livro se passe no verão.

Também é interessante pontuar que essa ?frieza?característica é de família. Durante sua estadia na prisão o personagem se lembra de algumas falas de sua mãe (morta desde as primeiras linhas), que indicam que ela já tinha como filosofia de vida a adaptação a qualquer tipo de situação. O que me fez pensar que talvez no asilo, ela finalmente tenha tomado decisões com consciência e que consciente, ela tenha optado por ter um novo companheiro e ?começar de novo? como seu filho sugere. Talvez o asilo tenha sido ?a prisão? dela. O personagem nos mostra isso quando, à espera de sua apelação, continua alheio, mas agora por vontade própria quando nega a visita do religioso. Eles nos dá uma mostra de que até poderia não saber o que queria, mas estava muito seguro do que NÃO queria.

O livro chega a ser meio incômodo às vezes porque você espera uma reação que nunca chega e às vezes dá raiva do protagonista. Mas será que essa raiva é motivada pelo mesmo motivo das pessoas que o julgam? Será porque esse desapego e esse entendimento/aceitação sobre a finitude humana e a ideia de propósito vão totalmente contra tudo o que a gente foi ensinado a acreditar em uma sociedade baseada na religiosidade? E agora no capitalismo? Onde a gente vê tudo ruir e continua fazendo as mesmas coisas como se nada tivesse acontecendo, alheios? Será que é muito melhor aceito fingir se importar do que não se importar genuinamente? Foi o que eu me perguntei.

Por fim, fica uma pergunta muito pertinente: por que tantos tiros em uma pessoa já morta?

*eu não conhecia o ator e minhas reflexões são baseadas puramente no que li.
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Gi Santos 04/01/2024

Camus conseguiu criar um personagem tão comum e corriqueiro, tão cansado do mundo, do cotidiano, tão inexpressivo quando a vida requer paixão, que honestamente, é fácil de se identificar e repudiar na mesma proporção. Foi um livro que eu terminei e fiquei com a sensação de "e cadê o resto? Eu quero ler sobre a vida desse cara até ele dar o último suspiro, eu quero saber o que vai acontecer com ele."
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Laura2117 03/01/2024

Meu primeiro livro lido de Albert Camus. É legal analisar a forma "fria" com que o personagem principal reage sobre tudo, e inclusive, acaba por levar sua vida com extrema apatia, o que ele mesmo já deixa bem claro na primeira frase do livro e ao decorrer da história. É perceptível que para a época que a história se inseria, como de costume, uma pessoa como ele com certeza seria julgado como um monstro anormal por tamanha "insensibilidade", além de, claro, o crime que havia cometido.
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Klelber 03/01/2024

Estrangeiro
Em 1942, Albert Camus publicou O Estrangeiro, obra reconhecida como um divisor de águas na história da literatura. No contexto da Segunda Guerra Mundial, O Estrangeiro representou uma nova forma de compreender o mundo profundamente transformado pelo conflito. Camus é conhecido popularmente como o filósofo do absurdo, uma vez que colocou o leitor diante do absurdo da existência.
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Ulissis Henrique 03/01/2024

Tanto faz
A escrita é bem enxuta, você lê numa sentada. No início do livro você pode sentir uma inquietação com a indiferença que Meursault tem com relação a tudo ao seu redor, e esse é o ponto que fará você refletir. Será que você teria a mesma reação que os personagens que rodeiam o Meursault? Qual o limite da liberdade individual de uma pessoa? Essa liberdade deve ter limite? Nesse livro incrivelmente enriquecedor, Camus quer que você reflita sobre as condições humanas e o significado da vida e da morte.

As situações que o protagonista vive são absurdas e sem sentido, assim como a vida para Camus. O que achei mais engraçado no livro foi que ele, enquanto preso, e privado de absolutamente tudo, só percebeu que perdeu a liberdade dele quando sentiu falta do cigarro e do sexo que tinha com a amada. Inclusive, que mulher! A Marie simplemente continuou amando ele independente de tudo. O final do livro é incrível ao mostrar como a mente humana se desenrola diante da inevitabilidade da morte. Os sentimentos são muito complexos, o que é perceptível com as últimas conclusões do protagonista.

O estrangeiro é o próprio Meursault, um forasteiro num mundo onde as emoções artificiais e uma falsa conformidade são valorizadas pela sociedade. Um estrangeiro em suas próprias emoções, pois nem ele mesmo tenta entender seus próprios sentimentos. Um completo estranho numa comunidade em que as pessoas necessitam de um propósito para sua existência, e buscam significados inexistentes nesse mundo caótico.
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Chanks0 31/12/2023

Sobre os olhos de um estrangeiro a sua própria vida
Um protagonista apático é indiferente, que vive uma vida ordinária. Tão monótona, tão simples - um protagonista estrangeiro a si mesmo.

É o primeiro livro que eu leio de Camus. Curto, simples, rápido, daqueles que se termina em uma sentada. Não tinha expectativas sobre o livro, nem li a sinopse. Quando terminei, senti um vazio inexplicável - nunca tinha visto tanta carência de emoção e sentimentos em tantas poucas páginas.

Enxergar sobre as lentes de alguém que não esboça nenhuma reação, nenhum pensamento, nenhuma conexão com outra pessoa é devastador de certo modo. Talvez porque os leitores acabam sentindo as emoções que o protagonista teoricamente deveria sentir, ou talvez porque nos estressamos tentando entender porque ele vive sem ambições, sem sonhos e suas ações são como uma bomba relógio. ?O Estrangeiro? deixa um nó na cabeça, traz questionamentos e uma certa pena pela vida dos personagens.
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Alexandre Melo @livroegeek 31/12/2023

Personagem vazio
Um homem recebe um telegrama informando que sua mãe faleceu no asilo em que vivia, mas Meursault não sente nada, é apático, e aos poucos vamos o conhecendo mais em O Estrangeiro, de Albert Camus.

Narrado em primeira pessoa, observamos o que decisões impensadas podem desencadear na vida do protagonista e dos que estão à sua volta, e falando nele, temos um cara frio, vazio, egoísta, indiferente, uma mente vazia de consciência, daqueles que a gente não simpatiza nem torce, e eu adoro ler histórias com figuras assim.
Peguei esse livro às cegas, escolhi unicamente pelo título, e foi uma ótima decisão, tudo foi surpresa pra mim, (algumas que a sinopse estragaria, como descobri depois)
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Luisss03 30/12/2023

"Como se esta grande cólera me tivesse purificado do mal, esvaziado de esperança, diante desta noite carregada de sinais e de estrelas eu me abria pela primeira vez à terna indiferença do mundo"
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Silvana.Tozetto 30/12/2023

O estrangeiro
Meursault é indiferente à própria vida, os dias passam numa espécie de borrão em que ele trabalha, vai à praia e sai com Maria.
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Ele é um estrangeiro na sua história, recebe com indiferença a notícia da morte da mãe e da mesma forma passa os dias na prisão logo após ter matado um possível desafeto de um amigo seu, na verdade para ele a amizade com referida pessoa também era indiferente.
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Fico um pouco angustiada com as atitudes deles. Houve diversas situações em que se esperava uma reação, mínima que fosse, mas recebemos apenas apatia.
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A resenha diz ser uma releitura do nosso século, será?
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Naraia 30/12/2023

Bela obra
Obra francesa muito curtinha e bem escrita. Personagem principal bem construído: o seu vazio existencial e irrelevância sobre a vida, em contraste com o panorama que retrata belas paisagens, diversões, amores. Noto que após a prisão ele conseguiu valorizar sua liberdade e o romance que estave ao seu alcance. O que eu tirei de conclusão: "tudo é muito claro e ao mesmo tempo nada faz sentido", o crime, as circunstâncias acabam não tendo uma explicação previsível. Gostei muito das criticas sociais ao trabalho, aos modos de vida capitalista, à alienação das pessoas e à violência que foram bem sutis e quase imperceptíveis. Como ponto central o autor quis trazer o absurdo do mundo, absurdo é, para ele, "o confronto entre o irracional e esse perturbado desejo de clareza que ressoa como um chamado nas profundezas do homem". Muito bomm!!
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Dry 30/12/2023

"Viverá de uma certa maneira, poderia ter vivido de outra"
Fiquei digerindo esse livro o dia todo, pensando e pensando a respeito de tudo que ocorreu a Mersault, já fazia um tempo que eu não lia algo que me fizesse visualizar a situação como se ela estivesse ocorrendo diante dos meus olhos. No início até 90% da primeira parte, em momento algum consegui me afeiçoar ao personagem, pelo contrário, seu estado de "Não sei, tanto faz" me causava repulsa pela falta de iniciativa perante as pequenas escolhas da vida, ao ponto de me questionar se ia realmente valer a pena terminar a leitura. Mas que bom, vejo agora que prossegui, são tantas as suposições a respeito de Mersault, será que ele tinha algum traço de psicopatia? O que o tornará tão indiferente? São questões que só o autor saberia responder... Mas olhando para a situação na qual se meteu, vemos que não existe uma real explicação para oq se aconteceu, seria um impulso? Também não saberemos... Mas por fim vejo outra faceta de Mersault, quando ele verdadeiramente se dá conta do que está acontecendo com sua vida, de tanto não saber, ele chegou ao ponto que viu seu destino escolhido por outros, digo isso porque diante da sua insensibilidade , acredito que ele não mediu suas atitudes e companhias, ele simplesmente viveu o "deixa a vida me levar, que lhe custou a liberdade, situação na qual fez aflorar nele o seu lado racional, que fica visível quando ele se questiona o pq de não ter lido mais, não ter aproveitado mais certos momentos e até mesmo as memórias de falas da mãe que ele trás a mente. Mersault só passa a ser uma pessoa verdadeiramente interessante após essa tragédia, pois ele mostra que existe sim alguém com quem ele se importa, si próprio. E que de alguma forma seu gatilho encontra-se quando alguém o confronta com a religião.
Elton.Oliveira 30/12/2023minha estante
Esse foi um dos bons livros que li nesse ano !


Dry 30/12/2023minha estante
Emerson, também achei um dos melhores do ano. ?


Wendel 03/01/2024minha estante
O Absurdismo proposto por Camus e visto nesse livro é algo de fazer pensar bastante. Um dos melhores livros que li na vida, a pegada existencialista é sensacional. "Se iremos morrer de qualquer forma, por que irei me preocupar com a morte em si?"




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